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[2012] O Festival de Inverno Bahia perdeu o tato


Por Marcelo Lopes

Compartilho aqui uma impressão pessoal que encontra cada vez mais ressonância por todo o lado em Vitória da Conquista: o Festival de Inverno Bahia perdeu o tato. Compreendo que o evento é uma iniciativa privada (logo, visa lucro), que faz parte de um dos empreendimentos mais visíveis da Rede Bahia, por meio da sua principal empresa promotora de eventos, a Icontent. Entendo ainda que uma empreitada de mercado deste porte nem sempre (aliás, infelizmente e quase sempre) não se afina com o que há de mais primoroso na música. Mas acompanhem o meu raciocínio:

1. O FIB nasceu da exploração de um potencial para espetáculos musicais que não era mais atendida na região após o fim de experiências como o Agosto de Rock (2001-2003) e outras iniciativas locais que primavam por estruturar espaços alternativos à indústria do Axé. Inspirou-se também no Festival de Inverno de Lençóis, com suas atrações de peso e artistas renomados da MPB; um evento que, à época, despertou os olhares de um público diferenciado e fomentou a economia criativa da região de forma contundente. Partindo destas referências, a criação do FIB foi lógica e inteligente, oferecendo um espaço voltado para este perfil de evento em Conquista, com características diferentes das “festas de camisa” que eram a única oferta estruturada de apresentações musicais no interior da Bahia.

2. Buscando se moldar como um Festival de Verão de Salvador, o FIB adaptou bem a fórmula e soube respeitar as características locais, explorando o apelo do inverno, numa escolha estratégica de Conquista como sede – uma das cidades mais frias do interior da Bahia. Soube também ocupar as lacunas latentes para o pop rock, uma vez que tudo mais nesta área era a mesma coisa. Além de dar visibilidade e retornos diretos e indiretos para a Rede Bahia, a realização se tornou um novo espaço para atrações importantes do cenário nacional, oportunizando uma espécie de reserva de mercado para este mesmo pop rock.

3. Era de se pensar que depois de certo tempo de realizações, o FIB visasse acrescentar ideias que denotassem avanço. Paradoxalmente, num momento em que se poderia pensar em trazer ao menos uma atração internacional (já que nos últimos anos o Brasil se tornou roteiro de shows de todo o mundo), o evento se redireciona para apresentar uma grade repetitiva e destoada nas suas atrações. Desde 2010, a produção se utiliza do discurso da “mistura”, como no Festival de Verão, para abrir espaços para o Sertanejo e o Axé no meio da programação, o que resultou este ano numa configuração estranha do FIB.

4. Os espaços alternativos do evento não dão mais conta de inovar e o palco principal se limita a insistir que o pop brasileiro não se renova, em plena fase mais criativa do setor em quase vinte anos. À margem do FIB ficam os trabalhos de artistas como Tulipa Ruiz, Mariana Aydar, Roberta Sá, Emicida, Casuarina, Fino Coletivo, Criolo, João Sabiá, Otto, Móveis Coloniais de Acaju e Monobloco, só para citar alguns, sem falar em outros ícones como Ney Matogrosso, Zé Ramalho, Adriana Calcanhotto ou mesmo Djavan.

5. A questão central é que – pasmem! – Vitória da Conquista não é Salvador. A mistura a que propõem é uma fórmula muito radicada na dinâmica da economia criativa soteropolitana, com uma diversidade de atividades, opções culturais e musicais muito diversas da conquistense. Soma-se a isso a diferença geográfica extrema: a primeira cidade, praieira, de clima quente e fervilhando de eventos típicos do verão, mesmo fora do verão; a outra, de clima frio, em pleno inverno e com uma dinâmica cultural muito mais atenta a exploração de outros ritmos que não falem exclusivamente de praia, sol, água de coco e pegar onda. Daí em diante é fácil entender que os suores de praia não são os mesmos no inverno e que o famoso “tira-o-pé-do-chão” combina mais com abadá e sandália de dedo que cachecol e botas.

6. Eventos de pagode, axé, sertanejo e adjacências pipocam aos montes doze meses por ano no interior do estado. Lamento realmente que o FIB se inclua neste rol como apenas mais um e não mais como um evento construído com todo o histórico e contexto que citei. O conceito da diversidade aparente que apontam seus organizadores se perde numa ideia enganosa, sem observar o cenário em que se inserem: trazer para a programação estilos musicais que já se apresentam regularmente na região não é inovar e o máximo de mistura que se consegue assim é um feijão-com-arroz. O FIB, sob esta lógica, perde o que tinha de mais diferente: a oportunidade de abrir espaço para um fluxo de novos artistas – como foi o caso de Danni Carlos e O Teatro Mágico – num mesmo palco com bandas já consagradas, que de outra forma dificilmente poderiam vir num espetáculo deste porte na região.

A expectativa por um espaço segmentado para o pop é uma necessidade sentida e alimentada na região há muito e, até bem pouco tempo, era também bem percebida. Assim, às portas do início da nova edição, perdura a sensação visível de que o evento em 2012 teve a programação mais fraca em todas as edições, muito embora isto talvez não se reflita em números, já que o lucro é bem-vindo e necessário, vindo de onde vier, da forma que vier.

Quando digo que o FIB perdeu o tato, espero de verdade que, além da sensibilidade, o evento recupere nas próximas edições o poder de diferenciar onde de fato é frio e onde é quente em tudo isso.

Tá postado.


COMENTÁRIOS (até 01/05/2020)


Creio que já era de se esperar que o FIB desandasse para o lado mais POP da música brasileira. Afinal, isso que fez lotar o Parque de Exposição nos três dias do FIB, na sua grande maioria de jovens universitário. Não dá para dizer que a programação musical deste ano ou dos anos vindouros esteja ruim. Qual é o gosto musical de Vitória da Conquista que se escuta nos rádios, nos carros com sons potentes, nos bares (apenas um ou dois tem música da boa), nas festa universitárias, etc, não é, senão, a mesmíssima música que vem rolando em todos os FIB? Sempre se diz que Conquista é um “celeiro musical”, mas os conquistenses não valorizam o seu “celeiro musical”, assim também é o FIB, pois este não contrata os cantores, as bandas da cidade para se apresentarem neste evento com toda pujança que os artistas conquistenses tem direito. A musicalidade produzida em Vitória da Conquista não fica devendo nada a nenhuma banda ou cantor do mundo. Bandas no calibre da Café com Blues, Baixaria, Distintivo Blues, Ladrão de Vinil, os Barcos, Excalibur, Brincando de Cordas, Catrupia, Complexo Ragga.Interpretes como Italo, Marta Moreno, Tereza Raquel,Rita Pithon, Claudia Rizo, Bia Novais, Iracema Miller. Cantores/Compositores no quilate de Walter Lajes, Geslaney Brito, Alisson Menezes, Manno di Sousa, Papalo Monteiro, Paulo Macedo, Thomas Oliveira, Moacir Mocego, Gil Barros, Evandro Correia, Janio Arapiranga entre outros, todos com CD gravados e os seus talentos comprovados em grande festivais de música pelo Brasil.Nenhum desses mencionados acima não foram contratos para se apresentarem em nenhuma edição do FIB. Isso porque a música produzidos pelos artistas conquistenses não cabe no formato comercial do FIB. Por outro lado o formato musical que o FIB apresenta agora é o reflexo do gosto musical do povo de Conquista e região. Sabendo deste gosto musical duvidoso por que os dirigentes do FIB quererá contratar o melhor da MPB? Contudo, Conquista vem sendo agraciada desde 2010 com outros eventos pela Conexão Vivo, com um festival anual que traz novos artistas alternativos e emergentes através do Festival Conexão Vivo, e pela Rede Motiva, o Festival Avuador que valoriza os artistas emergentes de Vitória da Conquista e toda região Sudoeste. Temos também, promovido pela Prefeitura Municipal, o Festival Por Isso que eu Canto, um festival que descobre novos talentos musical e os lança no mercado; O Festival de Forró do Periperi e o Natal da Cidade que junta grandes nomes da MPB e nomes do cenário local num mesmo palco. Isso sim, é valorizar arte musical produzido na cidade. Todos esses eventos, inclusive o FIB, engrandece a nossa cidade, e o Festival de Inverno como o evento que mais concentra pessoas, faz o que todo empreendedorismo faz, dá ao povo o que povo gosta, ou seja, a música comercial de fácil absorção. É assim que o mercado anda. Mas haverá mudança nos próximos Festival de Inverno? Certamente que não, pois o que o evento visa é grana para pagar as bandas que são caríssimas. Então, não esperemos alteração para melhor nesse grade de contrações, será daí para pior.

Oi Chello!Como sempre, arrasando nas suas reflexões. Este é o segundo ano que não passo perto da porta do FIB, afinal de contas, como já foi dito acima, a grade de atrações, de forma geral, é de se lamentar. O que a organização esta querendo fazer é transformar o FIB numa versão interiorana do Fesvital de Verão, que, com todo respeito àqueles que curtem, é extremamente medíocre. Infelizmete, o projeto (FIB) que começou sendo uma promessa de mostra da boa música, o espaço privilegiado do pop rock no estado da Bahia, um palco de lançamento dos grupos locais, vem se tornando num complexo das mesmices da capital. E, apesar de cruel, não acho que esse processo irá retroceder. Acho que o que nos resta, é criar outros espaços, outros eventos, para apreciar daquilo que a organização do FIB não traz mais.

Marcelo, parabéns pelo comentário. Você acertou. Essa foi a primeira vez que não tive a menor vontade de ir ao FIB, nada motivou-me.

Eu moro aqui desde que começou o FIB e nunca tive vontade nenhuma de ir ao festival.

Marcelo, seu texto tá bombando!!! Que bom!!! Sou de Salvador e nao conheço o Festival de Verao daqui. Uma mesmice só. Sai daqui pra Conquista pra curtir o Festival da Juventude. Nunca fui ao de Inverno, mas acompanho a programaçãom que está cada vez mais desalentadora. Qualquer ano desses, quem for ao de verao daqui e no de inverno daí, vai dar no mesmo.

Excelente análise sobre o evento.Concordo plenamente.Parabéns pelo texto,transcreve o sentimento de várias pessoas!!!

Concordo. Seu texto é excelente. Há alguns anos presenciei uma coleta de dados no FIB, que me deixou muito desconfiada. A priori pense que se o evento se submetesse às pesquisas de mercado, o perigo estivesse muito perto.De fato, o perigo estava ali. Talvez aquelas coletas, ou a interatividade que suscitou as alterações que vemos hoje não deem conta do universo do público e da significância cultural do evento. Não se trata de preconceito por que eu aliás, ouço de tudo, me atento bastante a mídia sobretudo por que trabalho com jovens e ainda me considero uma. Trata-se de democratizar o caráter dos eventos, de respeitar a diversidade cultural, de não massificar uma Bahia que na prática pertence aos interesses dos empresários do carnaval e suas variações (privadas, caras) e não ao povo baiano, ao que nós produzimos ou Às coisas pelas quais nos interessamos. Recentemente inclusive, fui ao Sul do país e para meu desespero (como Geógrafa que sou)tive que esclarecer que não somos aquilo que as novelas mostram, que a Geografia da Bahia não se restringe a cidade de Salvador e que a nossa cultura não é apenas o carnaval atual. Ao ler seu texto, fico feliz que esse tipo de PREOCUPAÇÃO se manifeste de forma tão consciente e livre.

Tudo isso que o texto fala, mais a forma de se lidar com os artistas conquistenses. No início havia uma (capenga, vá lá) tenda do rock, destinada aos artistas locais. Eu cheguei a tocar na primeira edição do festival nessa tenda. Pensava-se em valorizar os artistas locais(que não fossem do axé, DJs ou forrozeiros). Com o tempo misturaram a tenda eletrônica e do reggae com a do rock, sempre jogada num canto do parque, até que, hoje, temos uma disputa ridícula, onde todos os direitos(leia-se obrigações de qualquer produtor) das bandas se tornaram parte do prêmio, como transporte, alimentação, camarim, etc. O FIB antigamente ao menos fingia se importar com os artistas locais, até que claramente desistiu e passou a assumir que os considera apenas lixo. Eu não vou ao FIB.

As pessoas de fora se espantam ao saber que eu sou daqui de conquista e não vou ao FIB… Cadê a super conquistense banda “café com blues”no festival????

Eu acrescento mais uma lista imensa de bandas ótimas daqui e da região. Que tipo de espaço um evento que lucra com a nossa economia criativa dá de retorno pra quem é daqui?

Albene Ismar Silveira24 DE AGOSTO DE 2012 EM 11:57
Se examinarmos as atrações uma a uma, não acho que é a pior grade desde o 1º FIB, porém o que concordo, e realmente torna o FIB deste ano duvidoso, é o fato das repetições… Fica parecendo acomodação das pessoas que cuidam desta grade, levando o FIB à mesmice de todos os eventos na cidade. Por que não ousar? Medo? É salutar ver que as pessoas querem apreciar coisas novas! O equilíbrio é importante, afinal tem o asdpecto comercial, já que ninguém acha que é um Festival só para agradar a poucos, e não gerar lucros. A verdade é que muita gente vai ao Festival, eu inclusive, só pelo simples motivo de encontros com GENTE, e falta de outras opções durante o ano na cidade. Para um monte de gente as atrações nem são mais importantes, já que não há nada novo no palco! Vão prá lá e nem querem saber, e disso querem se aproveitar os organizadores. Que tal inovar?

Falou tudo! Não se deve exigir que um evento particular se importe apenas com o underground, assim não haverá lucro (que é o almejado pelos organizadores), e que mal há em querer lucro? O que não pode é cair na mesmice, prezando sempre pelo equilíbrio. E olha, Albene, o que todos comentam é justamente isso:”Só vou lá pra ver a galera e dizer que não saí de casa.”

Concordo em parte com vccs dois. Mas – sinto discordar num ponto essencial – vcs alegam que na cidade há poucas oportunidades de pessoas se encontrarem em eventos de grande porte, onde possam se ver e pagam caro só mpra se ver num evento que nao satisfaz justamente na sua programação?
Não acham que exigir e se exigir muito pouco do que fazem conosco como consumidores de cultura e entretenimento?

Concordo plenamente com você,Acho que os patrocinadores querem transformar o festival de inverno num festival de verão génerico fora de epóca.

Acho tambem que as cabeças pensantes da cidade,desde de pessoas de mídias de rádio,tv,jornais,internet,empresários,público deveriam se mobilizar para mudar esse cenário.Tem muita gente boa que não concorda com o que estão fazendo com o festival.

E caso continue nesse rumo,Que se crie na cidade um outro festival alternativo para trazer atrações que realmente valham a pena,Para pessoas que realmente gostam e entendem de música.E deixem de lado esse festival de inverno que já foi bom,Virar o que os “mentores” querem que é tocar qualquer coisa prum público sem nada na cabeça pular.

O texto reflete o que de fato se tornou O Festival de Inverno Bahia…Muito Bom!As opiniões podem até divergir, mas o texto trata da essência e não de como é produzido o FIB.Todos que trabalham com evento, inclusive um de grande porte como este, sabe da dificuldade de produção, mas o que o autor do texto que explorar é a essência que foi perdida, a “cara” de um festival que não mais existe.

Confesso que não entendo tanto drama!!! Simplificando: é um evento privado, que visa o lucro. Achei que esse é o pior ano de atrações, simples assim: não vou. Afinal não sou obrigado a ir ao FIB, a não ser que tenha shows que me agradem e me interessem.

O “drama” todo é ver um festival que já foi otimo,Cair na pasmaceira musical que toma conta da mídia,É ver um único alento que tem nessa cidade de se ver e ouvir música boa,se tornar um carnaval fora de epóca misturado com atrações de exposições agropecuárias.Se você acha pouco então tá.

Este comentário foi removido pelo autor.

Hora de inspirar-se em outros festivais de inverno que acontecem no Brasil e que tem outras tantas coisas que aqui não há…

Ao anônimo que nem teve coragem de se identificar. Dizer que vai lá e faz algo é muito fácil, você tem ideia de como é produzir um evento desse porte numa cidade como Conquista? E você acha mesmo que os grupos articulados da cidade em música não tentam dar ideias para a Sudoeste trazer atrações mais atuais? Eles não ouvem o que as pessoas dizem e hoje só se preocupam em primeiro lugar com o lucro, o resto que se lasque. Mas ainda bem que o cenário da música independente em Conquista tem um lugar cativo, como por exemplo, no Festival da Juventude, organizado pela prefeitura em parceria com o Suíça Bahiana, que trouxe Criolo, Móveis Coloniais de Acaju, e o próprio Suíça Bahiana, que traz uma variedade de artistas pra Conquista todos os meses. Acho que criticar é muito fácil, principalmente sem saber o que se passa por trás das cortinas.

Vocês criticam tanto o FIB, mas tem todos os tipos de música. Tudo bem, entendo que não tem um show internacional, mas vocês não sabem como as coisas funcionam. Alguem de vocês já pararam para ir lá e dar idéias para quem fazem os shows. Criticar é fácil, pois todo mundo tem um gosto diferente e escrever é fácil. Vão lá e fazem algo.

Albene Ismar Silveira24 DE AGOSTO DE 2012 EM 11:33
Que tal mostrar a cara? É assim que vc imagina que as coisas devem acontecer? Por trás do anonimato? O texto do Marcelo é muito bom, a crítica É construtiva, e fácil é criticar e não discutir o que acontece mostrando a cara. É melhor que imaginar vc por trás da Organização do FIB, tentando justificar algo vindo anônimamente neste espaço, tentar desmerecer quem só quer acrescentar. Apareça, e venha expor suas idéias! Com certeza será bem recebido.

Bem pra encurtar a resposta a sua pergunta: tenho ideia sim de como deve ser a logística de uma produção de show internacional. Trabalho elaborando projetos de cultura que damandam de planejamento muito detalhado, de recursos, investimentos e articulações, e gerencio projetos de cultura há tempo suficiente pra saber o trabalho que dá. Logicamente, ninguém trabalha numa coisa assim sozinho, então imagine se uma erede de comunicação inteira por detrás nao te knowhow pra isso. Entao esta A questão é que (vc tendo coragem ou não de se mostrar) perdeu a linha do seu raciocínio (sugiro que leia o texto novamente!): nao estou fazendo uma crítica vaga, o texto se baseia no que era e no que se tornou o FIB. Ponto. Se vc é militante de shows de camisa, não vejo problema nenhum nisso de forma alguma, mas a análise é baseada em fatos nao em gostos.

Bem se vê, Tchellos, que os organizadores do FIB não conhecem a evolução do gosto musical do povo Conquista (e nem se preocuparam em fazer uma pesquisa). A rádio UESB, com sua chegada,tem proporcionado ao conquistense ampliar seu acesso a música brasileira de qualidade. Além disso, a efervescência de eventos musicais alternativos na cidade movimentou, e muito, a juventude para novos consumos no âmbito musical. É obvio que a proposta atual do FIB agrada a uma grande parte da população conquistense, porém deveria-se trazer novas atrações que agradariam a população de forma geral. Assino embaixo da sua opinião.

Este comentário foi removido pelo autor.

Parabéns pelo texto! Muito bom! Faço minhas as suas palavras.

talvez seja chegada a hora de pensar uma alternativa ao FIB. não creio que os ‘pensadores’ deste festival desenvolvam uma sensibilidade a toque de caixa. é mais fácil os produtores locais (com interesses comuns voltados para a boa música) reunirem a novidade e pérolas de longa estrada. grande texto, Cellus!
Dado

Fantásticas colocações Marcelo. Espero que os idealizadores do evento leiam esse seu texto e o mais importante é que saibam que mesmo sendo do interior, aqui é o berço intelectual do sertão. Não desmerecendo as outras cidades da região.
Nós queremos é qualidade, visto que o preço cobrado pelo ingresso deve ser compatível com o nível das atrações.
Adorei o evento Rock Cordel. Com uma organização impecável. Deve ser seguido como referência.
Abraços elogiosos

Acredito q ainda esteja em tempo de os organizadores reverem essa situação, e tentarem salvar o FIB e sua ideia inicial. Artistas pelo Brasil, e público pra isso ñ faltam. Só sei q esse fim de semana, por falta de opção, a melhor pedida é um bom cobertor, files, casa. #PENA

Como sempre, meu amigo arrasando em seus suaves toques de cultura. Apesar de ser o meu segundo ano na região e logo, é claro, de participação no FIB, esse pouco tempo faz-me concordar que Conquista precisa e merece mais do que o FIB 2012 está oferecendo. Não nos ofereça aquela mesma sopa de sempre, alguma hora precisaremos de algo mais consistente. E aí, o que vocês vão nos oferecer?

Muito bom, Marcelo..
Certamente esse texto reflete a opinião de muitas e muitas pessoas que se decepcionaram com o rumo que o FIB tomou.
Concordo com tudo que disse.

Acrescento sim o crédito sim, Mariana. Na verdade, a foto foi escolhida direto da aba imagens do google e nao tinha os créditos específicos… bom saber que mesmo escolhendo aleatoriamente acerteu na imagem.

Quanto às suas considerações, acho mesmo que Conquista merece mais do que o FIB pode oferecer nesta última edição, pq mesmo sendo um evento pago, é aqui que acontece a atividade e queira ou não somos o público consumidor imediado.

Os espaços alternativos e o tratamento às bandas da região precisam mesmo ser melhorados: eles tem um trabalho e uma trajetória e se têm cacife pra tocar bem, merecem cachê como todos os outros, e não apenas a oportunidade de tocar no evento, como foi ofertado na campanha.

Parabéns, muito bom! Assino embaixo também.

Acho que a critica é muito contundente e veio num momento propício de reflexão para o público, para os organizadores do evento, como tambem para os artistas que se repetem a cada ano e parecem trazer consigo sempre o mesmo show…
para se criar e perdurar festivais como esse, é preciso um estudo acerca dos costumes e do local em que ele está inserido e aqui decididamente não é só pagode e sertanejo. Vitória da Conquista além de consumir, a meu ver, produz cultura de forma muito peculiar e de boa qualidade. Cadê a inserção desses artistas locais no festival? criar uma campanha e colocar apenas uma banda para se apresentar no palco principal não é suficiente, bons tempos era o do palco alternativo…
no mais, parabens pela analise, marcelo. tomara que ela possa repercutir pela cidade e causa algum tipo de reflexão na população.

Ps: Posso estar enganada, mas essa foto da mão de thais na banquinha do Suiça foi tirada por Ana Paula, d’O Rebucetê. tem como dar os creditos pra gente?

Mariana Kaoos

A Bahia já sofre com um problema de monopólio que privilejia esmagadoramente um filão ou dois de estilos musicais, deixando de lado artistas e bandas com talentos incríveis, recebendo inclusive dinheiro público de muitas prefeituras do interior e da capital, sem que eles apresentem um produto que possa trazer algum beneficio real para a população.

Acredito mesmo há espaço pra todos (e no meu ponto de vista muito pessoal, até mesmo para os estilos que critico abertamente) mas a diversidade é nacessária na prática e não só nos discursos. Isto serve para a cultura de uma forma bem mais abrangente.

parabéns pelo texto.

Misturar o quente e o frio resulta numa coisa morna, insossa e que não acrescenta nada…

Seu anel de coruja contribui com muita atitude pra ilustrar a matéria, Thaís… Agradeço a simpatia, hehehe.

eu só não entendi como a foto da minha mão com o meu anel de coruja foi parar aqui! mas tudo bem, não vou processar ninguém por isso! hsuiauisauihui.

Concordo em número, gênero e grau. Este ano, inclusive, não irei aparecer na porta do FIB por conta da repetição de artistas.

Ótimo texto e que reflete o pensamento de várias pessoas. Entendo que a logistica da FIB estar sendo modificada para ser engolida de vez pela industria do mesmismo, ou seja, a sua proposta inicial é deixada de lado a cada edição.
Logo veremos como atrações principais Ivete Sangalo, Chiclete com Banana, Psirico, Banda Eva, dentre outras, que por sinal se apresentam todos os anos por aqui. Não gosto de desprezar os artistas citados, pois o que estamos falando é sobre entretenimento, mas estamos colocando que o momento é para outras opções de ritmos que se alojam em espaços alternativos.

Excelente texto, assino embaixo!


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Publicado originalmente em 23/08/2012, em Sintoma de Cultura.

I. Malförea

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