![]() |
Deputado Fabrício Falcão (PC do B) Foto: AscomALBA/AgênciaALBA |
Por meio de indicação protocolada na Casa Legislativa, o deputado Fabrício Falcão (PC do B) sugeriu ao governador Jerônimo Rodrigues o nome de Miguel Silva Cortês Filho para denominar a Concha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, em Vitória da Conquista.
No documento, o parlamentar ressaltou a história do locutor, radialista e produtor cultural, nascido em Vitória da Conquista, que residiu na rua União Operária, Centro de Vitória da Conquista, “demostrando desde a adolescência talento para a locução de rádio. Interagindo com os fãs e entusiastas do Rock com o bordão ‘E aí baby, vai encarar?’ e atuando na organização dos movimentos culturais, Miguel Cortês ficou bastante conhecido, e se tornou um dos mais influentes produtores da cena cultural conquistense”, afirmou.
Falcão destacou, ainda, a atuação de Miguel Cortês Filho como apresentador do “Programa Som da Tribo”, na Rádio Clube de Conquista, quando deu oportunidade a muitos artistas divulgando seus trabalhos e abrindo espaço na mídia para os produtores de eventos culturais alternativos.
Segundo o legislador, Miguel Cortês foi um amante do esporte e um ativista das causas sociais, exercendo o cargo de diretor social da Associação de Moradores do bairro Iracema. “Infelizmente faleceu aos 45 anos, no dia 5 de julho de 2012, deixando um vazio na cultura do Sudoeste da Bahia”, disse.
Falcão justificou a sugestão do nome de Miguel Silva Cortês Filho para a Concha Acústica do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, de Vitória da Conquista, à nobreza dos ideais do radialista, “pela sua forte atuação na área da cultura, especialmente na música alternativa, que merece ser, como expressão de reconhecimento a uma vida dedicada ao fortalecimento das expressões culturais de Vitória da Conquista e, sobretudo, o fornecimento dos valores e dignidade da pessoa humana e que é um anseio da comunidade conquistense”, argumentou.
------------------------------
Publicado originalmente em 19/03/2025, em Assembleia Legislativa da Bahia.
Publicado originalmente em 19/03/2025, em Assembleia Legislativa da Bahia.
Por que publicamos conteúdo já publicado em outros sites?
O maestro e violonista João Omar, que frequentemente se apresenta com a Orquestra Conquista Sinfônica e a Orquestra Nove de Novembro, do NEOJIBA, irá realizar neste sábado (14), às 19h, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, o concerto “Da Cordis”, com canções autorais e de outros nomes do violão ibero-americano. A apresentação terá participações especiais dos musicistas Cao Alves e Gabriela Mello.
O concerto é uma iniciativa do maestro, que visa realizar mais apresentações de música instrumental e de concerto, principalmente ao violão, salientando que Vitória da Conquista já produziu muitos talentos violonísticos como o próprio Cao Alves, Yuri Barreto, Fabiano Cardoso, Hiran Monteiro, Clériston Cavalcante, Igor Barros, Carlos Porto, dentre outros nomes.
João também salienta que a cidade é berço de compositores para este instrumento, tendo Elomar Figueira Mello, o pai de João, como uma referência. Vale ressaltar que no disco Ao Sertano, João Omar gravou sua obra completa para violão solo.
Os ingressos estão disponíveis na plataforma digital Sympla.
------------------------------
Publicado originalmente em 11/09/2024, em Mega Rádio VCA.
Publicado originalmente em 11/09/2024, em Mega Rádio VCA.
Por que publicamos conteúdo já publicado em outros sites?
Direto de Portugal,
Mazinho Jardim & 3 Homens Sem Conflito
Um dos grandes nomes da música independente conquistense, Mazinho Jardim, gaitista e vocalista da lendária banda SS-433 (a primeira banda de blues da Bahia, fundada em 1982) e Dragster retorna à cidade pela primeira vez desde 2009, para um show beneficente, no Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima.
Quinta, 24 de agosto, às 20h.
Entrada: 2kg de alimentos não-perecíveis.
Participação Especial: Quarteto de Blues
Fortaleça a música independente da região compartilhando esta mensagem.
Um dos principais objetivos do projeto de pesquisa independente Memória Musical do Sudoeste da Bahia [@memoriasudoeste], para além do simples acumular material sobre a música da nossa região, como qualquer museu, é incentivar os artistas através da produção original de conteúdo: pensar não apenas o passado, mas o hoje, o agora.
No subprojeto TOCA AUTORAL! não há espaço para tributo: queremos mostrar que, em nossa região, há muita gente criando e se expressando através da arte. Apresentaremos diversos artistas, de variados gêneros musicais, mostrando suas próprias obras, muitas vezes ainda inéditas, e disponibilizando gratuitamente em plataformas de streaming, em formatos diversos.
A primeira temporada, contendo três talentosos (e diferentes entre si) músicos locais encerra-se em seu terceiro Ato, com o cantor, guitarrista e compositor iguaiense-conquistense Weldon França, conhecido músico local, atuante desde o final da década de 1980.
Música é arte. Arte é expressão. O que nossos artistas têm a dizer atualmente?
A PRODUÇÃO
A ideia do subprojeto remonta a 2017, quando desenvolvemos uma experiência semelhante, no então interditado teatro do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, fechado para eventos com a presença de público, mas utilizado pela Distintivo Blue como local de ensaio e gravações desde 2015. Utilizando a mesma pauta (duas manhãs por semana), convocamos artistas locais para gravar vídeos no formato voz-e-violão, executando cinco músicas, sendo que destas, três deveriam ser autorais. O @memoriasudoeste ainda não existia: tudo foi realizado sob o seu projeto ancestral, a BLUEZinada! [confira aqui uma playlist com esses vídeos antigos], mais direcionado ao blues e jazz, portanto, as CCCJL Sessions extrapolavam sua temática e anunciavam a necessidade de um trabalho voltado à musicalidade da região sudoeste da Bahia, que só nasceria em 2019.
Desta vez, pensando na enorme popularização dos chamados "shows-tributo", onde a nostalgia pelos chamados "clássicos" termina por, não raro, desestimular a execução da música autoral nos diversos palcos da região, decidimos radicalizar a antiga proposta, convidando apenas artistas que não se limitam unicamente a reproduzir o que já foi consagrado, mas também criam arte nova, provando que a música contemporânea ainda existe e continua expressando seu tempo e espaço, papel de todas as artes desde tempos remotos. Desta vez são seis músicas, todas autorais, além de pequenas falas explicativas e uma autobiográfica de até cerca de dez minutos. O formato ainda é minimalista, geralmente voz-e-violão, dada a nossa limitação em equipamentos, pessoal e tempo para a produção dos materiais.
O título do subprojeto é uma clara provocação ao universo dos "shows-tributo": ao invés do famoso, exaustivo e, muitas vezes, automático "toca Raul!", incentivamos o artista a mostrar suas próprias criações. O "Toca Autoral!" surge, pela primeira vez, no texto da matéria de capa da primeiríssima edição da nossa zine, Memória Musical do Sudoeste da Bahia [Acesse aqui], nos inspirando a aprofundar o conceito que se materializa agora. Afinal, se o próprio Raul Seixas tivesse cedido e estacionado no confortável "tributo a Elvis" que marcou o início de sua carreira, não investindo em sua própria identidade artística, quem gritaria "toca Raul!" hoje?
O CONTEÚDO
O Toca Autoral! não se limita à produção de vídeos: o artista tem acesso a um sistema completo de produção original, que inclui a publicação de vídeos individuais de cada uma das faixas, além do vídeo completo, incluindo as falas explicativas e autobiográfica. Ainda, a uma sessão de fotos, que poderão ser utilizadas para a sua própria divulgação, como desejar. As músicas são mixadas e masterizadas para compor um EP de verdade e distribuído para as principais plataformas de música, como Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon, etc. A gravação ainda será lançada no formato podcast e disponibilizada nos principais agregadores. Ao final da temporada, será lançada, ainda, uma edição especial da nossa zine, que será publicada tanto em formato digital (.pdf) quanto impresso, enriquecendo o portfólio do artista e, mais amplamente, a musicalidade da região em geral, valorizando a produção autoral e incentivando outros artistas a tocar suas próprias músicas.
Todo esse material é entregue ao artista, gratuitamente, para que o utilize como julgar adequado para o desenvolvimento de sua própria carreira artística. Assim, durante o período de lançamentos, ainda buscamos formas de acesso aos veículos de Imprensa, como emissoras de rádio, TV, jornais, revistas, blogs, etc., sempre com a preocupação de registrar toda e qualquer participação nesse sentido e publicar em seguida.
Ao artista é exigido, para a participação, certo nível de comprometimento: ensaiar suficientemente suas músicas para uma boa execução, ser pontual às participações e fornecer as letras cifradas de todas as canções, afinal, o "'Toca' Autoral!" também significa incentivar e permitir que o público conheça sua obra a ponto de também desejar/conseguir executá-la, de onde estiver. Trata-se de um projeto de fomento ao artista, mas, também, de formação de público. Demonstrar que o artista regional guarda, em si, tanto valor quanto o "consagrado" e divulgado em grandes proporções é uma das máximas mais caras do @memoriasudoeste.
"Eu me chamo Weldon França. Sou músico, compositor, instrumentista. Minha carreira musical e artística começou em Vitória da Conquista, na década de 1980 (1989). Participo ativamente da vida cultural da cidade, e tenho tocado com grandes artistas aqui e fora. Representei meu país na Europa, onde eu toquei na Cia. do Brasil, em uma banda chamada Stan Groove, na França, e venho desempenhando esse trabalho de uma maneira positiva, porque eu acho que a música tem o poder de nos transportar, de levar a mensagem para as pessoas.
A música que eu faço é numa linguagem simples e direta, aquela fácil de se assimilar de uma maneira mais simples, mais rápida. Então, eu uso três, quatro acordes em algumas canções. Eu acho que a beleza está na simplicidade, então, a música tem essas vertentes, nuances, onde a gente expressa os sentimentos de uma maneira positiva.
Atuei aqui em Vitória da Conquista em algumas bandas, em trios elétricos, acompanhei Papalo Monteiro, nas décadas de 90, 2000. Morei em belo Horizonte, Natal, Brasília, Rio Grande do Norte, estive um tempo na Europa também, representando meu país, em Grenoble, sudeste da França, onde toquei na banda Companhia do Brasil. Para mim, é uma honra levar o nome de Vitória da Conquista nos lugares por onde passo, atuando como músico, como artista.
A arte tem esse poder de nos levar a lugares, nos transportar, mas viver dela em nosso país é um pouco difícil, e a gente tem uma força muito grande para isso. A gente vive e sobrevive, porque é muito difícil ser artista. O poeta já dizia: “ser artista no nosso convívio, pelo inferno e céu de cada dia”. Isso já diz a própria letra do nosso querido Cazuza. Mas a música tem esse poder, realmente, de abrir um leque muito grande de informação, de passar a informação, porque, na realidade, ela vai no próprio contexto da poesia. Como eu digo em uma das minhas músicas, O Verso, porque o verso ninguém explica, né? Então, a música tem essa grandiosidade e potência na vida da gente. Eu me sinto, nessa passagem na vida, privilegiado de ter me tornado um artista.
E é com muita honra que represento meu país, minha cidade, por onde passo, sendo músico, artista. Porque ser artista em nosso convívio, não quer dizer que sou melhor ou pior que ninguém, muito pelo contrário: acho que um país sem cultura, sem educação, é muito difícil de se encontrar uma saída, então, acho que a música ainda é um meio em que as pessoas possam levar esse conhecimento através da própria poesia para uma infinidade de pessoas, porque a música não tem fim. Acho que a música é a linguagem da alma, a expressão dos sentimentos."
Confira a íntegra do vídeo:
🟠 Playlist completa no Youtube [vídeos completos]
🟢 Playlist completa no Youtube [músicas separadas]
MÚSICAS
1) PLANALTO DA CONQUISTA (QZNJW2301367)
"Eu considero que essa música, Planalto da Conquista, não chega a ser um frenesi, mas uma música mais dançante, com uma pegada de soul, onde o fato de eu morar aqui em Vitória da Conquista, uma cidade que é a “princesa do sertão baiano” [sic], fica ali no Planalto da Conquista mesmo, então, fiz essa música que fala de amor também, porque quando eu falo “há muito tempo faz que eu não te vejo; Mas aumenta a minha saudade, o meu desejo; Diga onde você mora ou se esconde, ou se é além da ponte; Nem a distância vai tirar você de mim; É pra você que eu fiz esta canção, meu amor, meu amor”. Eu tô falando de uma segunda pessoa. Na realidade, também tem um refrão que fala que 'dali do alto do Planalto da Conquista a vista é muito mais bonita pro lado da Chapada Diamantina'. Como a gente já pega ali um pedaço, um pouco da Chapada Diamantina, em Vitória da Conquista, pro lado de Lençóis, Mucugê, etc, eu coloquei esse refrão, '[…] O visual me alucina', é porque são visuais maravilhosos ali. Quem conhece Mucugê, Lençóis, a Chapada Diamantina, pode perceber que são visuais maravilhosos, então encaixei justamente também pensando nessa hipótese de que a distância do olhar, aquela coisa de 'perdidos na paisagem', né? Então, essa música fala de amor e também cita um pouco da cidade onde participo ativamente da vida cultural e artística, que é Vitória da Conquista."
Há muito tempo faz que eu não te vejo
Mas aumenta a minha saudade o meu desejo
Diga onde você mora ou se esconde ou se é além da ponte
Nem a distância vai tirar você de mim
E pra você que fiz essa canção que sai de dentro do meu
É pra você que fiz essa canção
Meu amor, meu amor
Daí do alto do Planalto da conquista
A vista é muito mais bonita
Pro lado da chapada Diamantina
O visual me alucina
E pra você que fiz essa canção que sai de dentro do meu
É pra você que fiz essa canção
Meu amor, meu amor
2) DESERTO TROPICAL (BR7PI2300014)
"Deserto Tropical também é uma música com uma linguagem simples e direta. A gente vive num país tropical, de uma cultura bem diversificada. É uma miscigenação linda que nós temos. Deserto Tropical relata na própria letra lugares, cidades… Quando eu falo 'quando o sol se por em Salvador, pisar no chão do Maranhão' é muito bonito. Essa música já é uma composição minha, de Paulo Sérgio Oliveira junto do pessoal da Banda L-Lás. Não deixa de ser também uma música autoral, não posso deixar de citar, da banda L-Lás, que foi um projeto que eu tive na década de 80, então essa música é nossa: minha, de Paulo Sérgio e da Banda L-Lás. Uma música simples, direta, que retrata nosso país, quando eu falo “no meu deserto tudo é tropical” estou falando do nosso país, de Salvador: 'o sol de por em Salvador, pisar no chão do Maranhão, o chimarrão, Rio Grande do Sul, tão lindo é o céu azul', então é uma música que retrata vários cotidianos, de cidades diversificadas, aqui dentro do nosso país que é o Brasil, imenso, com essa miscigenação imensa de cultura, etc. Acho bonito a gente salientar esse poder que nosso país tem com essa diversificação cultural, artística. É muito bonito."
Saudade vem matando a gente
Consigo avistar a brisa do mar
Meu violão tangente nas estrelas
No meu deserto tudo é tropical
A noite vira sono a noite vira o dia
Se te faço uma canção a minha mão te acaricia
Te pego em casa te levo pra escola
Te conto uma história e lhe encho de amor
Não vou ficar nem mais um segundo
Ajoelhado no mundo e pedindo perdão
Baby vem comigo
Baby vem
O sol se pôr em Salvador
Dia raiar no Paraná
Pisar no chão do Maranhão
Chimarão Rio Grande do Sul
Tão lindo é o céu azul
3) O VERSO (BR7PI2300015)
"Essa música eu fiz também pensando numa segunda pessoa. Na realidade, as músicas, quando falam de amor, você pode ouvir e dedicar à sua namorada, porque eu falo: 'é da minha autoria', mas a música é nossa. A música é pras pessoas. O compositor faz a música e só tem o papel de escrever, mas a música é do povo, é das pessoas. Então a música é pra vocês, então vocês dedicam essa música pra quem vocês quiserem, né? O Verso também era pra uma pessoa que eu amava, e que amo na qualidade de ser humano, porque a gente nunca deixa de amar as pessoas. Ela também é uma poesia numa linguagem simples e direta. 'Bateu o amor, bateu você, a porta entrou', olha que coisa linda… 'E fez morada em mim, meu bem-querer. Um verso meu em cada canto é seu. Você é a canção em mim no toque do tempo, no contratempo, no descompasso do amor, no verso que não se explica, na poesia que ainda rima e que em você ficou'. Isso é lindo demais, cara! Quando eu falo 'no toque do tempo, no contratempo do amor', é como Camões dizia lá, porque Renato Russo tem uma passagem da música dele que fala: 'o amor é o fogo que arde sem se ver', isso é de Camões. Então, eu quis dizer que nesse descompasso, o amor também dói, arde sem se ver, como Camões disse na poesia dele. A gente que já passou por vários tipos de leitura, eu já li vários livros.
O artista, o músico, compositor, os artistas de uma maneira em geral, temos esse hábito de ler, procurar se informar, procurar estar dentro desses padrões culturais e artísticos, que envolvem a leitura, a literatura, a poesia, então isso é de uma grandiosidade imensa… Eu não sei como em um país de uma miscigenação muito grande, de uma cultura vasta, ainda há pessoas com vergonha de uma pessoa porque é artista. Então, não é porque a gente tem uma dificuldade de expor os trabalhos… Hoje tá até mais fácil, por conta das redes sociais, das plataformas, então eu tenho orgulho de ser artista no nosso convívio, e ser artista no nosso país, porque como eu morei na Europa, a gente quando diz que é artista, eles te recebem até de uma maneira agradável. Perguntam: 'ah, você é músico'; 'Ah, sim, sou músico, sou brasileiro'. 'Sim, sim, bem-vindo'. Quer dizer, a nossa arte é muito mais benquista no exterior, em outros lugares da Europa, talvez do que até aqui dentro do nosso país, né?
Eu sou de uma cidade que é um celeiro de artistas. Vitória da Conquista nós temos grandes músicos tocando com os artistas renomados. Temos Léo Brasileiro, Luisinho, Vários… Plácido mesmo, que vem desenvolvendo um trabalho maravilhoso em Vitória da Conquista, com o programa dele de memória musical do sudoeste, que é de uma grandiosidade imensa. Então, essas pessoas são maravilhosas. Só contribuem para o desenvolvimento e o crescimento de um país, porque um país sem cultura e sem arte, acaba a história do país. E como as pessoas têm vergonha de dizer: 'ah, o cara é artista!', quer dizer: falam num sentido pejorativo.
Cara, eu escolhi a melhor profissão do mundo. Eu tenho orgulho de ser artista. Não me sinto nem melhor nem pior que ninguém, muito pelo contrário. Eu acho que o artista tem esse poder de elevar o nome do nosso país, do lugar, da cidade, seja lá onde quer que ele esteja. Porque, sem cultura e sem educação, jamais um país vai ter a sua história. Então, a arte, a música, a cultura têm esse poder de desenvolvimento e representatividade como um todo, em qualquer lugar do mundo. Um país sem sua história, sua cultura não é nada. Então, fica a minha fala pra vocês, porque eu acho que vai servir, um dia, para as pessoas que não acreditam no poder da arte, que têm vergonha de ter um namorado ou alguém que seja artista. Então, continuem sendo artistas, porque é uma bênção. É muito bacana, muito gostoso."
Ah, bateu amor
Bateu você a porta e entrou
E fez morada em mim
Meu bem querer
Um verso meu em cada canto é seu
Você é a canção em mim
No toque do tempo
No contratempo
No descompasso do amor
No verso que não se explica
Na poesia que ainda rima
E que em você ficou
4) UM XOTE DO BOM (BR7PI2300016)
"Essa música eu fiz mesmo pensando no São João, naquela coisa do São João, porque eu, como rock n’ roll, um cara que gosta de blues, na realidade, passei por várias vertentes da música. Eu gosto do blues, do jazz, do pop-rock, do rock n’ roll, e como um bom roqueiro, descobri que sou também um ótimo forrozeiro. Eu canto forró de uma forma muito bacana, original, com uma identidade própria, que eu sempre tive. O artista tem de ter identidade própria. Um Xote do Bom eu fiz pensando em Targino Godim. Eu fui tocar num determinado local em Vitória da Conquista, na época do São João, e o repertório muito bacana, de forró pé-de-serra, então fiz essa música justamente para complementar o meu repertório de autorais nessa área. Então, Um Xote do Bom também é uma música gostosa de se ouvir, e uma música simples: é pensando no São João. 'Venha pra cá, venha dançar comigo, agarradinho até o dia amanhecer. Um xote do bom agarradinho, eu e você'. Essa é a história dessa música, uma música feita para tocar no São João, inclusive muitos forrozeiros já renomados, como Targino Godim, etc, ficaram de gravar essa música, mas ainda não mandaram nenhuma proposta, estou aguardando, que é uma música que pode explodir na voz desses caras, música simples e numa linguagem direta. Um Xote do Bom."
Amor tô precisando desse seu carinho
Não posso mais ficar aqui sozinho
Me dá uma vontade de te abraçar
Então venha prá cá
Venha dançar comigo
Agarradinho até o dia amanhecer
Um xote do bom agarradinho eu e você
5) UMA CANÇÃO DE AMOR (BR7PI2300017)
"Eu tava conversando com a minha filha, na casa dela, e de repente, essa música veio pronta. A música tem esse poder também. Às vezes ela já nasce pronta. Às vezes você tem que pensar um mês, dois, pra tirar uma frase ou criar outra, pra terminar um contexto, um refrão, e requer um tempo. Às vezes você muda a estrutura da música, a estrutura poética… E essa música eu fiz pra uma filha minha, ou pra minhas filhas. Maria Teresa, Fernanda Caroline… Mas na verdade pensando em Ivete Sangalo ou Marisa Monte gravar essa música. Essa música nasceu assim, do nada. Tava tocando violão na casa da minha filha, de repente os versos foram se encaixando, rimando, e ficou linda, ao meu ver, porque é uma música, como eu disse, numa linguagem simples e direta, que é uma canção de amor. Então, essa música nasceu dessa maneira, quase que já pronta e tal… Eu tive que acertar alguns acordes e tudo, e acabou ficando sol, lá menor e dó menor, três acordes, e música ficou de uma maneira muito bacana, agradável aos ouvidos”.
Eu vou fazer uma canção pra ela
Uma canção singela
Uma canção de amor
Para tocar no disco voador
Pro mundo inteiro ouvir
O que eu sinto por ela
Ela é uma flor
Linda flor do meu jardim
É lindo de admirar
Quando ela passa seu sorriso brilha mais que a luz do sol
É lindo de admirar o seu sorriso, sua pele a sua cor
O jeito dela
Ela é uma flor
Linda flor do meu jardim
6) ABRIGO (BR7PI2300018)
"Essa música, fiz pra uma pessoa que me inspirou, que é uma ex-namorada. E na realidade, a gente tinha brigado nesse dia, eu tava muito pra baixo, meio triste, pensativo pra caramba, porque, do nada, as pessoas mudam de ideia, aí veio essa música em minha mente. Eu comecei a cantar, os versos começaram a surgir e foram rimando, porque, na realidade, a música, em cada artista, se manifesta de uma maneira Às vezes você procura se excitar pra fazer uma música, pra descobrir alguns versos que se encaixam, que rimam… E geralmente, comigo a música parece que já vem pronta, na maior parte das vezes. Foi o caso de Abrigo. Ela pintou de um amor que tava dentro de mim e que tava prestes a acabar. Então eu disse: 'anda, vem ficar comigo. Meu peito é teu abrigo. Um novo amanhecer'. Isso é lindo demais. 'Vem, vem ficar comigo. Você é meu paraíso. É tudo natural'. Então, isso é muito bonito, quando você expressa de uma maneira positiva um amor perdido através da música ou as desilusões da vida também contribuem muito quando você tá numa fase dessa, porque, na realidade, a música é feita de silêncio também. Às vezes você na sua solidão, você compõe… O artista aproveita esses momentos para expressar os sentimentos através da escrita. Então, a escrita tem esse poder na vida de qualquer artista, qualquer escritor, compositor. Então essa música, Abrigo, nasceu dessa forma, e praticamente veio pronta, através de um amor perdido."
Anda
Vem ficar comigo
Meu peito é seu abrigo
Um novo amanhecer
Vem
Vem ficar comigo
Você é meu paraíso
É tudo natural
Anda
Que a estrada é longa
E nos leva a algum lugar
E nos leva s algum lugar
Amor você é um encanto
Em cada canto da cidade
Eu amo você
DIVULGAÇÃO
FICHA TÉCNICA
Memória Musical do Sudoeste da Bahia e Museu do Rock Conquistense apresentam: Toca Autoral!
Produção: Plácido Oliveira Mendes [http://linktr.ee/placidomendes]
Agradecimentos: Leonardo Gois e Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima
Gravado em 07 de novembro de 2022, na sala principal do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. Vitória da Conquista, Bahia, Brasil.
Todas as músicas por Weldon França, exceto Deserto Tropical, por Weldon França e Paulo Sérgio Oliveira.
Publicação: 29 de maio de 2023
AGUARDE MAIS UM POUCO...
Podcast | Memória Musical do Sudoeste da Bahia [zine] Edição Especial | Letras cifradas
🟠 Disponível nas principais plataformas de streaming.
------
Siga nossas redes sociais (sempre @memoriasudoeste) e conheça o que já publicamos até o momento, enquanto aguarda mais novidades.
O concerto será no Centro de Cultura e toda a renda será revertida para as obras assistenciais do NEO
O maestro e violoncelista João Omar, o violonista e violeiro Petrônio Joabe e o solista Elton Becker sobem ao palco do teatro do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima (Av. Rosa Cruz, n. 45) nesta quinta-feira, 18, às 20h, para apresentação do mais novo concerto do trio, intitulado de “Falando de Amor”.
É a primeira vez que Omar, Joabe e Elton se apresentam em Conquista depois da pandemia. Os ingressos deste concerto custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia). E, para mais informações sobre o concerto e compra de ingressos, a organização disponibilizou o número de telefone (77) 98136-8024, também disponível por WhatsApp (falar com Nana).
Com exclusividade, Elton Becker conversou com o Conquista de Fato e garantiu que o concerto terá um repertório encadeado de canções, poemas e histórias bem-humoradas. “Como sempre, nas nossas apresentações, há música e literatura; mas, desta vez, vamos encadear com algumas crônicas de amor e bom humor. Afinal, como diz o Pablo Neruda, jamais se pode tirar do amor o riso”, conclui.
Elton enfatiza que “toda a renda do concerto vai ser revertida para as obras assistenciais do Núcleo Espírita da Oração (NEO), que realiza atendimentos fraternos e trabalhos sociais para pessoas vulneráveis de Conquista, que aumentaram com a pandemia, coma crise econômica e o desmonte das políticas de assistência no país”, explica Becker.
NEO
O Núcleo Espírita da Oração (NEO) existe desde 2014, tendo sido criado por um grupo de amigos, liderado pelo médico psiquiatra Fábio Pires e pela psicóloga Soraia Vasconcelos, recém-chegados de Salvador. A cada ano, o NEO tem desenvolvido atividades de promoção social e espiritual.
O fundador Fábio Pires explica que, no campo espiritual, “o NEO tem como proposta a prática da espiritualidade saudável, baseada no autoconhecimento e nas diretrizes do Evangelho de Jesus e da Doutrina Espírita, tal como estudos e tratamentos como a Fluidoterapia e o trabalho da Ectoplamia”, acrescenta.
No campo social, o psiquiatra informa que “é feito o atendimento a recicladores, mais a distribuição semanal de sopas e a disponibilidade de um ambulatório médico para pessoas com fragilidade social”, finaliza Fábio. E, para saber mais sobre o NEO, os interessados podem acessar o blogue: http://nucleoespiritadaoracao.blogspot.com.
------
Publicado originalmente em 16/05/2023, em Conquista de Fato.
Um dos principais objetivos do projeto de pesquisa independente Memória Musical do Sudoeste da Bahia [@memoriasudoeste], para além do simples acumular material sobre a música da nossa região, como qualquer museu, é incentivar os artistas através da produção original de conteúdo: pensar não apenas o passado, mas o hoje, o agora.
No subprojeto TOCA AUTORAL! não há espaço para tributo: queremos mostrar que, em nossa região, há muita gente criando e se expressando através da arte. Apresentaremos diversos artistas, de variados gêneros musicais, mostrando suas próprias obras, muitas vezes ainda inéditas, e disponibilizando gratuitamente em plataformas de streaming, em formatos diversos.
A primeira temporada, contendo três talentosos (e diferentes entre si) músicos locais segue em seu segundo Ato, com o cantor e compositor jequieense Náufrago Urbano, que vive em Vitória da Conquista há mais de uma década.
Música é arte. Arte é expressão. O que nossos artistas têm a dizer atualmente?
A PRODUÇÃO
A ideia do subprojeto remonta a 2017, quando desenvolvemos uma experiência semelhante, no então interditado teatro do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima, fechado para eventos com a presença de público, mas utilizado pela Distintivo Blue como local de ensaio e gravações desde 2015. Utilizando a mesma pauta (duas manhãs por semana), convocamos artistas locais para gravar vídeos no formato voz-e-violão, executando cinco músicas, sendo que destas, três deveriam ser autorais. O @memoriasudoeste ainda não existia: tudo foi realizado sob o seu projeto ancestral, a BLUEZinada! [confira aqui uma playlist com esses vídeos antigos], mais direcionado ao blues e jazz, portanto, as CCCJL Sessions extrapolavam sua temática e anunciavam a necessidade de um trabalho voltado à musicalidade da região sudoeste da Bahia, que só nasceria em 2019.
Desta vez, pensando na enorme popularização dos chamados "shows-tributo", onde a nostalgia pelos chamados "clássicos" termina por, não raro, desestimular a execução da música autoral nos diversos palcos da região, decidimos radicalizar a antiga proposta, convidando apenas artistas que não se limitam unicamente a reproduzir o que já foi consagrado, mas também criam arte nova, provando que a música contemporânea ainda existe e continua expressando seu tempo e espaço, papel de todas as artes desde tempos remotos. Desta vez são seis músicas, todas autorais, além de pequenas falas explicativas e uma autobiográfica de até cerca de dez minutos. O formato ainda é minimalista, geralmente voz-e-violão, dada a nossa limitação em equipamentos, pessoal e tempo para a produção dos materiais.
O título do subprojeto é uma clara provocação ao universo dos "shows-tributo": ao invés do famoso, exaustivo e, muitas vezes, automático "toca Raul!", incentivamos o artista a mostrar suas próprias criações. O "Toca Autoral!" surge, pela primeira vez, no texto da matéria de capa da primeiríssima edição da nossa zine, Memória Musical do Sudoeste da Bahia [Acesse aqui], nos inspirando a aprofundar o conceito que se materializa agora. Afinal, se o próprio Raul Seixas tivesse cedido e estacionado no confortável "tributo a Elvis" que marcou o início de sua carreira, não investindo em sua própria identidade artística, quem gritaria "toca Raul!" hoje?
O CONTEÚDO
O Toca Autoral! não se limita à produção de vídeos: o artista tem acesso a um sistema completo de produção original, que inclui a publicação de vídeos individuais de cada uma das faixas, além do vídeo completo, incluindo as falas explicativas e autobiográfica. Ainda, a uma sessão de fotos, que poderão ser utilizadas para a sua própria divulgação, como desejar. As músicas são mixadas e masterizadas para compor um EP de verdade e distribuído para as principais plataformas de música, como Spotify, Deezer, Apple Music, Amazon, etc. A gravação ainda será lançada no formato podcast e disponibilizada nos principais agregadores. Ao final da temporada, será lançada, ainda, uma edição especial da nossa zine, que será publicada tanto em formato digital (.pdf) quanto impresso, enriquecendo o portfólio do artista e, mais amplamente, a musicalidade da região em geral, valorizando a produção autoral e incentivando outros artistas a tocar suas próprias músicas.
Todo esse material é entregue ao artista, gratuitamente, para que o utilize como julgar adequado para o desenvolvimento de sua própria carreira artística. Assim, durante o período de lançamentos, ainda buscamos formas de acesso aos veículos de Imprensa, como emissoras de rádio, TV, jornais, revistas, blogs, etc., sempre com a preocupação de registrar toda e qualquer participação nesse sentido e publicar em seguida.
Ao artista é exigido, para a participação, certo nível de comprometimento: ensaiar suficientemente suas músicas para uma boa execução, ser pontual às participações e fornecer as letras cifradas de todas as canções, afinal, o "'Toca' Autoral!" também significa incentivar e permitir que o público conheça sua obra a ponto de também desejar/conseguir executá-la, de onde estiver. Trata-se de um projeto de fomento ao artista, mas, também, de formação de público. Demonstrar que o artista regional guarda, em si, tanto valor quanto o "consagrado" e divulgado em grandes proporções é uma das máximas mais caras do @memoriasudoeste.
"Eu me chamo Júlio Náufrago. Sou jequieense. Estou em Vitória da Conquista há doze anos. Foi aqui que comecei a alavancar um pouco mais na música. Represento a minha família, que não tem nenhum músico, mas foi minha irmã e meu irmão que me colocaram para ouvir rock n’ roll. Isso influenciou muito a minha vida. A partir daí, comecei a querer tocar violão, cantar… Participei de alguns projetos em Jequié, na época da escola, mas quando eu vim morar em Conquista, em janeiro de 2011, e vi o cenário daqui… A galera, um monte de roqueiro, umas gatas [risos], as praças, aquele frio, as roupas… Falei: “cara, é aqui. É aqui que eu quero ficar”.
E comecei a tocar violão, compor, tocar uns covers… Agora estou aqui, com um projeto autoral chamado Náufrago Urbano, que segue agora para um caminho também de cover, onde eu tenho algumas músicas autorais gravadas, que estão em plataformas digitais, outras prontas para lançamento também. Mas estamos agora em processo de transição. Vou transformar em uma bandinha de baile, de bar, uma banda cover também, mas pareando com meu trabalho artístico autoral, ou seja: "Náufrago Urbano" sou eu e ao mesmo tempo uma banda. Pensei em desvincular o meu nome pessoal e colocar com as minhas músicas, mas decidi manter com minhas músicas e as cover também.
Tudo começou com a influência de um amigo de infância, lá em Jequié, em meados de 2009. Ele ganhou um violão e começou a aprender sozinho pela internet. Eu fiquei comecei a ficar com aquela inveja boa, sabe? Falei: “esse cara é meu brother, tocando violão. Quero tocar violão com ele”. E comecei a perturbar meu pai: “me dê um violão. Eu quero tocar violão”. Aí, meu pai: “pra que você quer violão? Vou lhe dar um violão”. Me deu um, com as cordas bem altas. Para tirar um acorde demorou muito. Também, com muito esforço, peguei três meses de aula de violão, com um rapaz que morava na rua, que tocava há muitos anos, tocava muito bem. Então, esses três meses mudaram tudo: a partir daí, eu chegava em casa, colocava os acordes, pegava as cifras, ouvia bastante música, e foi como tudo começou. E já tinha aquela influência da minha irmã e do meu irmão, ouvindo muito Nirvana, Legião Urbana, aquele rock dos anos noventa, que prevalece até hoje. E essa foi a minha influência, para começo de história.
Quando eu comecei a tocar violão, minha primeira música foi, se não me engano, Será, Que País É Esse?, algo assim. Comecei a deixar o cabelo crescer, queria ser grunge. Morava em Jequié, um calor danado, não podia usar um flanelado, sair com a calça rasgada que o povo: “é louco, é doido”. Fui para o colégio com a calça rasgada, não pude entrar, e fui me sentir melhor em Conquista, onde fui mais abraçado por essa loucura.
Essa questão de compor veio junto com a ideia de tocar violão e cantar, porque era uma inquietação, aquela vontade de falar alguma coisa. Quando percebi que conseguia cantar e tocar alguma música, falei: “agora já posso criar algo meu.” Me motivei a compor para mostrar aos amigos. Depois vieram os festivais, de colégio mesmo, para mostrar a composição. Então, isso foi me empolgando e comecei a escrever. Escrevi muitas coisas que não cheguei nem a musicar mas, com o tempo, foi ficando mais sério. Na verdade, eu comecei, também, a me endoidar um pouco do juízo: bebi muito, fiz muita loucura. Isso também me deixou com a vontade de falar sobre essas coisas em músicas. Músicas de quando eu tinha dezoito anos. O tempo as levou.
Hoje eu já componho com um pouco mais de lógica, de criatividade, então, hoje, eu exponho as músicas que tenho. Há um retorno bacana do público. Lancei umas músicas na pandemia, em meados de 2020, voz e violão no seco, gravadas dentro de um quarto de madrugada, com um guarda-roupas (como forma de isolar o som). O pessoal abraçou a ideia, apesar de ter ficado até bem tosco, particularmente falando, mas o que vale é a intenção: o feito é melhor que o perfeito. Estou feliz pelo que eu fiz, e de participar de novo de um projeto mostrando as minhas músicas, e continuo compondo sim. Há músicas novas, que ninguém nunca ouviu, e que vou mostrar neste projeto, o Toca Autoral!, então, muito obrigado.
Sobre a atualidade, em relação à música, estou voltando a viver dela, tocando em bares, festas particulares, aniversários... Amigos me chamam pra tocar, então, estou com um duo, com um baterista, alguns amigos freelancers que fazem guitarra, baixo, mas ando muito mais “trovador solitário”; toco muito mais sozinho, voz e violão, pelos bares e tem virado uma forma de sobrevivência. As portas estão se abrindo, mas creio que isso vai servir como uma escola. Depois da pandemia, o que escancarou realmente, de oportunidade para nós, foi tocar nos bares. Esses showzinhos em todos os lugares na cidade, que vem investindo bastante nisso, então, é pagar o embalo: aproveitar para estudar e fazer disso uma escola mesmo. Dá para aprender muita coisa. Então, para o momento é isso. Tem músicas novas chegando, logo logo, e vocês me encontram pelos bares e festas da cidade.
Confira a íntegra do vídeo:
🟠 Playlist completa no Youtube [vídeos completos]
🟢 Playlist completa no Youtube [músicas separadas]
MÚSICAS
1) ANTIGO REFRÃO (BR-7PI-23-00006)
"Essa música surgiu há uns sete anos. É o meu maior sucesso, ao menos de feedback do público. Considero uma balada romântica, chega a ser pop. É uma música que toco muito ao vivo. Tenho gravada, também, em voz e violão, em vídeo, estúdio, então, a música está bastante explorada, e continuo explorando bastante até hoje. Creio que é uma balada romântica. A própria letra já diz, onde falo sobre um reencontro de almas, de um casal que se conheceu em uma época e, anos depois, se juntou no mesmo barco e encarou mais uma maré, mais uma onda de romance. Então, se tornou um antigo refrão, depois um refrão moderno e uma música."
Vejo navegar em águas provocantes
O desejo quer nos afogar
Outra vez nós dois
Nesse mesmo barco
Tempos depois
Não tente disfarçar
Eu não vou me afastar
No fim da noite sei onde quero te levar
Pro mesmo refrão
Vou por seu quarto nessa canção
Só pra ver se ainda podemos rimar
Vejo mergulhar em águas provocantes
No teu beijo quero me afogar
Outra vez nós dois
Entregues ao acaso
Tempos depois
Vejo navegar em águas provocantes
O desejo quer nos afogar
Outra vez nós dois
Nesse mesmo barco
Tempos depois
Não tente disfarçar
Eu não vou me afastar
No fim da noite sei onde quero te levar
Pro mesmo refrão
Vou por seu quarto nessa canção
Só pra ver se ainda podemos rimar
Não devemos parar
2) PERSISTIR (BR-7PI-23-00007)
"Persistir se tornou a música que mais curti ter escrito. Considero, um pouco, como crítica social, onde a gente vai embora de casa, começa a encarar o mundão e vê como são as pessoas, deixa de confiar, fica no achismo, em cima do muro, com medo, e começa a se isolar cada vez mais. Mas, como não se vive só de solidão, também temos de ter esperança. Então, vem a segunda parte, trazendo a sensação de 'preciso ver o sol também', aquela ideia de persistência mesmo, o que é totalmente diferente de insistir: quando você persiste, é porque acredita, gosta, quer. Não está só batendo o martelo: você persiste porque acredita. Então, foi onde eu acreditei que a minha vontade passaria a ser verdade pra mim, quando encarei melhor a minha vida, várias fases que eu tive: virar pai, morar sozinho, perder um pai, cidade nova, amigos novos, amigos se perdendo, morrendo, várias coisas acontecendo. Então, essa música foi muito importante pra mim, ainda é hoje, então, gosto muito de persistir."
Somos todos iguais
Esperando sempre algo a mais
De qualquer um
Por qualquer um
E largamos a mão
De quem nos deu a proteção
Nesse mundo inseguro
Somos partes iguais
De um quebra-cabeça de mortais
Bem no fundo
Sabemos disso tudo
E deixamos de achar
Que podemos confiar
Observando
Tudo de cima do muro
Observando
Tudo de cima do muro
Até desabar
Até desabar
E o que parecia apenas
Ser uma vontade
Passará então a ser
A minha verdade
Persistir percorrer
E ao sonhar, poder viver
Vou chegar, lhe dizer
Pode vir e traz o teu sofrer
Vem mudar e ficar
3) PRA ELA (BR-7PI-23-00008)
"Pra Ela é uma música até meio bobinha. Está comigo há uns nove anos. Acho que é a mais velha que tenho. “Bobinha” porque eu era um cara muito romântico, muito 'bobo apaixonado', então, eu entrava no ônibus, via algo que achava interessante, já pensava em escrever sobre aquilo. E, embora pareça ser para uma menina, pode ser que não seja: 'pra ela' pode ser que eu esteja falando de uma cidade, de uma época específica… Falo: 'Teu sorriso me mostrou a sua paz interior', mas o sorriso é só isso aqui, os dentes arreganhados? Não: pode ser que eu viajei, vim morar em Conquista, gostei daqui, e o sorriso de Conquista me mostrou a paz interior que eu precisava. Enfim: na verdade, é uma música bobinha, sobre uma uma garota que conheci, uma vez, no ônibus. [risos]"
Teu sorriso me mostrou a sua paz interior
E pra quem sonha com amor, será bem mais que um sonhador
Veio assim
Sem querer
Por um atraso descuidado
Meio assim
Sem saber
Como um acaso combinado
E por aí eu descobri
Tem algo novo a fluír
E pude ainda perceber
Seu olhar a me envolver
Parecia disfarçar a vontade de olhar
E eu imaginando
Natural como pensar
Doce dúvida a rolar
Acabei me entregando
Foi assim
Meio sem querer
Que nós nos encontramos
Meio assim
Sem saber
Será apenas um engano?
Meio assim
Sem querer
Por um atraso descuidado
Veio assim
Sem saber
Como um acaso combinado
4) REMETIDO A MIM 3) (BR-7PI-23-00009)
"Remetido a Mim é a música mais pessoal que tenho, no momento. É até um pouco chato de explicar, faz parte demais de minha inquietude enquanto músico, pessoa mesmo, e sobrevivente: um cara que cansou de dormir e acordar pensando em um monte de lorota. Então, Remetido a Mim, como o próprio título diz, é, nada mais, nada menos que uma pessoa oscilando entre a vontade de viver e de morrer, 'como uma criança perdida dos seus pais', que não sabe onde está, para onde ir, o que fazer, o que ser, sem qualquer instrução que, então, você se alguém que precisa de alguém. Alguém para te ouvir, te ajudar, te dar a mão. Remetido a Mim veio para dizer muito sobre a minha crise existencial, como músico, como pessoa, enfim… Sobre a minha existência. "
Ando meio calado como uma criança perdida dos seus pais
Triste e desabrigado, como se fosse castigo perdi minha paz
E quem vai dizer como vou crescer?
Eu mesmo irei me encontrar
Quem vai responder quando eu perguntar?
Que o silêncio me faça entender
Vejo atormentado o louco que essa vida previa
Sinto-o, ainda, em prantos, numa reza fogo e parafina
Quem sabe assim possa ressurgir?
Em meio a esperança e a dor
Coragem que vem e faz enfrentar
Todo ódio em busca de amor
5) SOLSTÍCIO (BR-7PI-23-00010)
"Solstício é uma música mágica. O próprio nome já é mágico. É uma oração. Escrevi no dia 21 de junho de 2020, durante o isolamento. Eu estava em São Paulo. Nessa madrugada de solstício de inverno, resolvi escrever uma música que seria uma oração para mim. Uma tentativa, também, de mudar o meu ciclo, a minha vida, com tudo o que acontecia em relação à pandemia, às mudanças que eu encarava: voltar para a música, escrever algo, gravar, algo… Então, ela veio como um pedido, que é para mim mas, ao mesmo tempo, Para todo mundo, porque a música não é feita para você: é feita para as pessoas.
Na verdade, era só uma letra, e musiquei, dois anos depois, que foi este ano [2022]. Então, ficou ali, guardada, como uma oração daquela noite específica… 'Quando A noite chegar', não é 'a noite', que vem todos os dias, dia após noite, noite após dia: é uma noite específica, em que fiz essa oração. É inédita, ninguém a conhece, e ela tem essa mensagem para as pessoas, de que a gente deve abrir as janelas, sabe? 'Do quarto, do coração', dos armários, para deixar sair o que não tem mais, e o que é novo entrar. Essa é a transição, a magia da coisa: você abre as janelas da sua casa, da sua vida, da sua mente, do seu ser, deixa sair aquilo que não faz sentido mais, e recarrega, abastece com algo de melhor pra continuar seguindo a estrada. Então, esta é a magia da coisa. Esta é a ideia do solstício."
Quando a noite chegar
Abre os teus armários
Põe na porta o teu melhor perfume
Uma música pra dançar
Uma reza para cantar
Quando a noite chegar
Quando a noite chegar
Revele a intenção
Ela diz que os sonhos vivem
E o fogo jamais a de se apagar
Da cozinha, do quarto e do coração
Abro os meus armários
Lembrei do que é velho
E eu não quero, não
Haverá espaço então
Para nova estação
Da cozinha, do quarto e do coração
Abro os meus armários
Lembrei do que é velho
E eu não quero, não
Haverá espaço então
Para nova estação
E revelo que já não quero viver
Do frio ou do calor
6) JOYCE (BR-7PI-23-00010)
"Joyce conta a história de um casal, e a considero uma música extremamente romântica, mas, também, com uma mensagem interessante no refrão. Surgiu justamente porque o violão estava lá, largado em cima do colchão, e a minha gatinha resolveu fazer um xixizinho básico, falar bem assim: 'toma aí o teu presente'. Quando peguei o violão, senti o cheiro, falei: 'véi, cheiro de xixi de gato no meu violão!'. Comecei a cheirar o violão e falei: 'é, véi: é isso mesmo!'” Ficou impregnado na minha mente. Na época, eu era motoboy e comecei a cantar versos na moto, fazendo entrega. Então, estava ali na moto, e pensando no violão com cheiro de xixi de gato. Comecei a cantarolar isso: 'cheiro de xixi de gato no meu violão', aí, 'você que lute'.
Eu lutei mesmo pra tirar aquele cheiro. Deu muito trabalho, e acabou se tornando uma música sobre: às vezes, a gente reclama demais. Eu reclamei pra caramba desse cheiro no meu violão, do gato em cima da cama. Eu sofro de rinite, e os pelos do gato me incomodam muito, mas eu gosto demais, amo, os gatinhos. Então, reclamei, reclamei de várias coisas para, no final, cair a ficha e eu pensar que a vida tem um gosto, que vai muito além de ficar reclamando, e seria isso que tá o amar.
A vida tá aqui, a toda hora, acontece a todo momento e mostrando várias formas de viver, e lugares onde você pode ficar bem, se sentir bem, e fazer alguma coisa também, por isso, não ficar só reclamando, negativando as coisas, pessimismo, essa reflexão. Eu reclamo, pego a primeira parte da música para reclamar, chego no refrão e caio no bom senso. Falo: 'tá na hora de parar de reclamar'. Depois, reclamo de novo, caio no bom senso, falo: 'Não, véi, acho que tem um negócio melhor pra fazer aqui: é amar'. [risos]"
Cheiro de xixi de gato no meu violão
E Joyce disse: você que lute então, amor
Sei que sou chato
Mas com razão
Tira esse gato
De cima do colchão
A vida tem
Um gosto além
De reclamar
Que tal amar?
A vida vem
Te mostra algum lugar
Um abraço pra morar
Vem te dar a mão
Cê tá gordinha
Né por nada não
-Será possível?
Não brinca com isso não
Por favor
Sei que sou chato
Mas com razão
Tô preocupado, amor
Com essa situação
A vida tem
Um gosto além
De reclamar
Que tal amar?
A vida vem
Te mostra algum lugar
Um abraço pra morar
Vem te dar a mão
Vim te dar a mão.
DIVULGAÇÃO
FICHA TÉCNICA
Memória Musical do Sudoeste da Bahia e Museu do Rock Conquistense apresentam: Toca Autoral!
Produção: Plácido Oliveira Mendes [http://linktr.ee/placidomendes]
Agradecimentos: Leonardo Gois e Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima
Gravado em 11 de outubro de 2022, na sala principal do Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima. Vitória da Conquista, Bahia, Brasil.
Todas as músicas por Náufrago Urbano
Publicação: 11 de maio de 2023
AGUARDE MAIS UM POUCO...
Podcast | Memória Musical do Sudoeste da Bahia [zine] Edição Especial | Letras cifradas
🟠 Disponível nas principais plataformas de streaming.
------
Siga nossas redes sociais (sempre @memoriasudoeste) e conheça o que já publicamos até o momento, enquanto aguarda mais novidades.
2023 é o ano em que o disco Gema, um clássico da discografia conquistense, completa 30 anos. As comemorações englobam uma série de ações e uma delas é a realização de mais uma temporada do projeto Evandro Convida, em que o cantor Evandro Correia recebe convidados especiais. Em parceria com o Coletivo Suíça Bahiana, como uma prévia do Festival Suíça Bahiana, o convidado desta edição será Raimundo Sodré.
RAIMUNDO SODRÉ
Sua primeira aparição nacional ocorreu em 1980 no “Festival da Nova MPB 80”, da Rede Globo, no qual classificou a música “A massa” (c/ Jorge Portugal), que logo se tornou um sucesso nacional. Nesse mesmo ano, lançou pela gravadora Polydor, o LP “A massa”. Nesse disco incluiu “Recado pro pessoal lá de casa”, “Moleque de recado”, ambas em parceria com Marcelo Machado e ainda outras parcerias com Jorge Portugal, “Menino triste”, “Vá pra casa esse menino, viu?”, “Coió da Anália” e “Resistência”. Em 2003 o grupo Exaltasamba regravou “A massa” no CD “Alegrando a massa”.
EVANDRO CORREIA
Com mais de 30 anos de carreira profissional, começou cantando em festivais de música em diversos locais do país. Em 1991, depois de diversas participações em discos de festivais, gravou seu primeiro disco solo, onde conseguiu reconhecimento, principalmente em Minas Gerais e na Bahia, com destaque para as composições “O teu sonho não acabou”, “Menino da vida” e “Bichinho de seda”. Em 1993, gravou seu segundo disco, “Gema”, com destaque para “Luar de agosto”, “Gema” e “Capim beira-rio”. Em 1997, gravou seu terceiro disco, “Divindade”, com destaque para “Eternamente”, “Estrela guia” e “Minha casa”. Constituiu-se num dos cantores e compositores independentes mais tocados nas rádios AM e FM da Bahia. Suas composições falam de romantismo aliado ao lirismo do cancioneiro regional.
SERVIÇO
Evandro Correia convida Raimundo Sodré
Data: 16 de abril de 2023
Horário: 19h
Local: Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima (Av. Rosa Cruz, 505, Recreio, Vitória da Conquista - BA)
Classificação: livre
Meia-entrada: Confira a lista de pessoas contempladas e documentos comprobatórios válidos.
= ESTUDANTES
Estudantes regularmente matriculados devem apresentar a Carteira de Identificação Estudantil (CIE), emitida pela ANPG, UNE, Ubes, entidades estaduais e municipais, Diretórios Centrais dos Estudantes, Centros e Diretórios Acadêmicos, conforme modelo único nacionalmente padronizado. Consulte: www.documentodoestudante.com.br. Garanta emitir a sua CIE em órgãos reconhecidos e esteja atento(a) à validade do documento.
= IDOSOS MAIORES DE 60 ANOS
Documento de identificação oficial com foto.
= PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da pessoa com deficiência ou documento emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que ateste a aposentadoria de acordo com os critérios estabelecidos. No momento de apresentação, esses documentos deverão estar acompanhados de documento de identificação oficial com foto.
Quando a pessoa com deficiência necessitar de acompanhamento, ao seu acompanhante também se aplica o direito ao benefício.
= JOVENS DE BAIXA RENDA: PESSOA COM IDADE ENTRE 15 E 29 ANOS QUE PERTENCE A FAMÍLIA COM RENDA MENSAL DE ATÉ DOIS SALÁRIOS MÍNIMOS, INSCRITA NO CADASTRO ÚNICO PARA PROGRAMAS SOCIAIS DO GOVERNO FEDERAL (CADÚNICO)
Carteira de Identidade Jovem emitida pela Secretaria Nacional de Juventude, acompanhada de documento de identificação oficial com foto.
Política do evento
Cancelamento de pedidos pagos
Cancelamentos de pedidos serão aceitos até 7 dias após a compra, desde que a solicitação seja enviada até 48 horas antes do início do evento.
Local
Centro de Cultura Camillo de Jesus Lima
Avenida Rosa Cruz, 45, Alto Maron
Vitória da Conquista, BA
Ingressos
R$ 0,00
Inteira
R$ 40,00 (+ R$ 4,00 taxa)
em até 10x R$ 5,29
Vendas até 16/04/2023
Meia-entrada
R$ 20,00 (+ R$ 2,50 taxa)
em até 4x R$ 6,12
Vendas até 16/04/2023
Ingresso Social
R$ 20,00 (+ R$ 2,50 taxa)
em até 4x R$ 6,12
Vendas até 16/04/2023
------
Publicado originalmente em Sympla.
No dicionário a palavra felicidade é explicada como, “estado de uma consciência plenamente satisfeita; satisfação, contentamento, bem-estar”. Isso ficou evidente nos rostos de jovens e não mais tão jovens que estiveram na Concha do Centro de Cultura, neste sábado (25).
O evento ‘Point do Rock’ entrou para o calendário de eventos de Vitória da Conquista como uma alternativa de gênero durante as verdadeiras e saudosas micaretas da cidade. Na época era chamado de ‘Palco do Rock’. Após um silêncio de 03 anos, o evento volta com força total, uma semana após o Carnaval, dando vida a um local que andou meio ‘morto’ ultimamente, mas aind guarda em seu palco e paredes grafitadas, recordações de muito rock n´roll e memórias de amigos do rock que lutaram pela cena alternativa e que encerraram por enquanto suas passagens pelo planeta Terra.
A maratona de shows comecou às 15h com a banda Escravos da Merenda, Tributo a Motorhead, Signista, a banda punk Jacau e encerrando o primeiro dia com 02 bandas conhecidas nacionalmente por quem curte o som, Cama de Jornal e a uma revelação que tem conquistado fãs em todo o Brasil, Dona Iracema.
A Cama de Jornal fez sua última apresentação com público a exatos 3 anos, durante o último Point. E nesta edição foi uma das mais pedidas na enquete realizada pela produção do evento. Em um Show Comemorativo de 20 anos do disco “A Revolta dos Miseráveis”, levou a galera a loucuro em um show memorável no espaço que é a cara do rock Conquistense.
![]() |
No final do Show da Cama de Jornal, vocalista convida fãs para dividir o palco |
Por volta das 21h, um dos nomes mais importantes do underground brasileiro, a banda Dona Iracema, subiu ao palco em clima de rock com carnaval. Formada em 2012, em Vitória da Conquista (BA), a Dona Iracema nasceu com a proposta inicial de fazer covers dos Raimundos, mas surgiram composições próprias nas apresentações ao vivo, que caíram no gosto do público, culminando em singles, Eps e um disco de estreia.
A banda conquistense prova que a fórmula lá do início dos anos 1990 de juntar hardcore com baião ainda funciona muito bem. No entanto, os caras deixam claro que possuem um estilo próprio autodenominado de “Caatincore Iracemático”. Dona Iracema foi recentemente um dos destaques do Podcast “Não É Um Algoritmo Qualquer”, comandado por Leandro Alsaro, produtor da lendária rádio rock 89 FM, que no fim de ano passado fez um apanhado geral do novo rock brasileiro.
Neste domingo o rock continua forte na Concha. Confira a Grade pesadíssima:
15:00 – Franco – Cazuza e Autorais
16:20 – Autocrítica
17:40 – Freebird
19:00 – Social Freak
20:00 – Tributo Charlie Brown Jr.
21:00 – Old Stove
Entrada: 1KG de Alimento
CONFIRA ABAIXO O TRABALHO DO FOTÓGRATO CAÍQUE SANTOS:
Não consegue passar as fotos? CLIQUE AQUI.
------
Publicado originalmente em 26/03/2023, em Blog do Caique Santos.