O projeto resgata a história dos antigos carnavais de Vitória da Conquista.
Comemorações do Carnaval de 1986, em Vitória da Conquista. Foto: Acervo MunicipalNa próxima segunda-feira (7), será lançado nas plataformas digitais o podcast “Muitos Carnavais”, realizado pelo Algazarra - O Bloquinho, manifestação cultural liderada pelos jornalistas Ana Paula Marques e Rafael Flores, e pela Vagalume Press, com apoio da Lei Paulo Gustavo. O podcast celebra e resgata a história do carnaval local por meio de um olhar documental sobre personagens que ajudaram a construir a identidade festiva da cidade.
A história é narrada a partir da segunda metade do século XX, quando uma efervescência cultural tomou conta do Brasil, refletindo-se também no interior da Bahia. Em Vitória da Conquista, diversas manifestações afro-brasileiras — como batucadas, blocos afro e escolas de samba — surgiram.
É nesse contexto que o podcast se propõe a contar a história, a partir de quatro figuras centrais: Vó Dôla, Zé Baticabo, Pai Celi e Dona Dió. Cada um dos quatro episódios mergulha na vida e legado desses personagens, trazendo à tona suas contribuições para a cultura carnavalesca de Conquista.
O projeto do podcast surgiu com o propósito de resgatar e preservar as tradições carnavalescas da cidade, que se perderam ao longo dos anos. Segundo Ana Paula e Rafael, a intenção é manter viva a memória e a influência cultural desse movimento, apresentando-o às gerações atuais e futuras. “Queremos homenagear essas figuras, evidenciando a importância de cada um deles para a memória e o patrimônio cultural da cidade e, acima de tudo, fortalecer o sentimento de pertencimento e identidade conquistense”, afirma Ana Paula Marques.
O Podcast Muitos Carnavais é uma realização do Algazarra - O Bloquinho e Vagalume Press com apoio do Governo Federal, Ministério da Cultura, Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, através da Lei Paulo Gustavo.
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Publicado originalmente em 01/10/2024, em Mega Rádio VCA.
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Aberta a temporada do carnaval em Vitória da Conquista.
Na tarde deste domingo, 04, quem voltou às ruas da joia do sertão baiano foi o bloquinho Algazarra, que tem a frente os jornalistas Rafael Flores e Paulinha Marques, além de outros colaboradores que formam a equipe que organiza essa bonita iniciativa.
O cortejo teve início na Praça da Escola Normal e percorre as avenidas Siqueira Campos e Vivaldo Mendes ao som dos tambores da Marujada Mirim.
O “Algazarra – O Bloquinho” é promovido pela Vagalume Press, recebe o patrocínio do Governo da Bahia, Bahiagás e Deputado Fabrício, e parceria da Casa da Cidadania. Além disso, conta com o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.
Claro, todas as atividades são gratuitas e a animação é que dá o tom da festa.
Parabéns!
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Publicado originalmente em 04/02/2024, em Blog do Rodrigo Ferraz.
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Fantasiados de unicórnio ou tradicionalmente mascarados, os foliões dançaram e se divertiram na Praça da Bandeira, palco do Carnaval Conquista Cultural. Nesse domingo (11), as marchinhas abriram o segundo dia de festa, fazendo o público se lembrar dos antigos carnavais.
Depois foi a vez da cantora Narjara Paiva e sua banda agitarem a “Galera da Amizade LGBT”. Canções como “Eva”, “Faraó”, “Haja amor” e “O Canto da cidade” fizeram a plateia sair do chão.
“É uma satisfação muito grande poder trazer a Galera da Amizade para um evento tão maravilhoso. Aqui, podemos mostrar que o movimento LGBT se faz presente em todos os setores da sociedade e que temos os mesmos direitos”, declarou a organizadora do bloco, Margarete Lucena.
A coordenadora geral do Grupo Safo, Rosilene Santana, lembra que esse é o segundo ano em que a entidade participa do Carnaval Cultural. “E quando se fala de cultura é preciso falar também que precisamos de respeito, de direitos humanos. O que a gente traz de mensagem esse ano é: ‘Não a violência e sim a paz. Direitos iguais’. Não queremos nada além do limite e sim direitos iguais”, comentou.
Já o bloco “Maria Vem Cazoutras” foi puxado por Nandinha Freire e Banda e trouxe para praça o tema “Respeita as Minas”, com o objetivo de chamar a atenção para o combate e o enfrentamento à violência contra a mulher.
Para quem preferia menos agitação, o Palco Alternativo era a melhor escolha. “Dá vontade de chorar quando ouço essas músicas. Isso não acaba. Ela vai renascer para todos os conquistenses lembrarem o que era o carnaval, o que é viver, o que é amar e gostar da coisa boa”, disse José Carlos de Oliveira, 65 anos. O conjunto que organiza, “Quebra, quebra gabiroba”, era um dos responsáveis pela animação dos carnavais da década de 70.
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José Carlos de Oliveira, organizador do conjunto “Quebra, quebra gabiroba” |
Para o organizador do Carnaval Conquista Cultural, Dillan Júnior, a 7ª edição da festa já começou muito bem: “Muita gente na praça, banda boa apresentando. Narjara Paiva dando o maior show, bandas de marchinhas, charangas, o palco alternativo está show de bola. Está muito lindo”, afirmou. O carnaval tem apoio da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria de Cultura.
A autônoma Aleomaline Silva saiu do Vila América com filhos, noras e amigos para curtir o Carnaval Conquista Cultural na praça. Aproveitou para declarar: “Tá maravilhoso, revivendo os carnavais antigos, matando a saudade”.
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A autônoma Aleomaline Silva saiu do Vila América com filhos, noras e amigos para curtir o Carnaval Conquista Cultural |
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Publicado originalmente em 12/02/2018, em PMVC.
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Passava do meio-dia deste sábado (10), quando baianas, carregando vasos com flores brancas e água de cheiro, espalharam pipoca e perfume pelas ruas do centro de Vitória da Conquista, simbolizando a alegria e a prosperidade que desejam para o município.
Os tabaques do Terreiro Ilê Axé Alaketú Omin Togun e a banda de Marchinhas (Bamvic) animaram o cortejo que saiu da Praça Tancredo Neves, em frente à Catedral Nossa Senhora das Vitórias. Foram em direção à Alameda Ramiro Santos, onde ocorreu a tradicional lavagem. De lá, as baianas e os foliões seguiram para a Praça da Bandeira.
Com danças e muita música, a banda percussiva Azizi encerrou os festejos deste primeiro dia de Carnaval Conquista Cultural.
Um dos tocadores era o ogan do Terreiro do Ilê Axé Alaketú Omin Togun, Saulo Silva. “Nosso terreiro continuou com essa tradição, colocando esse movimento adiante em Vitória da Conquista. Já participo há cinco anos e pela primeira vez trouxe meu filho de um ano e quatro meses pra estar no movimento também”, comentou.
A Lavagem do Beco é uma tradição dos antigos carnavais da cidade que foi resgatada pela programação do Carnaval Conquista Cultural.
Para Graça Alves, presidente da Rede Caminhos dos Búzios e do Movimento Ogum Xoroquê, é uma alegria participar da Lavagem: “É uma felicidade para gente e essa lavagem representa justamente uma carga de energia positiva. Sempre acontece no primeiro dia de carnaval para que a festa ocorra em paz”.
“Quando vejo essas baianas é como se eu visse a origem de todos nós. Como nós devemos à África e por isso devemos referenciar as baianas que são o grande símbolo da cultura nacional. Elas lavaram a alma das pessoas e com seus cânticos animaram a todos, pois ninguém resiste a essa batida”, declarou a secretária municipal de Cultura, Tina Rocha.
Segundo Tina Rocha, é uma satisfação para o Governo Municipal apoiar esse evento que devolveu às ruas o carnaval em família. Famílias como a da enfermeira Kelly Paula Cerqueira. Pela primeira vez ela, seu esposo e a filha mais nova participaram do Carnaval Conquista Cultural. “Nós nos mudamos pra Conquista esse ano e resolvemos conhecer o carnaval daqui. Estamos gostando. Minha filha já arrumou até uma amiguinha aqui e estamos nos divertindo”, disse a foliã.
Confira a programação dos blocos:
Domingo (11/02)
Banda de Marchinhas (BAMVIC)
Galera da Amizade LGBT
Maria Vem Cazoutras
Segunda (12/02)
Mamãe eu quero
As Mukiranhas
Omolú Asé
Terça (13/02):
Banda de Marchinhas (BAMVIC)
Os Bambas
Curtaki
Vadinho Barreto, Rafael Barreto e Banda Brincando de Cordas
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Publicado originalmente em 10/02/2018, em PMVC.
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A festa popular retorna às ruas no próximo dia 4 de fevereiro. Na 4ª edição, o evento celebra figuras centrais na formação da identidade carnavalesca da cidade.
No próximo dia 4 de fevereiro, o bloquinho de pré-carnaval Algazarra estará de volta às ruas de Vitória da Conquista, após um período de hiato causado pela pandemia da covid-19. Na 4ª edição da festa, o ponto de encontro dos foliões será a Praça Crésio Dantas Alves, conhecida popularmente como Praça da Normal, a partir das 15h. O evento terá início com um cortejo que irá percorrer as avenidas Siqueira Campos e Vivaldo Mendes. Neste ano, o tema do bloco será “Muitos Carnavais”, em alusão à história dos antigos carnavais locais e aos elementos culturais que compõem o festejo popular.
Vó Dôla e Zé Baticabo, duas figuras importantes na formação da identidade carnavalesca da cidade, são os homenageados desta edição. A primeira foi parteira, benzedeira e líder religiosa. Ela dá nome ao primeiro quilombo urbano de Vitória da Conquista, a Comunidade de Vó Dôla, que recebeu a certificação da Fundação Palmares no último dia 18. Já o segundo homenageado teve um papel fundamental na organização das batucadas, grupos compostos principalmente por indivíduos negros das periferias, que atingiram seu auge nos anos 70. Ele influenciou a formação dos afoxés e de escolas de samba da região.
Para honrar os legados de ambas as figuras, a organização do Bloco Algazarra decidiu nomear o circuito percorrido de “Circuito Vó Dôla”, enquanto o palco do evento será chamado de “Palco Zé Baticabo”. Além disso, a programação inclui a participação de descendentes da matriarca que deu origem ao Beco de Dôla, no bairro Pedrinhas. Estarão presentes os tambores da banda “Marujada Mirim” e o canto do grupo “Vozes do Beco”, compostos por netos e netas de Vó Dôla.
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O bloquinho Algazarra acontece desde 2018, em Vitória da Conquista. Fotos: Rafael Flores. |
Na ocasião, ocorrerá ainda o lançamento oficial do álbum “General Marinheiro: Pontos de Seu Martin Parangolá”, produzido pelo grupo “Vozes do Beco” e gravado no Terreiro de Xangô, também localizado no Beco de Dôla. A apresentação contará com a participação especial da cantora Géssica Maria, que busca promover a cultura do samba na cidade através do seu trabalho artístico.
O bloquinho Algazarra é promovido pela Vagalume Press, recebe o patrocínio do Governo da Bahia, Bahiagás, Deputado Fabrício, e possui parceria com a Casa da Cidadania. Além disso, conta com o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista.
Foto de capa: Rafael Flores.
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Publicado originalmente em 26/01/2024, em Conquista Repórter.
Publicado originalmente em 26/01/2024, em Conquista Repórter.
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A festa da classe trabalhadora foi apagada pelo governo “para pessoas” de Sheila Lemos. O que começou como um adiamento do festejo por conta da pandemia da covid-19, se tornou, ao que parece, uma política permanente.
Mais um mês de fevereiro, mais um ano sem uma programação de Carnaval em Vitória da Conquista. Uma rápida busca on-line nos mostra que, desde 2021, o clima carnavalesco não toma conta das ruas da cidade, pelo menos não por iniciativa do Poder Público municipal. O que começou como um adiamento da festa por conta da pandemia da covid-19, se tornou, ao que parece, uma política permanente.
Com a exceção de eventos privados e algumas produções independentes que buscam manter viva a cultura popular, a exemplo do Bloco Algazarra, não há lugar para foliões e foliãs no terceiro maior município da Bahia. Ficaram para trás os dias em que baianas carregando vasos de flores e água de cheiro caminhavam pelo Centro, na tradicional Lavagem do Beco. As celebrações que reuniam as pessoas na Praça da Bandeira existem agora apenas na memória daqueles que marcaram presença nas edições do Carnaval Conquista Cultural.
Há quem diga que existem outras prioridades para a aplicação do dinheiro público. “É melhor usar o recurso para a saúde, o transporte, a educação”. Mas é preciso compreender que o Carnaval não é somente mais uma festa no calendário do país. “É arte, é cultura, é direito à cidade”. Essa é uma definição nas palavras do advogado Claudio Carvalho, doutor em Desenvolvimento e Planejamento Urbano e professor na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB).
O Carnaval é, antes de mais nada, um instrumento político. Em sua essência, é uma festa democrática, uma das principais manifestações culturais da classe trabalhadora. Estamos falando do momento em que todas as pessoas, diversas e plurais, podem ocupar as ruas da cidade e lutar contra diferentes tipos de opressão, por meio da arte, da cultura, da folia e da alegria.
Além disso, a festa carnavalesca é um movimento que carrega em si a história do próprio município e das pessoas que a construíram, como Vó Dôla, Zé Baticabo e tantas outras. Por isso, é necessário questionar: onde está o Carnaval popular de Vitória da Conquista? Cultura é um direito. Festa na rua, do povo para o povo, também gera emprego, renda e oportunidade de sociabilidade. Não pode prevalecer o projeto político e religioso que tenta apagar a cultura popular da cidade.
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Publicado originalmente em X06/02/2024, em Conquista Repórter.
Publicado originalmente em X06/02/2024, em Conquista Repórter.
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Por Dirlêi A Bonfim*
Ao iniciar esse ensaio, estava aqui fazendo uma releitura da última edição do Livro do Professor Roberto DaMatta, acerca do carnaval, bem como, todas as relações sociais, representativas, culturais, políticas, recreativas e simbólicas, que esta festa nos apresenta. O Carnaval é sem dúvida uma das maiores festas populares do mundo. Um evento que leva às ruas todas as manifestações de todas as classes, cores e raças, todos os credos, misticismos, utopias, valores, motivos e compreensões pela diversidade que os desfiles se apresentam nas ruas das cidades brasileiras, cada uma das pessoas com a sua forma e maneira peculiar de se manifestar. Na busca de uma alegria coletiva, um prazer da carne, quiça imaterial, espiritual, que se compartilha e é compartilhado por multidões em todas as praças e avenidas pelas cidades afora. Sobre a origem do Carnaval, segundo o Professor Meuli, filólogo suíço Karl Meuli(1971), a palavra Carnaval deriva da palavra italiana Carnavale, mas explicações linguísticas, mitológicas e etimológicas são mais amplas e diversas. Que vão desde as festas pagãs do Sec. V, A/C, passando pelas festas e comemorações advindas para além do iluminismo, até os nossos dias, naquilo que cada sociedade compreende e se manifesta através dos encontros e das festas populares. O Professor Meuli lembra que já se pensou que “carnaval” derivaria, ou do carus navalis (carruagem naval), do deus grego Dionísio em Atenas, ou até mesmo do navio da deusa egípcia Ísis. Mas para o etimólogo suíço, foram Merlo e Wartburg os linguistas quem demonstraram de modo irrefutável “que a palavra [carnaval] se refere ao início dos quarenta dias de jejum, não no sentido de carne, vale! — Carne, adeus! –, mas no sentido de carnem levare, ‘trazer, retirar a carne da mesa’ (Roma, século XIII: carnelevarium; Milão, século XIV: carnelevamen)”. O Carnaval no Brasil, há quem diga que o ano realmente só começa após essa data, que é uma cultura enraizada no nosso país. Há pessoas físicas e jurídicas, que trabalham o ano inteiro para a concepção e construção das fantasias e alegorias, bem como, os Foliões, que muitas vezes pagam seus carnês, durante um ano inteiro para garantir sua participação no desfile em alguma Escola e ou Bloco de Trio Elétrico. Ela é uma data transitória que arrasta multidões pelo Brasil e costuma parar as cidades. O Carnaval é uma data tão presente na cultura brasileira que a sociedade já conta e espera por essa data. Como sabemos, o carnaval não é produto do pensamento moderno. Ele já existia até na Idade Média e nas sociedades Medievais, portanto, não é algo tão novo e moderno. Como se dá a realização dessa festa? Aí perpassa por todo um processo de planejamento invejável até para as grandes corporações, voltados e pautados pelo resultado/lucro, expressão maior do mundo capitalista, que transforma tudo em mercadoria. Há ainda, aqueles que classificam como a indústria do carnaval, que vai gerar muito turismo, emprego e renda e claro, vai trazer consigo todos os desdobramentos de uma festa com essa dimensão. (tudo demais, muito sexo, diversão, droga, crimes de toda natureza, consumo, e consumo). Por vezes, somos induzidos a pensar nessa festa, apenas como o desfile de escolas de samba e trios elétricos com os patrocínios públicos e privados, do estado, das cervejarias, emissoras de rádio e tvs e outras empresas capitalistas que estão visando nele apenas o lucro. Será o carnaval aquele que é televisionado nas ruas de cidades como Salvador, Rio e outros Estados do Brasil onde você tem que comprar uma fantasia qualquer ou abadá para festejar? E assim, alimentar essa tal indústria do Carnaval, será que é só isso? Numa sociedade de aparências, hipocrisias, fantasias, mentiras e simbolismos, tudo isso está muito bem representado nas Avenidas, ou para além delas. O Capitalismo faz tudo que o interessa “permitido ou não” em prol do Lucro e da sua acumulação. É lógico que o capital sempre se apropria de “produtos” em transformar o carnaval em mais um produto de consumo para potencializar os Lucros. Mas, existem outras formas de fazer a festa (o carnaval), com a participação popular de forma mais simples e barata. Segundo o Professor DaMatta (1997), no seu clássico: Carnavais, Malandros e Heróis, em que traça relações entre o carnaval, a religiosidade e a hierarquização da sociedade. Ressalta as inversões e entrelaçamentos entre as classes sociais e gêneros durante a festa e analisa, o “politicamente correto” em uma festa pautada pela irreverência. O antropólogo comenta, ainda, se o país tão marcado por tragédias e notícias ruins, deveria interromper os festejos carnavalescos. Mas, ao mesmo tempo, pondera que o Carnaval, na verdade, é o momento do encontro, entre os amigos, família, momento também da reflexão e extravasamento de todas as angústias do dia a dia, bem como, a crítica sobre o cotidiano das mazelas na política partidária, inclusive com a encenação e execração das personagens tortas e tortuosas no mundo político. Assim, como a tradição da queima do Judas, todos os anos no (sábado de Aleluia), para os dias de Carnaval, há sempre os blocos com muita criatividade e irreverência para a crítica aberta e a execração pública aos mal feitores do mundo político, por toda a patifaria, corrupção, incompetências, crimes e malversação, que os seus atos desumanos, causam de dores e sofrimentos às sociedades. Segundo D. Hélder Câmara (1975), o “Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida. Peca-se muito no carnaval? Não sei o que pesa mais diante de Deus: se excessos, aqui e ali, cometidos por foliões, ou farisaísmo e falta de amor por parte de quem se julga melhor e mais santo por não brincar o carnaval. Brinque, meu povo querido! Minha gente queridíssima. É verdade que na quarta-feira a luta recomeça, mas ao menos se pôs um pouco de sonho e alegria na realidade dura da vida!”O pensamento anarquista surgiu com as ideias do político e filósofo francês Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865). Membro do Parlamento francês, durante certo tempo, e oriundo de uma família de pequenos burgueses, Proudhon criticou severamente a presença do Estado nas organizações políticas e a aquisição da propriedade privada.
“Segundo o francês, a propriedade privada, símbolo maior do capitalismo, era o maior motivo da desgraça humana” e o Estado era apenas um aparato repressor criado para controlar a vida das pessoas e mantê-las presas à lógica capitalista. Outro grande pensador do anarquismo foi o teórico político russo Mikhail Bakunin (1814-1876). Bakunin conheceu os ideais de Proudhon e o socialismo científico de Marx e Engels. Ele divergiu dos teóricos comunistas, em especial, na questão da presença do Estado nas revoluções populares, e também elevou a um grau mais radical as ideias do francês Proudhon, bem como, de outros pensadores. Para Bakunin(1852), “era necessária uma revolução sangrenta, a partir de ações práticas e fortes que derrubassem de vez o Estado e implantassem um sistema político democrático direto, livre, autônomo, baseado na autogestão e sem figuras de lideranças políticas.” Por que muitos, tentam classificar as atividades e manifestações do carnaval como manifestações do anarquismo? Primeiro, por ter havido ao longo dos anos, uma desconstrução do vocábulo: real significado de Anarquismo substantivo masculino[Política] Teoria política que afirma ser a sociedade uma instituição independente do poder do Estado; teoria social e política que não aceita a submissão da sociedade aos poderes governamentais e/ou à autoridade do Estado. O anarquismo tem como princípio básico a autogestão democrática da política, ou seja, no sistema anarquista não existe governo, não existe Estado, não existem lideranças, não existem instituições econômicas, e a lei é criada e exercida pela participação de toda a população. O anarquismo prega a valorização da liberdade individual, a partir da extinção do capitalismo e das instituições estatais, por isso é chamado também de comunismo libertário. Para os anarquistas, não deve haver qualquer tipo de força repressora da liberdade humana, assim o Estado deve ser extinto. O ser humano deve ter o princípio da liberdade como força motriz de sua ação, pois na visão anarquista, se todos têm as mesmas condições socioeconômicas e submetem-se às mesmas condições legais autogestionárias (submetem-se a uma lei comum que não privilegia uns e absolve outros e não têm como figura central as instituições), as ações contra o bem comum desaparecerão. O princípio da liberdade anarquista é elevado ao máximo, ao concluir que o ser humano deve ter total direção e controle de sua vida individual, desde que não interfira na vida alheia. Dessa forma, os anarquistas veem a maioria das leis como artifícios de controle que apenas mantêm as pessoas conformadas com a ordem vigente, pois temem serem punidas, com base nas leis, constituições e regulamentos”. Na Etimologia (origem da palavra anarquismo). Anarquia + ismo. O anarquismo critica principalmente exploração econômica do sistema capitalista e o que chama de dominação político-burocrática e da coação física do Estado. Os anarquistas não buscam uma revolução política, mas uma revolução social. O pilar mais conhecido da teoria anarquista é a crítica ao Estado e a crença em um território baseado na autogovernança. A crítica se estende a todo e qualquer tipo de sistema em que há Estado, dos que agem com intervenção mínima à máxima, dos mais autoritários aos mais liberais. Do ponto de vista histórico e científico: “Na visão anarquista todo e qualquer governo tinha como fim último legitimar uma nova classe no poder e cercear as liberdades individuais. Por isso, a Ditadura do Proletariado era vista pelo ideal anarquista enquanto uma mera reprodução dos Estados Liberal-Burguês ou Absolutista.” Sem a figura opressora do Estado, potencialização das liberdades, conquista da autogestão, uma sociedade livre, ética, respeitosa e responsável para decidir de forma civilizada, educada, consciente e qualificada o melhor para toda a coletividade”. Por isso mesmo, ainda num processo de Utopia… Do grego “ou+topos” que significa “lugar que não existe, ou a se alcançar um lugar do esplendor”. No sentido geral, o termo é usado para denominar construções imaginárias de sociedades perfeitas, conforme os princípios filosóficos de seus idealizadores. Na visão de M.Bakunin(1855), vai afirmar: “Só serei verdadeiramente livre quando todos os seres humanos que me cercam, homens e mulheres, forem igualmente livres, de modo que quanto mais numerosos forem os homens livres que me rodeiam e quanto mais profunda e maior for a sua liberdade, tanto mais vasta, mais profunda e maior será a minha liberdade, quanto maior a liberdade, igualdade, consciência ética, fraternidade, mais possibilidade de uma sociedade altiva, independente, livre e justa”. Segundo Proudhon (1862), “Ser governado significa ser observado, inspecionado, espionado, dirigido, legislado, regulamentado, cercado, doutrinado, admoestado, controlado, avaliado, censurado, comandado; e por criaturas que para isso não tem o direito, nem a sabedoria, nem a virtude… Oh personalidade humana! Como pudeste te curvar à tamanha sujeição durante sessenta séculos? Não compreendeu ainda, que a liberdade, igualdade, autonomia, ética, intelectualidade, são fontes da dignidade humana…? O que fazes, que ainda se-submete a tanta opressão”…? Segundo Malatesta (1897), “Anarquista é, por definição, aquele que não quer ser oprimido, nem deseja ser opressor; é aquele que deseja o máximo bem-estar, a máxima liberdade, o máximo desenvolvimento possível para todos os seres humanos, de forma solidária, fraterna e justa”. A partir de Paul Feyerabend (1949), que vai representar a radicalização sobre os fundamentos da ciência. Ele postula que a ciência é uma atividade metodologicamente anárquica e que é apenas um dos modos de vida possíveis. Isto porque há vários fatores que determinam o desenvolvimento científico, desde a metafísica até a política e a economia. Ainda, segundo Feyerabend (1955), a ciência, assim como a religião, foi imposta pela cultura ocidental de forma unilateral. Assim, nos faz crer, num sentido maior e mais profundo, quanto a relação de liberdade da sociedade, na “festa carnavalesca”, do mesmo modo que ocorre em rituais religiosos, seja católico, ou não, suspende as ordens hierárquicas, provocando verdadeira contraposição não apenas da temporalidade, mas também da estrutura de poder normativa que o cotidiano estabelece. E isso está relacionado com aquela “anarquia legal”. A analogia entre carnaval e o anarquismo, que se coloca, pela forma em que a liberdade é pensada e exercida de forma possível, não integral, mas com toda potência peculiar das manifestações mais legítimas advindas do povo. E isso nos remete a imaginar uma sociedade com amplo poder de liberdade e autonomia, autogestora, senhora dos seus rumos e percursos, o povo/sociedade integralmente livre, organizado e senhor de si, sem as amarras, a vigilância e a opressão do estado, com todo o seu aparato e despotismo autocrático, presente em qualquer regime político e ou modelo existente.
**contribuição do Professor DsC. Dirlêi A Bonfim, Doutor em Desenvolvimento Econômico e Ambiental, Professor de Sociologia da SEC/BA**E no Curso/Plano de Formação Continuada SEC/IAT/BA.*02/2024.1**
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Nota do Editor: o texto acima, disponibilizado espontaneamente pelo autor, foi publicado neste site para fins de preservação histórica das movimentações artísticas, especificamente musicais, existentes em nossa região (Fase 2 do Projeto), não representando, em qualquer nível, a opinião/posicionamento do Memória Musical do Sudoeste da Bahia. O espaço, reiteramos, é disponibilizado a todos, desde que guardando relação com o nosso objeto de pesquisa - a musicalidade da região sudoeste da Bahia.
Registrar a memória histórica de nossa cidade é fundamental para mantermos vivas as tradições e a cultura de nosso povo.
Sou João Paulo, filho de José César Pereira, mais conhecido como Zé Baticabo, um dos homenageados do Bloco Algazarra, que esteve nas ruas de Vitória da Conquista no último domingo, 4. Quero parabenizar e agradecer a organização do bloquinho pela belíssima homenagem feita a meu pai e também a Vó Dôla, duas figuras icônicas que contribuíram para a história do carnaval da cidade.
Agradeço por me permitirem contar um pouco da história de “painho” (era assim que eu o chamava). Na ocasião, tive a oportunidade de falar sobre a sua importância histórica como folião e incentivador desta festa popular, que aprendi a amar com ele. Até pensei em estender um pouco minha fala no evento de homenagem, mas ali não era o espaço para me aprofundar. Entretanto, agora posso descrever melhor como as histórias de painho, de Vó Dôla e do Carnaval se entrelaçam.
Painho foi um incentivador do Carnaval de Vitória da Conquista dos anos 80. Membro de uma família de foliões da festa momesca, ele tinha o sonho de montar sua própria escola de samba, a “Unidos da Ponte”, mas lhe faltava o dinheiro para dar o pontapé inicial. Diante dessa impossibilidade, buscou a solução que lhe pareceu mais acertada naquele momento: incentivar os amigos donos das batucadas a transformá-las em escolas de samba.
Mas essa solução não surgiu apenas de uma vontade pessoal. No final dos anos 70 e início dos anos 80, o Carnaval de rua da cidade estava definhando. As festas principais haviam se concentrado nos bailes de salão, no Clube Social Conquista, no Clube Serrano, no Taquara e na AABB. As batucadas e os afoxés de caboclo estavam perdendo espaço nas ruas e muitos haviam deixado de desfilar. Caídor, Fae, Mãe Vitória de Petu e outros que não me recordo dos nomes, já tinham aberto mão dos desfiles carnavalescos. Um trio elétrico, o Alegria do Povo, tirava os holofotes das tradicionais entidades de bateria.
Zé Baticabo então percebeu que havia uma necessidade de ressignificar a festa de Momo em Vitória da Conquista, antes que ela sucumbisse à modernidade soteropolitana. Não que ele acreditasse que não deveria existir o trio elétrico no Carnaval, até gostava do som, mas achava que deveria ter espaço para todos os jeitos de brincar a festa.
Painho não era um acadêmico letrado, era um carpinteiro e marceneiro, que estudou até o que hoje seria o 8° ano do ensino fundamental II, portanto, seu olhar era a partir do empirismo puro, mas com uma boa visão crítica da realidade. Ele temia que a festa popular feita pelo povo da periferia desaparecesse com a chegada do trio elétrico e, principalmente, com a debandada da classe média para os bailes nos clubes, o que se tornava cada vez mais comum, já que a festa de rua começava às 13h e terminava às 18h, com o encerramento da apresentação do trio elétrico Alegria do Povo.
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João Paulo Pereira durante homenagem do Bloco Algazarra ao seu pai, Zé Baticabo, no último domingo, 4, na Praça da Normal, no Centro de Vitória da Conquista. Foto: Rafael Flores. |
Zé Baticabo acreditava que era preciso ressignificar a participação popular na festa de Momo, estender o horário do desfile das entidades carnavalescas, e ampliar o número de foliões nas batucadas e nos afoxés de caboclo. A saída que encontrou para tudo isso foi a criação das escolas de samba, uma novidade que atrairia mais pessoas. Esta crença era validada pela existência de um único bloco do Bairro Brasil, o belíssimo “Apaches”, que só em sua bateria tinha mais participantes do que nas duas batucadas que restavam nas Pedrinhas, pois as do Alto Maron já haviam acabado.
Neste sentido, a transformação de uma batucada em escola de samba foi fundamental para a continuidade do Carnaval popular de nossa cidade, mas não foi uma tarefa fácil. As batucadas tinham uma batida própria, uma musicalidade típica. Eram sempre alguns jovens fazendo os mesmos passos coreografados, enfileirados, seguindo uma ordem pré-estabelecida, uma ala de baianas, e atrás, a bateria, composta por algumas caixas claras, dois ou três reco recos, dois ou três gazares, atabaques, além dos surdos de marcação, que ocupavam um papel de destaque.
Para transformar a batucada numa escola de samba, seria necessário introduzir novos instrumentos nestas baterias, tambores 105, 115, repiques, pandeiros, cuícas, pratos, timbales e preparar os instrumentistas para tocar as novas adições. Para isto, painho levou alguns dos instrumentistas para fazer uma oficina nos ensaios do Bloco Apaches, do Bairro Brasil. Além disso, Vane trouxe integrantes da já existente escola de samba de Itambé, que passaram a desfilar também em Conquista.
As alegorias eram feitas por painho. Ele também era um dos diretores da escola de samba e o cara que pegava o livro de ouro e ia bater nas portas de alguns empresários conhecidos para arrecadar dinheiro, já que os foliões eram trabalhadores e trabalhadoras e não tinham como fazer nenhum investimento. As fantasias eram doadas. O poder público municipal subsidiava todas as entidades carnavalescas, mas os recursos eram insuficientes para a manutenção e os custos totais.
Era difícil manter uma entidade carnavalesca na cidade, mas a turma era resiliente. Painho, além de diretor da escola de samba Unidos da Serra, era o puxador oficial, cantava muito bem, afinadíssimo, dono de uma voz grave e possante. Ele se encarregava de sair da sede da escola cantando sambas enredos e entrar no circuito oficial, que começava na Praça Sá Barreto e terminava na Praça Barão do Rio Branco.
É importante lembrar que no Bairro das Pedrinhas ainda tinha a Batucada Conquistense, que era de Enedino, patriarca da Comunidade de Vó Dôla. É aqui que as histórias de Zé Baticabo e de Vó Dola se entrelaçam. Painho era muito amigo de Enedino, avô e pai desta turma que constitui hoje o primeiro quilombo urbano da cidade, devidamente reconhecido pela Fundação Palmares.
As entidades carnavalescas da periferia de nossa cidade eram muito mais do que apenas entidades carnavalescas. No Bairro das Pedrinhas, eram um meio de sociabilidade, de convivência social harmônica, com uma rivalidade saudável e solidária.
O mais importante aqui é trazer um pouco da história e da relevância das entidades carnavalescas para a festa de Momo em nossa cidade e para a população da periferia. Como participante e testemunha ocular destes eventos, hoje, na condição de historiador, tenho o dever de manter viva essa memória cultural de Vitória da Conquista, sem permitir que ela seja apagada pelo tempo e, principalmente, pelos avanços do capital sobre a nossa sociedade.
João Paulo Pereira é historiador e filho de Zé Baticabo.
Foto de capa: acervo pessoal.
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Publicado originalmente em 06/02/2024, em Conquista Repórter.
Publicado originalmente em 06/02/2024, em Conquista Repórter.
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A concentração dos foliões será neste sábado (18) na Praça da Normal
A última vez que o bloco saiu às ruas da cidade foi em 2019. Sempre levando alegria e celebrando as tradições carnavalescas.
O bloco é acompanhado com marchinhas de carnaval tocadas pelo grupo musical SECAGÁS que já possui um trabalho reconhecido na cidade, contamos também com um carro de som (com andar), com músicas tradicionais selecionadas pelo bloco, tornando o trajeto alegre e festivo.
A concentração dos foliões será na Praça Guadalajara (praça da Escola Normal).
O bloco surgiu em 2011 com a proposta de resgatar o tradicional Carnaval de Rua na cidade. Idealizado por Morgana Poiesis, Juliana Lima e um coletivo de amigos, o bloco levou uma multidão às ruas, com fantasias, adereços, diversão, alegria e muita arte. O Fita Amarela já fez parte da programação do Carnaval Cultural no ano de 2014, tendo a produção realizada pelos integrantes do Curso Livre – vinculado a Coordenação de Cultura da UESB – Laboratório de Corpo, Criação e Performance e Interferência, além de outros colaboradores e coletivos de artistas da cidade.
Serviço:
Bloco Fita Amarela
Data: 18/02/2023 (sábado)
Local: Praça da Normal
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Publicado originalmente em 17/02/2023, em Conquista de Fato.
O Carnaval Conquista Folia que iria acontecer nos dias 19, 20 e 21 de Fevereiro, na Chocha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, foi adiado. O evento que conta com patrocínio da Companhia de Gás da Bahia, através do mandato do deputado estadual Jean Fabrício Falcão, do Partido Comunista do Brasil, ainda não tem data para acontecer. Já o Point do Rock que seria no sábado (18) mudou para os dias 25 e 26 de Fevereiro. De acordo com organizadores do Point do Rock, a alteração aconteceu em atenção ao Ministério Público do Estado da Bahia, “por medida de segurança, visto que boa parte do efetivo de policiamento estará atuando no Carnaval de Salvador, decidimos por prezar pela segurança do nosso público e adiar o evento para a próxima semana. Pedimos desculpas a todos que se programaram para estarem presentes amanhã e contamos com vocês no próximo final de semana. Mesmo com o adiamento, decidimos por fazer um evento ainda melhor. O Point agora acontecerá num formato de 2 dias, onde poderemos encaixar mais atrações para garantir que seja inesquecível para todos os presentes”.
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Publicado originalmente em 17/02/2023, em Blog do Anderson.