Não misture
Nosso forró, não,
Nem profane
Nossas festas juninas,
Com suas músicas assassinas.
Nosso forró,
Nasceu do fifó,
Na poeira do arrasta-pé,
Ao som do triângulo,
Da zabumba e da sanfona,
No melaço da cana,
Com cultura, tradição e fé.
Nosso forró é nordestino
Dos santos Antônio, João e Pedro
Brinca idoso, jovem e menino.
Seu prefeito predador safadão,
Não misture nosso forró, não
Com sua propina de mocotó.
Não misture nosso forró, não
De penetras estrangeiros,
Com chapéu de couro,
Indumentária de cangaceiros,
Que roubam nosso ouro,
E nem sabem lá cantar,
Xote, xaxado e baião.
Salvem Jachson do Pandeiro,
Marinês, Sivuca e Gonzagão,
Sem essa plástica indecência,
De misturar sertanejo e pagodão,
Axé, arrocha e sofrência.
Não misture nosso forró, não,
Pra nóis dançar é forrozeiro,
Na letra agreste do Nordeste,
Com licor, quentão e mungunzá,
Como nos tempos do candeeiro.
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