O rock, nascido na década de 1950, nos Estados Unidos, foi sinônimo de transgressão e rompimento com as gerações anteriores, demasiadamente sérias, formais e marcadas pelos traumas das duas Grandes Guerras. Exportou, junto ao cinema, um estilo de vida novo, onde o jovem era o protagonista, mudando para sempre a forma de se consumir e produzir cultura. Foi, certamente, o gênero musical que melhor soube se adaptar a cada contexto que encontrou pelo mundo, unindo-se às realidades locais e gerando novos estilos de expressão.
No Brasil, passou pelos tempos ingênuos da Jovem Guarda, o experimentalismo da Tropicália, a ironia reflexiva de Raul Seixas, a explosão pop dos anos 80-90, chegando a Vitória da Conquista, de forte tradição regionalista, mas de grande potencial cosmopolita. A cidade, que já foi chamada de “a capital baiana do rock”, passou a perceber uma movimentação roqueira cada vez mais consistente desde a década de 1980, chegando ao seu auge a partir de 2000, quando conseguiu romper a barreira do nicho e impor-se à sociedade geral como uma representação cultural tão válida quanto qualquer outra, ocupando diversos espaços urbanos importantes, como a Miconquista, o Natal da Cidade e as ondas do rádio FM.
Na exposição “A Conquista do Rock”, três diferentes olhares sobre a cena rock conquistense revelam interessantes e importantes pontos de vista para se compreender o movimento: Raquel Dantas, artista plástica e autora do primeiro livro sobre o rock local, apresenta registros diversos, oriundos da sua pesquisa, incluindo não publicados na obra; PH, fotógrafo com vasta experiência em capturas de shows e acompanhamento de bandas, mostra os artistas em plena ação, em contato direto com o público, revelando ricos detalhes; Plácido Oliveira traz o triplo ângulo do artista-produtor-pesquisador através de uma pequena amostra de sua obra e de seu vasto acervo construído desde o início da década de 2000 e inserido ao universo acadêmico.
Rock é atitude. Rock é coragem e vontade de gritar. É estilo de vida e um interessante “termômetro” dos tempos, espaços e mentalidades de cada universo onde se inseriu. Conhecer o rock local é conhecer uma importante parcela do grande mosaico sociocultural onde vivemos. O rock já é mundial, assim como a fala e a escrita, mas também local, com inúmeros sotaques. Já escutou um rock hoje?
🟠 Na ocasião, o Projeto Memória Musical do Sudoeste da Bahia lançou a nova edição regular da sua zine homônima. Distribuição gratuita.
🤘🏼 Exposição "A Conquista do Rock" 🎸📸
⏳ Duração: 13 de janeiro a 20 de fevereiro de 2024
🕒 Abertura: sábado, 13/01, às 15h
(com apresentação musical do Distintivo Blue e roda de conversa com convidados)
📍 Local: SESC Vitória da Conquista [@sescconquista] - bairro Ibirapuera
⚠ Entrada: gratuita 🆓
💡 Mais informações: clique aqui
RAQUEL DANTAS
A artista visual autodidata conquistense lançou seu primeiro livro em 2017, intitulado “A Conquista do Rock”. O registro faz um apanhado sobre várias bandas autorais que marcaram e marcam o cenário underground de Vitória da Conquista. Com o objetivo de continuar o projeto, a autora traz, nesta exposição, um acervo próprio, com materiais coletados por bandas e músicos, como fotos, letras e textos, incluindo aqueles publicados em seu primeiro livro e os que pouco foram explorados e acessíveis ao público.
PH SOARES
PH (Paulo Henrique Soares do Nascimento), fotógrafo, editor e cinegrafista, começou a registrar momentos em uma variedade de shows e eventos musicais, em 2018. Com experiência tanto em festivais quanto em eventos mais intimistas, vem aprimorando seu conhecimento e habilidades ao longo dos anos. Teve a oportunidade de registrar e colaborar com artistas renomados, como Titãs, Seu Pereira e o Coletivo 401, Almir Sater, Nando Reis, Dead Fish, Capital Inicial, Altoramas, Ira! E com várias outras bandas do cenário independente, como Benjamin Existe, Mictian, Dona Iracema, Garboso, Randômicos, Nèspera, entre outras. 2º colocado do prêmio Formemus de Fotografia em 2023, sua paixão pela música e pela arte da fotografia é o que o inspira a capturar a essência e a energia de cada apresentação, criando memórias visuais memoráveis tanto para o público quanto para os próprios artistas.
PLÁCIDO OLIVEIRA
Cantor, compositor, produtor e historiador musical, começou sua carreira artística aos 15 anos, como roteirista freelancer na Maurício de Sousa Produções (Turma da Mônica), passando à música ao final da década de 1990, quando conheceu a cena rock conquistense e integrou bandas como a Tomarock e The New Old Jam. Em 2009, funda seu projeto de blues autoral, o Distintivo Blue, ainda em atividade. Foi sócio-fundador do Viela Sebo-Café, um dos principais espaços culturais da cidade no período. Criador do projeto de pesquisa e divulgação sobre o blues nacional “BLUEZinada!”, que incluía uma zine, um portal (vencedor do Prêmio TopBlog 2013-14 na categoria Música/Profissional) e o primeiro podcast de Vitória da Conquista, de mesmo nome, publicado de 2016 a 2017. Fundador do projeto de pesquisa, fomento e preservação “Memória Musical do Sudoeste da Bahia”, 100% independente, que engloba diversos subprojetos, como a zine homônima e o “Toca Autoral!”, experimento multilinguagem com músicos autorais da região. Doutorando e mestre em Memória: Linguagem e Sociedade (com pesquisa sobre a música conquistense), Licenciado em História e bacharelando em Direito, todos pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia. Carrega consigo o lema “faça você mesmo” como filosofia de vida.
Na Imprensa
Matéria Blog do Redação
Esta é a página oficial da Exposição. Atualizaremos ao decorrer do tempo, com mais textos, links, imagens, etc. Volte sempre.
Última atualização: 20/01/2024.
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