O Maestro e violinista João Omar, também marcou a quinta edição da Feira literária de Mucugê – FLIGÊ neste ano com uma apresentação que definitivamente deixou claro que música clássica pode e deve estar presente em qualquer evento, ainda que seja popular.
Em sua apresentação na Fligê, o Maestro João Omar, filho do compositor, escritor, violonista e cantor brasileiro Elomar Figueira de Melo, mostrou que tem brilho próprio e transportou a platéia a uma viagem de sons, melodias e rítmos, com releituras de músicas do cancioneiro popular, como ‘Feira de mangaio’ de Clara Nunes, entre outras.
Após a apresentação, João Omar cedeu uma entrevista ao nosso blog, comentando sobre como consegue fazer com que um tipo de música que não toca em rádios e nem tem espaço na grande mídia possa encantar e reconhecer fãs em meio ao povo, mesmo os que não tem acesso a esse tipo de música.
“A gente aproxima o músico erudito da cultura popular, assim como aproxima o povo que é acostumado a música popular a se abrir para o universo da música sinfônica. A vida da gente é romper preconceitos e deixar tudo o que é bom, que é bem feito, que é cuidado, aquilo que tem zelo, que tem amor, que de fato brilha na alma, que reverbera na alma a nossa cultura, isso merece que as pessoas ouçam, que tenham acesso, que tenham essa experiência”, explica.
Para João Omar, o improviso é outra “carta na manga” no momento de adaptar o erudito ao popular, “não existe nada definido na vida”. diz. “Temos muita coisa para mudar no nosso Brasil, de trazer, de revalorizar, coisas esquecidas, grandes nomes esquecidos”.
Indústria Cultural
João Omar também teceu críticas ao poder da indústria cultural, que tem na música uma plataforma com o objetivo de vender, sem maiores procupações com legados culturais e formação de público crítico. Para o Maestro, a juventude é “sufocada por um meio completamente industrial, que quer igualar, passar a régua em todo mundo, dizer que todos eles são iguais” e ressaltou, “viva a diferença, viva a cultura, viva a diversidade”.
Diversidade
João encerrou a entrevista falando sobre outras bandeiras que defende, a diversidade e a valorização dos esquecidos e dos novos talentos da nossa música. “O que a gente trabalha, o que a gente conspira é pra mostrar essa diversidade que o Brasil tem, que a nossa cultura tem, é maravilhoso. Sou muito orgulhoso de ser brasileiro, nordestino, tenho um prazer enorme na minha vida em me reconhecer e saber que estou contribuindo e cada dia descubro valores, ora jovens ou então aqueles mais esquecidos”, diz
CONFIRA ABAIXO O ÁUDIO DA ENTREVISTA:
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Publicado originalmente em 18/08/2022, em Blog do Caique Santos.
Publicado originalmente em 18/08/2022, em Blog do Caique Santos.
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