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Toca Autoral! - Lívia Ellen



Um dos principais objetivos do Memória Musical do Sudoeste da Bahia [@memoriasudoeste], projeto de pesquisa, fomento e preservação independente, para além do simples acumular material sobre a música da nossa região, como qualquer museu, é incentivar os artistas através da produção original de conteúdo: pensar não apenas o passado, mas o hoje, o agora.

No subprojeto TOCA AUTORAL! não há espaço para tributo: queremos mostrar que, em nossa região, há muita gente criando e se expressando através da arte. Apresentaremos diversos artistas, de variados gêneros musicais, mostrando suas próprias obras, muitas vezes ainda inéditas, e disponibilizando gratuitamente em plataformas de streaming, em formatos diversos. 

Continuando os trabalhos, que se estenderão até o final de 2024, a cantora e compositora conquistense Lívia Ellen traz toda a sua vivência no universo hip hop ao Projeto, acompanhada do DJ Thigaz, através de seis de suas obras, abrangendo diversas fases de sua trajetória. 

🏡 Nesta etapa, o cenário é a Casa Memorial Governador Régis Pacheco, museu municipal situado na Praça Tancredo Neves, centro de Vitória da Conquista e contém diversas obras de importantes artistas locais, além de contar a história política da cidade. 

Música é arte. Arte é expressão. O que nossos artistas têm a dizer atualmente?


A PRODUÇÃO

A ideia do Toca Autoral! remonta a 2017, quando desenvolvemos uma experiência semelhante, no então interditado teatro do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, fechado para eventos com a presença de público, mas utilizado pelo Distintivo Blue como local de ensaio e gravações desde 2015. Utilizando a mesma pauta (duas manhãs por semana), convocamos artistas locais para gravar vídeos no formato voz-e-violão, executando cinco músicas, sendo que destas, três deveriam ser autorais. O @memoriasudoeste ainda não existia: tudo foi realizado sob o seu projeto ancestral, a BLUEZinada! [confira aqui uma playlist com esses vídeos antigos], mais direcionado ao blues e jazz, portanto, as CCCJL Sessions extrapolavam sua temática e anunciavam a necessidade de um trabalho voltado à musicalidade da região sudoeste da Bahia, que só nasceria em 2019.

Desta vez, pensando na enorme popularização dos chamados "shows-tributo", onde a nostalgia pelos chamados "clássicos" termina por, não raro, desestimular a execução da música autoral nos diversos palcos da região, decidimos radicalizar a antiga proposta, convidando apenas artistas que não se limitam unicamente a reproduzir o que já foi consagrado, mas também criam arte nova, provando que a música contemporânea ainda existe e continua expressando seu tempo e espaço, papel de todas as artes desde tempos remotos. Desta vez são seis músicas, todas autorais, além de pequenas falas explicativas e uma autobiográfica de até cerca de dez minutos. O formato ainda é minimalista, geralmente voz + instrumento, dada a nossa limitação em equipamentos, pessoal e tempo para a produção dos materiais.

O título do subprojeto é uma clara provocação ao universo dos "shows-tributo": ao invés do famoso, exaustivo e, muitas vezes, automático "toca Raul!", incentivamos o artista a mostrar suas próprias criações. O "Toca Autoral!" surge, pela primeira vez, no texto da matéria de capa da primeira edição da nossa zine, Memória Musical do Sudoeste da Bahia [Acesse aqui], nos inspirando a aprofundar o conceito que se materializa agora. Afinal, se o próprio Raul Seixas tivesse cedido e estacionado no confortável "tributo a Elvis" que marcou o início de sua carreira, não investindo em sua própria identidade artística, quem gritaria "toca Raul!" hoje?


O CONTEÚDO

O Toca Autoral! não se limita à produção de vídeos: o artista tem acesso a um sistema completo de produção original, que inclui a publicação de vídeos individuais de cada uma das faixas, além do vídeo completo, incluindo as falas explicativas e autobiográfica. Ainda, a uma sessão de fotos, que poderão ser utilizadas para a sua própria divulgação, como desejar. As músicas são mixadas e masterizadas para compor um EP de verdade e distribuído para as principais plataformas de música, como Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon, etc. A gravação ainda será lançada no formato podcast e disponibilizada nos principais agregadores. Ao final da temporada, será lançada, ainda, uma edição especial da nossa zine, que será publicada tanto em formato digital (.pdf) quanto impresso e em áudio, enriquecendo o portfólio do artista e, mais amplamente, a musicalidade da região em geral, valorizando a produção autoral e incentivando outros artistas a tocar suas próprias músicas.

Todo esse material é entregue ao artista, gratuitamente, para que o utilize como julgar adequado para o desenvolvimento de sua própria carreira artística. Assim, durante o período de lançamentos, ainda  buscamos formas de acesso aos veículos de Imprensa, como emissoras de rádio, TV, jornais, revistas, blogs, etc., sempre com a preocupação de registrar toda e qualquer participação nesse sentido e publicar em seguida.

Ao artista é exigido, para a participação, certo nível de comprometimento: ensaiar suficientemente suas músicas para uma boa execução, ser pontual às participações e fornecer as letras cifradas de todas as canções, afinal, o "'Toca' Autoral!" também significa incentivar e permitir que o público conheça sua obra a ponto de também desejar/conseguir executá-la, de onde estiver. Trata-se de um projeto de fomento ao artista, mas, também, de formação de público. Demonstrar que o artista regional guarda, em si, tanto valor quanto o "consagrado" e divulgado em grandes proporções é uma das máximas mais caras do @memoriasudoeste

Foto: Plácido Oliveira

LÍVIA ELLEN, por ela mesma

"Meu nome é Lívia Ellen, nasci em 1995, sou cria de Vitória da Conquista. Já tive a oportunidade de estar em São Paulo, o pessoal queria que eu ficasse por lá para correr atrás do meu sonho de cantar, mas aqui está a minha raiz, minha família, minha casa, meus filhas. Sou mais uma deste celeiro de talentos que é a nossa cidade. 
Ainda criança eu via meu avô tocar violão, tenho dois tios que gravaram CDs: meu tio por parte de pai, Pinta Bonfim, gravou dois CDs de forró e meu tio por parte de mãe, Lincoln Lafitte, já falecido, gravou dois CDs espíritas. Ele tinha um estúdio na casa dele, e já o vi gravando. Meu tio Pinta também já vi ensaiando forró. Ele falava: 'ensaia aqui com a gente, canta uma música… A gente vai subir no palco, você vai cantar comigo'. A gente ficava ensaiando, eu me metia, mas nunca chegou esse momento.
Mas eu comecei a cantar com meu pai. Ele adora metal, tem uma voz linda, sempre tocou violão, também escrevia, e a minha primeira oportunidade de cantar foi em alguns centros espíritas aqui em Conquista, e na Barra do Choça. Pequenininha já estava cantando com ele, ensaiando… Tem até vídeos, na escola. Participei do FACE, Festival Anual da Canção Estudantil. Subi no palco, cantei acapella, sem qualquer acompanhamento, uma letra que não lembro, e ganhei como melhor intérprete. Nem sei se tinha essa posição: sei que havia o primeiro, segundo e terceiro lugar, mas me colocaram como melhor intérprete. Acho que agradei, mas não lembro nem qual música era essa. Ganhei um CD, e a partir daí eu nunca mais me parei. 
Tive balas de garagem, fiz covers, barzinhos, e a minha trajetória como compositor começou através do CIPA RAP, nas batalhas ChapaHalls, eu já conhecia Miro e Bit. Toda quinta-feira tinha a Batalha ChapaHalls, e a gente estava sempre por ali, eu já conheci o trabalho de Mira Beach, quando tinha as quintas-feiras, subindo o palco e cantando as músicas, mas apenas os dois. CIPA RAP foi a partir do momento em que eu entrei e viramos um trio.
A batalha ChapaHalls acontecia na Praça 9 de Novembro, e também tinha um ragga, no Viela, onde eu comecei a ver o trabalho de Miro e Bit, já cantando suas músicas deles, e Bit fazia os pesos para a Miro. Então, uma dia na batalha ChapaHalls, Miro falou: 'você canta muito bem, vamos ali fazer uma gravação, canta um refrão aqui pra a gente'... Foi a música O Breu. Foi a primeira vez que gravei em um estúdio, o de (Daniel) Drummond, que coincidentemente também gravou o meu pai ou o músico do meu pai, seu primeiro cliente no estúdio. Foi um refrão, em um beat da internet. 
Posteriormente regravaríamos essa música. Depois, os meninos falaram: 'tem uma música aqui. O que você acha?'. Nos juntamos e nasceu o álbum Enfrentando Dragões, a minha primeira letra de rap. Voltamos ao estúdio, chamamos Willinha, gravamos a música, o clipe, lançamos os dois juntos, e ela toca até onde na rádio. De vez em quando eu escuto a galera falando: 'ouvi sua música na rádio, tava no hotel, tava no carro ...', isso é incrível.
O CIPA RAP foi muito importante na minha carreira, porque foi onde tudo começou. A partir dessas duas músicas, um dia após o outro para gravar. Os meninos nem tinham celular, rede social, mas toda quinta-feira estávamos juntos, gravando, tentando fazer novas músicas, e sempre saía algo. Saíram 12 faixas. Posteriormente gravaríamos tudo e faríamos um trabalho mais sólido. A gente costumava se reunir juntar um pedacinho de cada um nas letras, pegava beat da internet mesmo, fazendo as músicas do álbum, que foi gravado metade em São Paulo, metade aqui em Conquista. Hoje os meninos moram em São Paulo. Cada um foi para seu lado, trabalhando no seu projeto. Esse foi o divisor de águas.
Sou uma das poucas MCs com projeto autoral na cidade e trago essa representatividade de ser mulher, mãe… Tenho duas filhas pequenas, sou mãe solo. Quero continuar esse sonho de viver a minha música, sendo mulher e mãe. Tem música nova para sair, alguns feats… Quero trabalhar, fazer shows. Estou bastante animada com esta nova fase da minha carreira, porque tudo o que fiz até hoje foi sozinha, metendo a cara, e agora vejo a oportunidade de ver mais pessoas sonhando comigo e fazendo acontecer.
O DJ Thigaz é um cara incrível, um grande amigo que está comigo desde quando comecei a cantar rap. Toda vez que preciso fazer um som, um show, ele sempre está comigo. Ele é muito profissa no que faz. Fico muito feliz de ter uma parceria como a dele.  ara mim é muito importante estar aqui, participando deste projeto incrível, com pessoas incríveis, abraçando meu trabalho também, e eu espero que, daqui para frente, muitas portas de abram."


Confira o Episódio completo abaixo:


🟠 Playlist completa no Youtube [episódios completos]

🟢 Playlist completa no Youtube [músicas separadas]


MÚSICAS

CONCAS CITY / GRATO A DEUS
(Lívia Ellen, 404, Mortão VMG)
BR7PI2400028

"Concas City 3 foi uma cypher que eu fui convidada pela Banca Sul. Acho que é uma das únicas faixas desse segmento aqui em Conquista, reunindo cinco meninas reunidas. Estivemos juntas para compor, gravar, e gravar o clipe. Foi maravilhoso, tenho muito orgulho dessa música. Grato a Deus também foi uma participação na música de Emissário Raell E é uma música muito importante para ele, porque era uma letra de seu irmão, que ele reagravou. Eu fiz o refrão, fiz minha parte e estou aí cantando ela até hoje."

A consciência expandiu
o que era real explodiu
a alice transpassou um buraco do tamanho de um funil
falo do que é pessoal não gostou  não tem moral
são cem bilhões de galáxias no sistema sideral
penso nisso me arrepia te leva pra terapia
slv mc xamã bom de psicologia
viajo a via láctea enquanto como um lacta
e continuo  intacta, escrevo pra te orientar
pode pá, cipa rap veio para impactar
implantar, quem plantar agora glória colherá
de nada, espalhando o som  feito cólera
eu não sou só refrão, eu to na contenção
compondo a construção, em plena erupção
sempre me transformo, me renovo, me supero
pra alcançar o pódio, e tudo aquilo que eu espero
que não seja em vão cada verso que eu cantar
só guerreira loka convocada pra rimar
na chegada da aurora, brilhou o céu do dia
parece que foi ontem que nasceu minha maria
pra nossa cria proteção, sou mais braba que um touro
mas pra quem merece guardo em mim como um tesouro.
alteridade pra seguir nessa viagem
com compromisso e fé
pelo som tenho a passagem.

Não haverá voz.
Enquanto minha voz se calar
Não haverá
Não haverá mudança
Enquanto a minha voz se calar
Há, não haverá
Mudança enquanto minha voz se calar
Não haverá

Por trás das bandeiras
A lambança escorre
E se preparam pra concorrer
Políticos e empresários aos montes
Todos atrás do poder
Orgulhos invisíveis
Quase inacessíveis
Usam canetas chiques
Em seus ternos de grife
Nada a declarar
Eles não querem nem saber
Sacando uma caneta 
1, 2, e roubou você
3,4 ele ja ta no jato
5,6 aumentou o pão francês
7,8 aumentou nosso imposto
9,1 tiram tudo dos fiéis
Enquanto o povo trabalha pra pagar
Então o povo trabalha pra viver
Se viram com sua famílias
Muitas bocas pra comer
Pouco pra satisfazer
É o nosso al fatah
Lutar e se armar
Tenta conquistar por meio da guerra santa
Sangra, cansa, sonha, chora
A guerra real matando geral
Bomba, tiro, corre o míssil ta vindo
E se a massa se juntasse
Parasse de se matar e verem onde está
A verdadeira falha
Tomarem na marra o que tiraram do morro
É tanto desgosto desse sistema esgoto
Faço do tom a arma forte da minha voz
Coragem na dor.

E não haverá
Mudança enquanto a nossa voz se calar

Não haverá
Mudança enquanto a nossa voz se calar


HIP HOP RESISTÊNCIA
(Lívia Ellen, Rasta Bass, Nego John)
BR7PI2400029

"Em Hip Hop Resistência, Rasta Bass trouxe um refrão para que a gente pudesse fazer algo
relacionado aos 50 anos do hip-hop. E aí ele chamou Dom José, e produzimos com Nego John. E foi uma música muito natural, aconteceu. A gente fez a gravação do videoclipe lá nos Ginásio de Esportes. Juntamos um pouquinho da galera, um pouquinho dos elementos: teve graffiti, o break, DJ, para poder fazer essa representatividade do hip-hop resistência. E na minha letra dessa música, eu uso muitas referências pessoais. Falo um pouco da minha maternidade… E é isso: a resistência do movimento hip-hop, a valorização das vozes desse movimento muito importante para todos nós."

É a voz da resistência 
Eu tô cantando a resistência
É a voz da resistência 
As mina, os mano é resistência 
É a voz da resistência
O Hip Hop é resistência
É a voz da resistência
Eu canto a resistência

Muitos com tanto, tantos com nada
Desigualdade na nossa quebrada
Famílias sofrendo sem ter oq comer
Peço a Deus pra nos proteger 
Como viver? e fazer valer?
Se mal tá dando pra sobreviver.
Se você não vê? pega visão
Quando vai mudar essa situação?

Larguei aquela vida
Fui buscar o meu melhor
Meus pés estão cansados
Mas eu nunca ando só
Meus momentos perfeitos
Não deixaram de existir
Mudei os conceitos, cenários e as pessoas dali

Vou ficar no meu céu, 
que do inferno já tô cheia
Rainha do castelo, 
enfrentando meus dragoes
Eu navego no meu barco, 
sou o barco, não esqueci, 
palavras de ouro de mainha que sempre ouvi.

Ah se eu fosse marinheiro
Era eu quem tinha partido
Mas meu coração é ligeiro 
E elas precisam de mim.
Quando pensei me encontrar. 
Foi que me perdi. 
Mas to firme como rocha 
resistência é isso aqui

Obrigado pelas glórias, 
conquistas e vitórias.
Vitórias e conquistas
Buscando uma saída.

O movimento cresce em peso.
Logo esses meninos
conquistam o Brasil inteiro.
Vem vem vem


PSIU!
(Lívia Ellen)
BR7PI2400030

"Quando lancei essa música, estava trabalhando no álbum do CIPA RAP, e ela surgiu da necessidade de sair um pouco da visão de que eu estava dentro de um grupo e trazer a minha primeira faixa solo para a rua. E quando gravei ela, lancei um lyric (video), e estava grávida de 7 meses, e foi uma parceria com K-Boco, e temos muito carinho por ela, porque é uma parceria que a gente traz até hoje. E basicamente foi isso mesmo: trazer para cena a visão da minha personalidade, da minha carreira solo, levar para a rua, tirar um pouco da visão dos meninos do CIPA e trazer um pouco mais de Lívia Ellen."

Psiu, psiu, psiu me respeite
Eu bato de frente e só ando atenta 
Sempre ciente da nossa patente
É que o corre é forte e o sistema é quente

Patente alta e de raça
Nois que toma conta da praça
É que o corre é forte e só anda pra frente 
É que o corre é forte e só anda pra frente

Chegando a mais loka to pike alerquina
De olho vermelho. E meu but no pé 
Curinga do lado meu aliado
Zuando, gastando e tirando uma panca
 
Segura a bronca
Fumando, gastando e tirando uma panca
Segura a bronca neguin
Tráratatá.

Grava bem certo meu parça
Nada é por acaso
Me chama pro sound
Que nois toma conta
Eu quero o cash da house

Nas linhas que eu dichavar
É muita treta, tá
Mas eu dou conta rapah
Encosta na banca se for pra somar

Então pode pá que eu vou botar
A firma é forte e nois desenrola
Na bota no estúdio nois grava e nois bola
Na caça do cash minha firma decola, ya 

Torrando grana, Dichavando skunk
Tacando fogo na folha da blunt
Rajadão de flash vi no horizonte 
Conexão brilha a todo instante

Minha guig fazendo oq nunca vi antes 
Segura essa bomba a banca é bronca 
77 respeito máximo! 
Chegou, ficou, derramou feito ácido
Defumou todo espaço

Torrando grana, Dichavando skunk
Tacando fogo na folha da blunt
Rajadão de flash vi no horizonte 
Conexão brota a todo instante

Minha guig fazendo oq nunca vi antes 
Segura essa bomba a banca é bronca 
77  respeito máximo! 
Chegou, ficou, derramou feito ácido
Defumou todo espaço

Psiu, psiu, psiu me respeite
Eu bato de frente e só ando atenta
Sempre ciente da nossa patente
É que o corre é forte e o sistema é quente

Patente alta e de raça
Nois que toma conta da praça
É que o corre é forte e só anda pra frente 
É que o corre é forte e só anda pra frente 

Chegando a mais loka no pike alerquina
De olho vermelho. E meu but no pé 
Curinga do lado meu aliado
Zuando, gastando e tirando uma panca
Segura a bronca

Fumando, gastando e tirando uma panca.
Segura a bronca neguin
Tráratatá.


LITORAL MÁGICO
Composição: Lívia Ellen
BR7PI2400031

"Literal Mágico tem uma história interessante: Eu era vocalista da banda Jane Roots, e fiz essa faixa  no momento em que Rael veio cantar aqui. Na minha cabeça, eu mostraria essa música a ele. A verdade é que no show dele, eu não cheguei nem no camarim, e essa música ficou, era uma das únicas autorais da banda. A gente fazia releituras de reggae, mas tinha Litoral Mágico já no meio. E aí eu tinha uma guia gravada dessa música. E eu aproveitei uma viagem para Itacaré, e aí eu falei: "bora aqui, Willinha, tem uma gravação aqui, 'bora gravar essa música'. Gravei as imagens, fiz o clipe, só com a guia. E nunca mais eu vi essas imagens. Três anos depois, eu consegui resultar essas imagens e produzi a música. Ela é uma música toda instrumental. A gente fez o baixo com Marcelão, da Ramanaia, David Prates fez a percussão, porque ele já tocava na Jane Roots com a gente, Dan Cruz fez a guitarra (ele é o pai da minha filha mais nova), e K-Boco fez toda a produção, os teclados também, a música toda instrumental (gravada com instrumentos reais), inclusive a gente estava falando sobre isso, a gente quer fazer ao vivo, assim com banda, a gente teve essa necessidade de fazer ela toda instrumental, mudamos o andamento da música, ela ficou mais rápida, e quando eu fui botar para gravar, para editar o clipe, como é que fazia se estava no diferente o andamento da música? Quem aditou essa faixa foi Boneco do Atentado Napalm, que também que fez as artes do álbum do CIPA, e eu falei: 'você vai ter que me ajudar com isso daqui', então ele fez a mágica e conseguiu editar tudo certinho. Lancei essa faixa com dois meses de resguardo, e foi todo junto: Psiu! eu estava grávida, teve lançamento do CIPA Rap, quando eu ganhei neném, e o Litoral Mágico veio quando eu estava amamentando."

Foi descendo a ladeira 
que eu vi passar por mim,
Na minha cabeça como brisa leve 
aquele momento nós dois
Será que pensou em mim?
Mãos na cintura juntando dois corpos
entregues ao ritmo, hô
entregues ao ritmo. hôo

e o tempo parou, (ouou)
tudo esfumaçou. (ouou)
fiquei com saudade mas pra liberdade 
o tempo é leve
movimento é arte, nas ruas da cidade.

Mas e ai, vamos sair da babilon
pegar a estrada, bota a lupa na cara liga o som
horizonte geográfico, a nossa bahia
o litoral mágico, sente a maresia
não deixa apagar a brasa
me da seu moletom 
e simbora fazer fumaça, massa.

Vamo gastar o tempo, ooh, o sol irradia, 
depois voltar pra correria, né.
construindo cada dia, (é)

Nossa bateria deixa que o sol recarrega
a paz de um lugar onde vc está, me leva
Nessa vibração, eleva.
Nessa vibração, eleva, me leva.

Descarregando letra, eleve
a luz da lua supera qualquer treta, releve.
Descarregando letra, eleve
a luz da lua supera qualquer treta.
Releve, eleve, me leve.
Nessa vibração, eleva, me leva.

Sativa não é droga, o sistema que é.
Pra fumar um baseado 
tenho que correr dos gambé.
Quando a liberação será enfim declarada?
Quero plantar minhas sementes guardadas.
Mudando as prioridades 
dessa polícia comprada.

Vários inconscientes 
em meio a guerra absoluta
não surta disputa, avante na luta, vai.

Conexões de alma nessa terra de ouro.
Nosso legado aqui que é o tesouro.
Desperte o que tu sente crente 
qual vossa verdade?
Ta tudo no pensamento,
a mente cria a realidade.

Estabeleça, faça com que o mal desapareça.
Sintonize a frequência da sua existência.
Se proteja. Fé naquele que te dá certeza.
Olhe com clareza, análise, 
e a partir de hoje cresça. 

Descarregando letra, eleve.
A luz da lua supera qualquer treta, releve.
Descarregando letra, eleve.
A luz da lua supera qualquer treta.
Releve, eleve, me leve.
Nessa vibração, eleva, me leva.


BRASA, BRINDES E GEMIDOS
Lívia Ellen, Serginho MPC
BR7PI2400032

"Acho que todo poeta, em algum momento, vai pegar todo o sentimento do seu coração, expressar nas letras, nas palavras, aquela paixão avassaladora que serve de inspiração. E sobre a love song, tem muita gente que, quando o amor se perde a love song fica, mas vejo muitos artistas que querem tirar do ar, não querem cantar mais, mas a música, quando a gente entrega pro público, já não é mais só nossa. Então, quando eu canto essa faixa, para mim talvez não seja mais tão real, mas para alguém vai ser. E essa é essa paixão avassaladora, que para alguém vai servir. E é uma música muito linda, acho que fica linda na minha voz, tenho muito carinho por ela. Costumo pensar que vários casais vão ouvir, se apaixonar também. Eu gravei a voz aqui, em Conquista, e mandei para São Paulo, para o DJ Serginho MPC fazer a produção. Foi mais uma parceria dos dois estados, Bahia e São Paulo. Conquista e São Bernardo do Campo."

Tem coisas que me fala que me deixa boba
Exala na alma e ecoa na cabeça

Gosto da sua voz cheia de marra 
e ao mesmo tempo domina paz

Momentos gostosos e horas iguais
Quero por perto quem me faz bem
E ainda faz mais, e ainda faz mais

Me escuta e na cama me chinga
já te falei que gosto mesmo da sua ginga
Encaixa perfeito e dança nossa língua
Rebola pro pai e kika sua bandida

No céu vai ser assim se me encontrar por lá
Falou que amassei saí dando risada
É uma delícia nossa revoada
De novo me deixou suada

Me pega no colo, eu adoro, acho graça.
Nois dois é brasa, brindes e gemidos.
Sabe me deixar louca e eu gozo sorrindo.

Me pega no colo, eu adoro, acho graça.
Nois dois é brasa, brindes e gemidos.
Sabe me deixar louca e eu gozo sorrindo.

Me escuta e na cama me chinga
já te falei que gosto mesmo da sua ginga
Encaixa perfeito e dança nossa língua
Rebola pro pai e kika sua bandida

No céu vai ser assim se me encontrar por lá
Falou que amassei saí dando risada
É uma delícia nossa revoada
De novo me deixou suada

Me pega no colo, eu adoro, acho graça.
Nois dois é brasa, brindes e gemidos.
Sabe me deixar louca e eu gozo sorrindo.

Me pega no colo, eu adoro, acho graça.
Nois dois é brasa, brindes e gemidos.
Sabe me deixar louca e eu gozo sorrindo.

BREGADEIRA
(Lívia Ellen)
BR7PI2400033

"Quando eu estourou esse suíngue baiano chamado "bregadeira", os meninos da produção desse estilo estavam loucos por meninas que fizessem o que eles chamam acapella, que é cantar o refrão da música, que é justamente nesse estilo, mas normalmente as meninas que cantam nessa pegada fazem algo mais explícito. Fui convidada a fazer para alguns desses meninos e fiz, era dois artistas.
Fiz algumas músicas para eles, e a produção foi demorando, demorando… Então, juntei com o DJ Bruno Mixer e consegui fazer sete faixas da Bregadeira, algo que trouxe com minha cara também. Tentei unir um pouco desse ritmo com tudo que eu faço, elementos de ritmos, um pouco do rap dentro da "bregadeira", sem ser muito explícito, que tivesse minha cara, que eu pudesse me jogar, também que eu pudesse dançar, que pudesse envolver nos meus shows. Em vez de fazer para outras pessoas, eu fiz o meu próprio trabalho."

1 - Um gole

Um gole e mais um trago
Um gole e mais um trago

É Fogo na house
Só os aliado
Cerveja gelada
Bate de verdade

Virada chapada
Pela quebrada
Bebida descendo
E Fumaça pro alto

Segura essa briza mano
A panca da banca
De quebradinha
gastando onda

Segura essa briza mano
A panca da banca
De quebradinha
gastando onda

Um gole e mais um trago
Um gole e mais um trago

É Fogo na house
Só os aliado
Cerveja gelada
Bate de verdade

Virada chapada
Pela quebrada
Bebida descendo
E Fumaça pro alto

Segura essa briza mano
A panca da banca
De quebradinha
gastando onda

Segura essa briza mano
A panca da banca
De quebradinha
gastando onda


2 - Bota a lupa

Só botar fé
De carro ou a pé
Só quem é ligeiro
Sabe como é
Acelera na curva
Os grave ta batendo
Tudo tá tremendo
Acende um bota lupa
No front na reta
 no sol ou na chuva
Esse nego me deixa maluca
tamo sem freio
não tem mais jeito
Arrepia a nuca
Acende um bota lupaa
Acende um bota lupaa

Com as menina embrasando
 to suando
Tô queimando 

no corre a milhão 
tamo sem freio
não tem mais jeito não

Acende um bota lupaa
Acende um bota lupaa
Acende um bota lupaa
Acende um bota lupaa


3- estrala nas caixas

Pane no sistema
Sente a maresia
Livex ta presente
Nois que faz a correria

bote esse som 
e a fumaça pro alto
É hit atrás de hit
Ce não contava de fato

Vixi Aguenta o pike
Estrala nas caixa
Coloca logo fogo no bom, e relaxa

Vixi Aguenta o pike
Estrala nas caixa
Coloca logo fogo no bom, e viaja
Coloca logo fogo no bom, e relaxa
Coloca logo fogo no bom, e viaja

Coloca logo e fogo no..





🟠 Disponível nas principais plataformas de streaming.

FICHA TÉCNICA

Memória Musical do Sudoeste da Bahia apresenta: Toca Autoral! - II Temporada
Produção: Plácido Oliveira [http://linktr.ee/placidoliveira]
Agradecimentos: DJ Thigaz, Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista - Secretaria de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Raiane Sousa.
Gravado em 11 de maio de 2024, na Casa Memorial Governador Régis Pacheco.
Vitória da Conquista, Bahia, Brasil.
Publicação: 28 de agosto de 2024


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Podcast | Memória Musical do Sudoeste da Bahia [zine] Edição Especial | Letras cifradas


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Plácido Oliveira

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