Hoje tivemos uma ótima notícia: o Memória Musical do Sudoeste da Bahia também será um projeto de mestrado! Quando pensei em materializar uma ideia que tive lá no início dos anos 2000, quando ainda era um calouro do curso de História da UESB, juntando cartazes, fotos e reportagens sobre o que acontecia na cena rock da cidade, a intenção era a mesma: preservar a memória local, nesse nicho musical que eu mesmo fazia parte. Demorou muito tempo até criar este espaço, não sei explicar o porquê. Então, passei a pesquisar em meu próprio acervo de mídias CD, DVD, cartazes, folders, discos, etc, e publicar aqui, cumprindo a fase 1 descrita no texto de apresentação. Foi quando, da mesma forma que quando decidi criar o site (de repente, como num estalo), resolvi dar uma olhadinha no site da pós graduação em Memória: Linguagem e Sociedade da UESB. Pensei, então, em levar o projeto a esse novo patamar, quando surgisse a próxima seleção.
E assim foi: não demorou muito para ela ser publicada, então tive de imaginar um recorte mais específico, característica de uma pesquisa acadêmica, uma vez que o que fazemos aqui é amplo demais para caber numa pesquisa de mestrado. Depois de muito matutar, me veio o óbvio: a bandeira que eu sempre levantei, no contexto em que fiz parte: o rock autoral conquistense nas duas últimas décadas. Me incomoda muito ver a música autoral sendo jogada, cada vez mais, para escanteio. É uma enxurrada de shows-tributo, que gera renda rápida e quase sempre certa aos músicos e contratantes, mas um tiro no pé, se olharmos do ponto de vista do legado musical da região neste período histórico. Qual a produção musical conquistense nos últimos anos? Shows-tributo? Não temos realmente NADA a dizer, além de repetir o que já foi dito por outros? Não seria mais inteligente construir uma cultura para a música autoral?
Pela primeira vez na vida tive dificuldade em iniciar um texto. Não sei bem dizer o porquê, mas estava um tanto travado. Talvez o nervosismo de tentar algo novo e com um significado de peso. Mas consegui e fiquei até feliz com meu projeto. Durante todo o processo, minha companheira, Naiane, a quem dediquei várias músicas na Distintivo Blue, geógrafa e "ninja" na metodologia da pesquisa científica, me deu orientações valiosas. Entreguei toda aquela documentação, os projetos em cópias assinadas e anônimas, fiz as provas, esperei, esperei, esperei, enquanto dividia minha atenção com a graduação em Direito, que faço também na UESB atualmente. O resultado saiu na noite anterior ao previsto. Soube através de Marx Eduardo, professor de psicologia da UESB e vocalista da extinta banda Os Barcos, obviamente objeto de estudo no próprio projeto, e meu amigo Paulo Maurício, que acompanha minha trajetória desde 2012, ambos pelo WhatsApp.
Um dos meus dilemas era (ainda é): será possível fazer, simultaneamente, uma graduação e um mestrado? Vai dar? Bom, se eu disser "não", automaticamente terei confirmada essa hipótese. Se disser "sim", ao menos terei a chance de provar sua veracidade. Bem, tentarei. Será difícil, mas, na própria música, descobri que a boa vontade faz milagres, assim como o inverso. Aqui no blog, constantemente atualizarei as etapas dessa trajetória. Vai dar certo, porque quero que dê!
Enfim, esta é a ótima notícia do momento. Espero que, desta forma, o Memória Musical do Sudoeste da Bahia tenha mais peso e relevância para seguir em frente, conseguindo mais apoio e viabilizando mais projetos originais (nesse período de criação do projeto do mestrado, também produzi projetos culturais que ainda aguardo resultado. Se der certo, em 2020 teremos a fase 3 - criação de conteúdo - já funcionando plenamente). Obviamente, precisamos da sua força: se tiver material guardado, entre em contato: nossa Memória Musical é coletiva.
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