A produtora Caso à Parte faz em Conquista mais uma noite quente de rock alternativo
Imagina aí, na porta de um show alternativo alguém gritar pra você: “pagodeiro!”. Nada contra pagode, mas nem combina, né? Apesar da recepção, queria saber mesmo era o hype que cercava a noite que a produtora Caso à Parte montou. A produtora tem, o estudante de Letras, Gilmar Dantas à frente (e onde ele estava mesmo, hein?), e tem como objetivo apresentar propostas alternativas de música, pra diversificar a massificação que se instalou em Conquista. A produtora já trouxe bandas como: Penélope, Brinde e Soma, de Salvador, Nancytta e os Grazzers, do Rio de Janeiro, e Violins, de Goiás, sem contar as bandas alternativas do cenário conquistense mesmo.
Na última sexta-feira, dia 05/12, quatro bandas foram definidas no line-up, pra tocarem no Casa Blanca: Captain Pepper, Autoramas, do Rio de Janeiro, Toma Rock e Mictian. De cara, encontrei Thayse D’Esquivel, que andava sumida da cena, e Ivan Gusmão, do jornal Outras Cabeças, bem amigo, na porta do bar. O ambiente estava um tanto vazio, mas a noite estava quente e o bar tem aquela cara de pub mesmo, combinando com a atmosfera da noite e reuniu só gente conhecida e do bem. Não aconteceu episódio ruim, como o que rolou no Rock Metal.
A Captain Peppers abriu a noite e Miguel Cortes, agitador cultural, deu o aval de que a banda faz mesmo hard rock. E conta com o vocal de Fábio Metal, que também toca na Sorrow´s Embrace. Quer saber que visão marcou nessa hora? A norte-americana Alais Elena de Hoogh, sentada num banquinho, com ar fatal, em frente ao palco, ruiva e linda, a la Vampira, dos X-Men. Ao lado do palco estavam: Pablo Bahia, fazendo tipo fashion com óculos hay-ban, e Thiago Dias, ambos da Reason. No bar, Diego Garcia mostrou o indefectível all star converse, que parecia ser a peça oficial dos descolados da noite. Por falar em bar, o serviço devia ser mais completo e os garçons mais simpáticos, né? Músicos por lá também não faltaram: Kessler, Pablo Lúcio, Huckson (cadê a 1 em Pé e 2 Alados?).
Antes do segundo show, eu e Ceci Barros ficamos de conversinha com Gabriel Thomaz, um dos vocais da Autoramas. Ele nos contou que tinha surpresa pra o show, que a baixista Simone do Vale não pôde vir, e que a banda faz “rock pra dançar em bom português”. E as influências? Surf music, jovem guarda, new wave, punk, um jeito White Strippes de ser e até a moderníssima Yeah Yeah Yeahs. “Nós não somos nem modernos, nem retro, o grande lance é a diversidade”, resumiu Gabriel. E você acredita que na mesa onde os caras vendiam cd´s da banda tinha até álbum da hype Bordelinerz, de São Paulo?
E eles são tuuuudo mesmo! Fazem uma sonzeira tipo school band, com frescor na batida punk, letras quase grudentas, inserções de frases de humor negro, com um ar super gostoso que deixou a noite feliz e dançante. O baterista é cool, mas o hype mesmo é Gabriel, que tem vocal abusado e usa vários pedais de efeitos, até com timbres eletrônicos. Ele é absurdinho até gritando “rock!”. Depois deles, a banda de divertido nome Toma Rock manteve o espírito da noite. Muito peso setentista e comentários bacanas. Fez todo mundo cantar em coro uma faixa do Led Zeppelin. A Miction fechou a noite com show tosco e pesado. Podia ter outro jeito mais incrível do que ver o baterista Joilson desarmando o instrumento, enquanto Daniel ainda soltava riffs de guitarra. Alternativo no último!
TEXTO E FOTOS: Marco Antonio J. Melo
Repórter Voceve
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Matéria publicada em 11/12/2003. Salva por I. Malförea.
Confira as fotos do evento, clicando na imagem abaixo:
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