Músico trabalhando nos bastidores. Imagem gerada por IA |
Bom tempo já se passou desde o início da revolução do mp3, que retirou das grandes gravadoras o monopólio do que escutamos musicalmente. Com a popularização dos PCs e dos kits multimídia, tornou-se possível "manipular" o conteúdo dos CDs a ponto de criarmos cópias perfeitas (sem perda de qualidade) dos arquivos de áudio, o que não acontecia nos tempos das fitas k7. Daí veio a explosão da pirataria, que obrigou a indústria a pensar em novas formas de ganhar dinheiro com fonogramas (o produto "áudio gravado e publicado" que ouvimos todo dia, desde sempre), até chegarmos à era do streaming, que se consolida cada vez mais.
O fato é que a tecnologia do final dos anos 1990 também possibilitou aos meros mortais o uso de ferramentas de criação musical, viabilizando o advento de inúmeros home studios em todo o mundo. Assim, um músico independente tornou-se capaz de gravar suas músicas em casa, e em alta qualidade, incluindo-se em uma cadeia até então privativa dos artistas "adotados" pelos grandes conglomerados do mercado. A música independente encontrou, a partir desse momento, uma forma de se profissionalizar, sem a necessidade de um "empresário" ou investimentos inalcançáveis. Muitos artistas conseguiram alcançar o mainstream através da autogestão. Na década de 2010, era comum encontrar cursos e palestras de music business gratuitos, online e presenciais, com o objetivo de familiarizar os músicos com o inevitável mercado da música: "grandes poderes implicam grandes responsabilidades", já dizia o velho Tio Ben.
O "novo artista" depende menos de terceiros, mas concentra, em si, uma grande ampliação de funções. Não basta o simples "tocar" ou "compor": é preciso saber se apresentar, divulgar, viabilizar formas de aparecer na mídia, redigir projetos, inscrever-se em editais, administrar plataformas de música, negociar shows, etc. No plano mais básico de tudo isso está a criação do release, um pequeno texto-resumo de seu trabalho, incluindo dados de sua origem, conceito artístico, principais trabalhos, estágio atual da carreira e planos para um futuro não-distante.
Sem um release, não é possível concorrer em um simples edital de prefeitura. É o principal "cartão-de-visitas" de um artista, e que deve estar em suas redes sociais, plataformas de streaming, portfólio e em seu site oficial (futuramente falaremos sobre a importância deste elemento). Porém, em um Brasil conhecido pela ineficácia da educação, baixíssimos índices de leitura e outros elementos identificáveis até mesmo em nossos "representantes" eleitos, uma tarefa simples revela-se profundamente desafiadora.
Em nossas pesquisas e observações, constatamos que muitos artistas sequer sabem o que é um release ou não se consideram capazes de redigir um, geralmente delegando a tarefa a terceiros quando necessário (geralmente para concorrer a editais públicos), especialmente dentre os artistas mais antigos, que atuam desde a década de 1970 a 1990, e não conseguiram acompanhar eficazmente os avanços tecnológicos. A tecnologia do momento, sem dúvida, é a inteligência artificial (IA), que empolga muitos e assusta outros tantos. O fato é que a função primária de qualquer tecnologia é facilitar a nossa vida, contornando nossas fraquezas em todas as áreas. Por que, então, não utilizá-la a favor da música independente?
Experimentar é preciso
Tendo em mente esse universo, tentaremos criar um release artístico utilizando a IA. Se der certo, teremos uma bela ferramenta aos artistas que detêm algum nível de dificuldade com a escrita ou enfrentem algum tipo de insegurança a respeito. Importante: eu nunca tentei fazer isto antes, então, este texto está sendo produzido enquanto realizo a experiência, o que pode tornar mais interessante o processo, bem como pode trazer resultados inferiores aos que você conseguirá, uma vez que a IA evolui rapidamente.
As plataformas escolhidas são: 1) ChatGPT, da OpenAI (a mais famosa até o momento); 2) Copilot, da Microsoft; 3) Gemini, da Google e 4) LuzIA, da Wizeo, que utilizaremos de duas formas diferentes, como veremos adiante. Esta última funciona no WhatsApp e Telegram e também tem aplicativos para Android e iOS. Não se preocupe com tantos nomes: todos executam as mesmas tarefas. Apenas compararemos o desempenho de cada uma para eleger a melhor.
1º passo: fornecer informações básicas
Para que a IA escreva sobre nós, claro, precisamos lhe dizer quem somos, pensando no resultado esperado (o release). Tentarei criar um release para o Distintivo Blue, meu trabalho autoral, que já possui inúmeros releases diferentes, todos redigidos por mim (veja o atual aqui). Então, estas serão as minhas informações básicas:
Sou um cantor chamado Plácido Oliveira e compositor nascido em Vitória da Conquista;
Tenho mais de duas décadas de carreira como cantor;
Criei a banda Distintivo Blue em 2009;
O Distintivo Blue toca blues em português, com temas que fogem das temáticas clichês do blues;
Também temos influência de rock clássico, country, jazz e música brasileira;
A banda já lançou diversos trabalhos autorais, entre álbuns, EPs, singles e videoclipes e está em fase de produção do novo álbum, comemorativo dos 15 anos de banda, previsto para 2024;
O show mais recente da banda se chama "O som que vem do sudoeste", onde intercala canções próprias com canções de outros artistas locais;
A banda possui um conceito artístico menos voltado aos padrões do mercado fonográfico e mais voltado ao conceito artístico em si e considera isto mais importante porque proporciona mais liberdade;
Prefere trabalhar com autoprodução, porque permite imprimir mais personalidade ao trabalho.
Pronto. estas serão nossas informações básicas para o experimento. Ninguém melhor que você mesmo(a) para fornecer estas informações, afinal, é de você que falamos aqui. Neste momento, a LuzIA já pode ser utilizada, caso sinta dificuldades em se expressar através da escrita. Os aplicativos para Android e iOS possuem o recurso de envio de áudio para a IA. Então, ela transcreverá o áudio e falará algo a respeito, que não nos importa. Basta você copiar o texto transcrito, fazer alguma correção e colar na(s) IA que preferir. No WhatsApp existe um segredo: se você encaminhar um áudio enviado por alguém à LuzIA, ela transcreverá na íntegra. Costumo usar esse recurso quando alguém me envia mensagem por áudio em um momento em que não posso escutar. Geralmente ela transcreve muito bem. Então, basta você enviar o áudio do celular de outra pessoa para o seu, ou enviar do seu para outra pessoa que também tenha o contato da LuzIA. Se você pedir que ela transcreva diretamente, ela, curiosamente, dirá que não transcreve áudios.
2º passo: pedir da maneira correta
Agora vamos ao pedido de criação do release às IA. Geralmente, é suficiente para um release ter entre 150 e 200 palavras, para que nem fique curto nem longo demais. lembre-se de que é um texto "cartão-de-visitas", e não um capítulo de livro ou um slogan de produto: sua função é apresentar seu trabalho ao leitor, de forma sucinta, mas informativa. Então, aqui vai uma sugestão de pedido:
Por favor, crie um texto do tipo "release artístico", na terceira pessoa, com cerca de 200 palavras, para que eu apresente ao meu público e aos contratantes, usando as seguintes informações:
[as suas informações básicas aqui]
3º Passo: comparar os resultados
Vamos aos resultados obtidos por cada IA:
LuzIA (WhatsaApp):
Plácido Oliveira Mendes, um renomado cantor e compositor oriundo de Vitória da Conquista, possui uma carreira musical que se estende por mais de duas décadas. Em 2009, fundou a banda Distintivo Blue, cuja proposta inovadora consiste em apresentar o blues em língua portuguesa, abordando temáticas que fogem dos clichês normalmente associados ao gênero. Além disso, a influência do rock clássico, country, jazz e música brasileira enriquece a sonoridade única do grupo.
Ao longo dos anos, a banda lançou uma série de trabalhos autorais, incluindo álbuns, EPs, singles e videoclipes. Atualmente, encontra-se em processo de produção de um novo álbum, em comemoração aos 15 anos de trajetória artística, com previsão de lançamento para 2024.
O espetáculo mais recente da banda, intitulado "O Som que Vem do Sudoeste", destaca-se pela intercalação de composições originais com obras de outros artistas locais. A abordagem artística da banda foge dos padrões convencionais da indústria fonográfica, priorizando a liberdade criativa e um conceito artístico autêntico.
Valorizando a autoprodução como meio de imprimir maior autenticidade e personalidade às suas criações, Plácido Oliveira Mendes e a Distintivo Blue buscam constantemente inovar e transcender fronteiras musicais, conquistando o público com sua originalidade e paixão pela arte.
LuzIA (Telegram):
Plácido Oliveira é um renomado cantor e compositor nascido em Vitória da Conquista, cuja carreira musical abrange mais de duas décadas de experiência e paixão pela arte. Em 2009, fundou a banda Distintivo Blue, cuja proposta inovadora consiste em interpretar o blues em português, explorando temáticas que escapam dos clichês habituais do gênero. Além disso, a sonoridade da banda é enriquecida por influências do rock clássico, country, jazz e música brasileira.
Ao longo dos anos, o Distintivo Blue lançou diversos trabalhos autorais, incluindo álbuns, EPs, singles e videoclipes. Atualmente, encontra-se em processo de produção do novo álbum comemorativo dos 15 anos da banda, previsto para o ano de 2024.
O show mais recente da banda, intitulado "O Som que Vem do Sudoeste", apresenta um repertório que mescla composições originais com interpretações de outros artistas locais, proporcionando ao público uma experiência sonora única e envolvente.
O conceito artístico do Distintivo Blue destaca-se pela busca da liberdade criativa e expressiva, priorizando a originalidade e a autenticidade em detrimento dos padrões convencionais da indústria fonográfica. A opção pela autoprodução reflete o desejo de imprimir maior personalidade e identidade às obras musicais, consolidando assim a singularidade artística do grupo.
Com uma trajetória marcada pela inovação e pela busca incessante pela expressão artística genuína, Plácido Oliveira e o Distintivo Blue continuam a encantar o público com sua música cativante e atemporal.
ChatGPT:
Comunicado Artístico: Plácido Oliveira e Distintivo Blue Revelam Novo Capítulo Musical
Vitória da Conquista, [Data Atual] - O renomado cantor e compositor, Plácido Oliveira, oriundo da rica cena musical de Vitória da Conquista, está empolgado em compartilhar o próximo capítulo de sua jornada artística e dos mais de 20 anos de carreira que o moldaram.
Em 2009, Plácido fundou a banda Distintivo Blue, mergulhando nas raízes do blues em português. O grupo, que transcende as fronteiras do gênero ao incorporar elementos de rock clássico, country, jazz e música brasileira, recusa-se a se limitar a clichês. Ao longo dos anos, a banda lançou uma série de trabalhos autorais, desde álbuns envolventes até videoclipes visualmente impactantes.
Atualmente, a Distintivo Blue está imersa na produção de seu aguardado álbum comemorativo de 15 anos, previsto para 2024. Este projeto promete capturar a essência única da banda, consolidando seu papel como inovadores no cenário musical brasileiro.
Recentemente, a banda cativou o público com seu show mais recente, "O som que vem do sudoeste", uma experiência que mescla suas próprias composições autênticas com canções de outros talentosos artistas locais.
A Distintivo Blue abraça um conceito artístico que foge dos padrões convencionais da indústria fonográfica, privilegiando a liberdade criativa. Optando pela autoprodução, a banda acredita que esta abordagem permite injetar uma dose ainda maior de personalidade em suas obras, conectando-se de forma mais autêntica com seu público apaixonado.
Junte-se a Plácido Oliveira e à Distintivo Blue nesta emocionante fase da jornada musical, onde cada nota ressoa com a autenticidade de artistas comprometidos com a verdadeira essência da música.
Copilot:
**Plácido Oliveira**: Uma Voz Única no Universo Musical
Plácido Oliveira, cantor e compositor nascido em Vitória da Conquista, traz consigo mais de **duas décadas de experiência** no cenário musical. Sua jornada artística é marcada por paixão, autenticidade e uma busca incessante por expressar sua alma através da música.
Em **2009**, Plácido fundou a **banda Distintivo Blue**, um projeto que transcende os limites do blues convencional. O Distintivo Blue mergulha nas profundezas da língua portuguesa, explorando temas que escapam dos clichês do gênero. Aqui, o blues ganha novas cores, influenciado pelo rock clássico, country, jazz e a riqueza da música brasileira.
A banda já deixou sua marca no cenário musical com diversos trabalhos autorais, incluindo álbuns, EPs, singles e videoclipes. E agora, em **2024**, celebrando **15 anos de trajetória**, o Distintivo Blue está em plena produção de seu novo álbum. Este projeto especial promete ser uma jornada sonora única, um tributo à paixão e à liberdade criativa.
**"O som que vem do sudoeste"** é o título do show mais recente da banda. Nesse espetáculo, Plácido e seus companheiros intercalam canções próprias com músicas de outros artistas locais. É uma celebração da diversidade, da conexão entre os músicos e do poder transformador da arte.
O Distintivo Blue não se curva aos padrões do mercado fonográfico. Seu conceito artístico é mais do que notas e acordes; é uma jornada interior, uma busca pela verdadeira essência da música. A autoprodução é a escolha consciente da banda, permitindo que cada nota, cada palavra, reflita sua personalidade e visão de mundo.
Plácido Oliveira e o Distintivo Blue convidam você a embarcar nessa viagem musical. Prepare-se para uma experiência única, onde o blues se funde com a alma brasileira, e a liberdade é a nota mais alta do espetáculo. 🎵🎤🎸
Gemini:
Não tenho informações suficientes sobre essa pessoa para responder. Os textos que eu crio imitam a comunicação de vocês, humanos, em resposta a uma variedade de perguntas e comandos, já que sou um modelo de linguagem de grande escala. Porém, ainda não sei muito sobre essa pessoa. Tem alguma outra coisa que você quer saber?
Nossas impressões
Bom, antes de qualquer coisa, nem seria preciso dizer que a grande perdedora foi a Gemini, né? Porém, conhecendo o poder do Google, sabemos que ela melhorará no futuro mas, até o momento (06/03/2024), ela não é nem um pouco confiável. Já realizei testes anteriores, perguntando algumas coisas básicas e posso dizer, com segurança, que é a IA mais mentirosa da atualidade. Inventa informações a ponto de gerar boas risadas em quem lê. Melhor ignorá-la por enquanto.
Percebemos bastante semelhança entre a LuzIA do WhatsApp e do Telegram, o que é esperado, já que a base de dados e processamentos é a mesma. Fiquei realmente impressionado com o resultado. A LuzIA é uma espécie de "ChatGPT" simplificado, muito boa para tarefas do dia-a-dia, especialmente pela possibilidade de acioná-la como um simples contato de WhatsApp ou Telegram. Escolheria a versão do Telegram, por conter termos mais interessantes para o que procuramos, como "show" no lugar de "espetáculo". Claro que ainda podemos melhorar, pedindo, por exemplo, que reescreva o texto, retirando adjetivações e termos exagerados, como "renomado". Escolhi testar as duas versões porque, sabemos, há pessoas que utilizam OU o WhatsApp OU o Telegram, então, também foi uma oportunidade de verificar se há maiores diferenças entre as duas versões.
O ChatGPT trouxe um resultado interessante e razoavelmente equilibrado. Interessante a escolha dele em fornecer um "comunicado artístico", fugindo um pouco da proposta, mas passando a impressão de um press release, ou seja: um release enviado a jornalistas e que poderia muito bem ser publicado em um site ou blog, contendo, inclusive, um título. Penso que se retirarmos o primeiro ("Vitória da Conquista [...]", sugerindo um texto jornalístico) e o último parágrafo ("Junte-se a Plácido [...]") teremos um texto bem próximo do que precisamos, mais voltado a um portfólio.
O Copilot "optou" por uma abordagem interessante: um texto voltado para compartilhamento pelo WhatsApp, com emoticons e códigos para negritos (uma palavra escrita entre asteriscos, como *aqui* se torna negritada por lá), além de uma linguagem um pouco menos informal que as anteriores. O resultado geral também parece bom.
4º passo: escolha e adaptações
Neste ponto se faz necessária a intervenção humana: você pode escolher o release da sua preferência e realizar pequenos ajustes ou, ainda, mesclar elementos de dois ou mais. Pense que temos um bom volume de material disponível e carecendo de retoques. Como o objetivo deste post é ajudar os artistas que não possuem o hábito da escrita ou que enfrentam alguma dificuldade ou insegurança em criar seu próprio release, iremos pelo caminho mais simples: escolher um e ajustar. Trabalharemos com o release gerado pelo ChatGPT (o que não significa que seja o melhor dos três. Você é a pessoa ideal para escolher o melhor, de acordo com o que busca com a experiência), já eliminando os dois parágrafos mencionados acima, ficando assim:
DISTINTIVO BLUE - RELEASE
Em 2009, Plácido Oliveira fundou, em Vitória da Conquista-BA, a banda Distintivo Blue, mergulhando nas raízes do blues em português. O grupo, que transcende as fronteiras do gênero ao incorporar elementos de rock clássico, country, jazz e música brasileira, recusa-se a se limitar a clichês. Ao longo dos anos, a banda lançou uma série de trabalhos autorais, desde álbuns envolventes até videoclipes visualmente impactantes.
Atualmente, a Distintivo Blue está imersa na produção de seu aguardado álbum comemorativo de 15 anos, previsto para 2024. Este projeto promete capturar a essência única da banda, consolidando seu papel como inovadores no cenário musical independente brasileiro.
Recentemente, a banda cativou o público com seu novo show, "O som que vem do sudoeste", uma experiência que mescla suas próprias composições autênticas com canções de outros talentosos artistas locais.
A Distintivo Blue abraça um conceito artístico que foge dos padrões convencionais da indústria fonográfica, privilegiando a liberdade criativa. Optando pela autoprodução, a banda acredita que esta abordagem permite injetar uma dose ainda maior de personalidade em suas obras, conectando-se de forma mais autêntica com seu público apaixonado.
Junte-se a Plácido Oliveira e à Distintivo Blue nesta emocionante fase da jornada musical, onde cada nota ressoa com a autenticidade de artistas comprometidos com a verdadeira essência da música.
Perceba que fiz modificações sutis, mas que tornaram o texto mais profissional, convidando o público e os contratantes a conhecer o trabalho, sem cair em adjetivações cafonas. Aliás, muito cuidado com adjetivações: elogiar a si mesmo é sempre um território perigoso. Quem deve considerar você como renomado, talentoso, incrível ou algo parecido é o público, o crítico musical ou quaisquer outras pessoas que não você mesmo(a). Deixe para eles a tarefa de "rasgar seda". Mostre-se sóbrio(a) e consciente do seu conceito artístico, a fase da carreira em que se encontra, objetivos e trajetória vivida.
Pensando em um release, por exemplo, para um edital de prefeitura, este parece funcionar bem. Optei por retirar o título criado pela IA, substituindo por apenas "Distintivo Blue - Release". É bem possível que ele seja lido para a plateia por algum mestre de cerimônias antes de sua apresentação, então o último parágrafo é ideal para "chamar" o público. Sempre imagine seu texto sendo lido em voz alta antes do seu show e impresso em um portfólio para evitar exageros que poderiam constrangê-lo (a). Também imagine-o em um post de blog ou site de notícias. Isso ajuda a fazer a adaptação mais adequada.
Conclusões
Por enquanto, nada supera o olhar humano ao se referir a um trabalho artístico, justamente pelo fator subjetivo. A IA, de posse de uma lista de informações, é capaz de "encher linguiça" e encaixar bem os argumentos, mas isso também pode soar genérico demais, exigindo ajustes. Apesar de ter gostado dos resultados, não deixarei de escrever os meus próprios releases, porque minha personalidade também é impressa nele. A forma de utilização das palavras, termos e detalhes também revela a natureza do seu trabalho. Uma banda punk pode sugerir certa agressividade em seu release, bem como um cantor romântico pode transformar seu release em um texto mais "meloso".
Um elemento a se atentar: as IA se focaram mais em "Plácido Oliveira" do que em "Distintivo Blue", o que não foi bem a minha intenção. Isso, possivelmente, se deu porque eu iniciei o texto com as informações básicas com referência à minha pessoa, ao invés de à banda. Minha intenção era criar um release da banda, mencionando que sou o artista-criador por trás do conceito dela, e as IA colocaram ambos em mesmo nível de importância no texto, mencionando meu nome mais de uma vez, o que não era esperado, apesar de ter gostado do resultado. Portanto, fique atento(a) a esses detalhes. Não hesite em tentar textos de referência diferentes e até mesmo pedir à IA que mude sua resposta. Isso é possível e os resultados podem ser satisfatórios. A IA não vai se cansar se você passar horas a fio fazendo perguntas, pedidos e correções. Mais uma sugestão: peça para que uma IA revise e corrija o texto gerado por outra. Peça para uma terceira fazer o mesmo com o resultado. Faça com que trabalhem juntas a seu favor.
A IA vem melhorando a passos largos, mas ainda carece desse "tempero". De qualquer forma, você já tem uma poderosa ferramenta capaz de lhe abrir portas. Um release é um elemento básico. Muitos contratantes, radialistas e produtores sequer gastam seu tempo com artistas sem um release, simplesmente porque o "não ter" é sinônimo de amadorismo. Amadorismo significa perda de tempo e de dinheiro. Poucos, hoje em dia, se dispõem a ensinar algo a alguém, então, poucos terão a paciência de lidar com um artista amador. Superar isso é uma tarefa que exige insistência e paciência. Aproveite toda oportunidade de aprendizado, como esta.
Este texto foi escrito e publicado em março de 2024, portanto, é possível que você o leia considerável tempo depois, quando ele já não seja necessário, dado o avanço da tecnologia. Fica, então, o registro histórico, como quando dos tempos em que era possível ir a uma livraria e comprar um livro de "curso de Word", "Powerpoint", "Excel" ou até mesmo de Windows. Aproveite para deixar, no espaço de comentários, o release que você produziu com a IA da sua preferência ou como são as coisas no seu tempo (o futuro para mim).
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