BIOGRAFIA
Inercia de 1998 ao inicio de 2000, contou basicamente com Lucas Lacerda (vocal e guitarra), Tiago Bugatti (bateria) e Tiago Magoo (baixo).
Com um som mais voltado para o pop tocavam Legião Urbana, Engenheiros, Raimundos, Mamonas Assassinas, Nenhum de Nós, Ultraje a Rigor entre outros. A banda formada por adolescentes de 15 anos não tinha dinheiro nem experiência para fazer grandes coisas, mas a força de vontade e a perseverança marcaram uma época ingênua e de grandes histórias.
O que a memória pode registrar dessa época, já que a maioria dos documentos foram perdidos pelo tempo foi a seguinte história.
Thiago Magoo e Tiago Bugatti ainda não se conheciam, mas Bugatti já ouvia todos os dias o barulho de uma bateria estridente e descompassada na rua de sua casa, onde passava ao voltar do colégio todas as manhas. Bugatti sabia que aquele som vinha da casa de um companheiro das peladas que frequentemente acontecia no seu bairro.
Em outubro de 98 Magoo e Bugati, tiveram a oportunidade de conversar. Trocaram idéias sobre diversos temas além da música, que na época já era um universo de grande interesse aos dois. Então veio o convite de tocarem juntos, e para completar a panela foi chamado um vizinho e amigo Rodrigo Dolly. Ensaiaram os primeiros acordes em duas guitarras e uma “bateria” que era composta por um simbal e uma meia lua funcionando como uma caixa clara. As coisas já estavam até evoluindo, pois ninguém esquece a imaginação de Bugatti ao fazer do sofá da sua casa de uma bateria.
Já Magoo tocava bateria em uma banda que Lucas Lacerda aranhava uma velha guitarra. Essa segunda banda ficou só no projeto e Lucas logo foi escalado para cantar e tocar guitarra na futura Inercia.
Ai já estava formado um grupo que pode se organizar e ensaiar um repertório para os primeiros shows. Mas antes que o fato se consume Dolly sai por descontentamento musical, pois estava interessado em tocar Metallica e se concentrar nos seus estudos. E em seu lugar veio Marcos Túlio. Mesmo que com a desaprovação inicial de Lucas Lacerda, que tinha um ego inflado e queria ser a única guitarra, a formação funcionou bem.
Então foi dentro dessas conturbações que aconteceu o primeiro show.
Tudo já foi organizado por Magoo, o primeiro show seria na associação de moradores da Urbis I num sábado, dia 10 de algum mês no fim do ano de 98. O show estava marcado para as 19 horas e o cartaz em preto e branco anunciava o seguinte intuído “vamos fazer com que o rock and roll ocupe seu espaço!”. Não seria uma meta muito grande para quatro garotos sem dinheiro no bolso? Então veio o show, que foi uma experiência inesquecível para os quatro mosqueteiros. Tocando já as suas primeiras canções para um grupo de punks e patrícias, conseguiram sobreviver.
Daí veio uma temporada de show no modelo que entre as loucuras das Vodkas escondidas na mochila dos amigos e as menininhas, esse grupo foi percebendo que o seu som não era tão bom quanto à adrenalida dos shows mostrava. E foi com essa percepção que Marcos Túlio saiu da banda alegando o motivo deste ser um som fraco e que o seu potencial estava sendo desperdiçado ali, onde apenas fazia o feijão com arroz para Lucas fazer solos.
A banda abalada com as mudanças continuou e acreditando que o espírito ainda podia ir adiante entraram em 99.
Foi nesse ano que aconteceu um show frustrante na Feira IST onde no fim do dia os três só puderam sentar e rir. No Ultra Som I os nossos personagens se sentiram desvalorizados com um terceiro lugar. Pois sabiam que não eram grandes músicos, mas a crença de dar passos maiores os alimentava. Ai veio o Projeto primavera realizada pela TV sudoeste que serviu de link para o maior show dessa geração da Inercia, o Projeto Por do Sol que também foi arquitetado pela mesma emissora. Nessa altura os nossos heróis tocaram para um publico de perder de vista. Esse foi o auge e o declínio da banda, conseguiram alcançar muito, mas ainda pouco para o que sonhavam. No primeiro semestre de 2000 cada integrante já estava fascinado por tipos de músicas diferentes, e de difícil relação para eles. Já não encontravam muitos pontos que os unia musicalmente. Ainda eram amigos, mas cada um naturalmente acabou tomando rumos diferentes.
Foi ai que Lucas convidou um amigo que se propôs a ajudá-los, atitude raramente vista pelos membros da banda, e após alguns ensaios começou a substituir Lucas nos vocais. Assim Lucas poderia ter mais liberdade para ter o desenvolvimento desejado na guitarra. E foi a partir daí que Bugatti e Magoo resolveram tomar outros rumos na suas vidas abandonando a banda.
Parte II
O recomeço aconteceu no segundo semestre de 2000 quando Robson Falcão se propôs junto com Lucas Lacerda a reviver a banda. Robson com a sua mente perfeccionista já propunha outra visão para a banda. Vindo de um universo que transitava entre o Rock and roll, o pop, o Rap e bandas ao qual só ele sabia falar influenciou a banda a tomar outros horizontes.
Robson logo indicou Kleyton para o posto de baterista, mesmo que esse não soubesse nem a que instrumento foi designado, aceitou. Ficaram mais algum messes procurando um baixista. Trocando de baixista varias vezes. Entre eles tocaram na Inercia: Fernando, Daniel, Zéu e Victor tendo o ultimo até tocando do Ultrason I com a banda. Esses foram os personagens que rapidamente passaram por essa história. Ate que em um festival de Rock conheceram Arilson que iria perdurar por muito tempo na banda..
Então com esse grupo sólido medidas emergenciais forma tomadas, Robson e Lucas perceberam que a banda precisava melhorar não só tecnicamente, mas amadurecer emocionalmente e musicalmente. Então partiram para algumas empreitadas.
Aulas de música foram providenciadas, estudos em grupo no primeiro estúdio de Robson foram arquitetados, parcerias foram realizadas, daí veio ao mundo o primeiro site da Inercia, um site ainda bem amador. Tudo que a mente desses dois foram capazes de pensar foi providenciado. Um show marcante nessa época foi a Festa da Babilônia, que foi um aniversario de uma futura amiga da banda.
Contando com o apoio de Gilberto Som foi realizado o primeiro demo ainda em 2000. Esse não passou de uma experiência para o grupo. Logo foi esquecido e deixado de lado após poderem apreciar o resultado.
Esse registro mostrou o quantos necessitavam crescer. A partir dessas metas o grupo começou a pressionar uns aos outros. As brigas estavam se tornaram semanais, ate que Kleyton não resistindo à pressão deixou a banda já no primeiro semestre em 2001.
Foi então ai que apareceu Luciano Shanel que as vésperas do Agosto de Rock I, foi convocado para a banda ainda em Agosto de 2001 após três semanas de teste. Esse já havia tocado em outras três bandas inclusive na Contramão, banda formada por dois ex-integrantes da Inércia.
Então estava estruturado o que seria a ultima real formação da Inércia.
Foi essa formação que possibilitou ao grupo visualizar um demo realmente oficial. Daí veio o Niaco, demo gravado e produzido pelos próprios membros da banda, usando softwares e tecnologia analógica foi feita gravações com ajuda de amigos e o super esforço da banda.
Após essa experiência sentiram a necessidade de um site para maior alcance na divulgação. Foi ai que Robson entrou, construindo um site bem elaborado com objetivos bem solidificados.
Robson estava cursando Administração e à visão do grupo mudou fortemente. Perceberam a necessidade de inovar na forma de divulgar o seu material. E foi dessas inovações que conseguiram alcançar lugares por antes nunca navegados.
Então veio o Ultra-som III que para a banda já tinha virado uma tradição. Mostraram ai o que tinham aprendido durante toda a sua trajetória.
À vontade e a perseverança desse grupo os levaram a tocar ate em outras cidades, fatos inéditos para todos da banda. Passaram por Brumado, Cordeiros e Poções. A empolgação e alegria em estar conquistando espaços, estar viajando com a banda, fez com que a banda inflasse. Começaram então a se sentir melhor que outras bandas da cidade. Naturalmente com essa postura conquistaram o desprezo e inimizades das demais bandas e produtores de Vitória da conquista. Não conseguindo conquistar o seu espaço no Agosto de Rock II. Abandonados por um longo tempo pela cena local acreditaram na união do grupo. Estudos e ensaios estafantes movido por brigas e desentendimentos fizeram com que a banda expulsasse Arilson em julho de 2002. O grupo alegou que esse não mostrava interesse na banda, pois não se dedicava à música, e tinha uma personalidade retraída.
Então Robson e Lucas pensaram em procurar alguém dessa vez com personalidade forte e dedicação. Foi ai que acharam Vagner, que os impressionou justamente por ter as características que eles estavam procurando. Mas esse baixista de nenhuma experiência não se atrelou ao grupo com facilidade. Envolvido por problemas pessoais não pensou na banda como uma família e constantemente estranhava o grupo já com as suas funções já bem definidas. Lucas passou a ter sessões quase que diárias para ensinar Vagner a tocar baixo, se aproximando muito deste.
O novo membro tinha opiniões negativas sobre a banda, assim como todos de fora. O grupo então passou a ser alvos de criticas não só fora da banda, mas também dentro.
Lucas já com objetivos de mudar de Vitória da conquista, por pouco acreditar que ali conseguiria conquistar seus objetivos e pela forte amizade que travou com o novo membro critico da banda saiu após uma breve reunião.
Em agosto de 2002 a Inercia então deu fim a sua história.
(texto fornecido em 20/11/2020 por Lucas Rinor)
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