Por Mi do Carmo
Feito que só “alguém” com o cacife da Rede Globo tem condições de promover, pelo menos aqui no interior.
Claro que não poderia ser diferente: todo ano tem polêmica antes do Festival. Nem digo tanto pela grade de programação, afinal, quando uns choram de desgosto outros morrem de alegria com as atrações escolhidas para agitar a arena do Parque de Exposições. Mas digo pelos atrativos, o preço e, claro, a “meia entrada” para estudantes. A divulgação do Festival também fica por desejar, não em ênfase e presença, mas em coerência.
O primeiro equívoco é querer comparar as outras edições com a primeira. Nunca vai ter um ano tão bom quanto o de 2005 e não foi culpa só das atrações. Era a novidade, o clima, a experiência de receber algo extraordinário nunca antes vivido por Vitória da Conquista. O preço do passaporte foi baixíssimo, ingressos sendo distribuídos à rodo, empolgação total de todo mundo e uma pretensão comedida de querer ser realmente o maior Festival de Inverno das redondezas nordestinas. E o primeiro ano foi radical. Tinha bungee jump e similares e um tanto de outras alternativas nos stands dos parceiros. Depois foi ficando morno. Nada mais de muito arrojado (no máximo uma pista de gelo em 2007), diminuiu a presença das bandas locais e a tenda ficou meio órfã. Este ano teve uma “ponte do rio que cai” apática, uma feira de artesanato igualmente sem graça e...só.
Um ganho no ano passado foi o Espaço Gourmet, um acerto da organização. Um espaço aconchegante, elegante e delicioso no Festival para matar a fome e jogar conversa fora. Embora a disputa por um lugar fosse grande no intervalo e durante os shows mais chatos para a maioria. Este ano o perfil o Espaço Gourmet estava lá, mas não do mesmo jeito e um grande corredor de barracas de sanduíches e afins foi adicionado para os comilões de plantão. Eu não gostei, ficou com cara de Exposição Agropecuária apesar de ter sido mais fácil comprar cerveja desse jeito.
Convenhamos que o preço do Festival sempre foi justo. A polêmica sempre foi com a tal da venda para estudantes. Nos dois primeiros anos foi liberada a meia entrada sendo vendida de qualquer jeito: carteirinha de biblioteca, comprovante de matricula... No ano passado foi divulgado que não teria meia. Teve passeata e o diabo a quatro e liberaram com o comprovante. Este ano teve uma reunião com representantes de estudantes, a UNE e a TV Sudoeste (como assim foi passado de boca-a-boca, algo que não posso afirmar por não ter fontes seguras), na qual ficou decidido que só iria vendar meia com a carteirinha dos órgãos estudantis. Convenientemente tinha um guichê da UBES quase em frente ao stand do Festival, o que facilitou a vida de todo mundo, mas que não deixa de comprovar a, vamos dizer assim de uma maneira bem pejorativa e clichê, “máfia”. E esses representantes que ninguém sabe quem são? O “movimento estudantil” só aparece nesses momentos de defender a meia entrada e reivindicar contra o aumento da passagem de ônibus. Claramente politicagem de todos os lados, os estudantes apáticos foram levados de um lado para o outro como marionetes. Falta também saber exigir transparência nas decisões.
Depois de vais e vens, o que sempre me deixou indignada é que depois de tantas “brigas”, na entrada do Festival nunca exigiram nenhum documento meu, como aterrorizaram dizendo que o nome estaria gravado no ingresso, sendo este intransferível.
Deixando de lado essa questão, em 2008 a segurança estava bem melhor que no ano passado em que as pessoas eram assaltadas no ritmo do resultado da Tele Sena. Talvez fosse resultado do “controle” da venda de ingressos, sei lá. Mas estava tudo bem tranqüilo. Tranqüila não foi a fila para entrar no primeiro dia. CINQUENTA MINUTOS pra entrar, passar para ser revistado por um bando de inexperientes, fazendo um trabalho de tapeação. Nos outros dias, furamos fila mesmo e entramos em cinco minutos. Feio é mesmo, mas tava fazendo papel de otária naquele um quilômetro de fila.
Agora vamos aos shows.
1º Dia - sexta-feira
O Circulo na tenda eletrônica.
O mesmo show que eles fizeram aqui pouco tempo atrás. Bastante animado, o clima intimista. Poderia até estar no palco principal no lugar de Simone Sampaio.
Luíza Possi
Não vi inteiro e o que eu vi eu não cheguei a achar ruim, mas sem graça. Também não conhecia nenhuma música dela, ai ficou difícil... Mas se ajuda, achei-a bem bonita...
Capital Inicial
Todo mundo reclama que o cara só fala palavrão... Dinho sempre foi assim, um drogado naturalmente. Eu sou fã dele, da banda. O show realmente deixou a desejar. Foi mais curto que os outros, faltaram os clássicos que todo mundo gosta de ouvir, como Veraneio Vascaína e Música Urbana e acho mesmo que não um dos melhores dias da banda. E acabando o show ficou uma frustração geral no ar, mas deu pra pular até.
Arnaldo Antunes
Deve-se respeitar o cara, pelas composições, pela história.... Mas a voz dele é chata (o que a gente já sabia), o show um tédio para se assistir em pé, bêbado e na multidão. Só pra quem é fã mesmo.
2º Dia
Perdi Café com Blues
Maria Rita
UMA MUSA. Animada, elegante, linda e com a voz perfeita durante todo o show. Pode ser papo de fã, mas o show foi fantástico. Onde eu estava senti que estava sozinha sambando, dançando.... depois me contaram que em outro lugar tinham gays e mulheres descendo até o chão e chorando. Eu estava no lugar errado.
Frejat
Ah Frejat... você e sua garrafa de “visky”.... Nunca canso desse cara, mesmo com as rimas mais ridículas da carreira solo Frejat é sempre Frejat. Um ponto a menos para as caixas de som que pifaram do lado direito do palco, durante umas 5 músicas não deu pra escutar nada!
Simone Sampaio - Não vi.
3º dia
Dado Villa lobos
O que eu ouvi de Dado anteriormente não me convenceu da carreira solo dele. Tem umas musiquinhas legais e só. Como era de se imaginar, o que animou foram as músicas da Legião. Mas ele é bem simpático e eu gostei mais do show do que imaginava. Não foi tedioso, como o de Leoni e Arnaldo Antunes, por exemplo, outros ex-bandas dos anos 80.
Pitty
Eu esperava muito por esse show. Gosto da Pitty e ela sempre foi figurinha carimbada no meu mp4. O show foi loucura porque ela tem fãs insanos e eu claro... lá na frente...
Foi uma apresentação legal... quando a gente gosta muito da banda fica difícil falar mal, a não ser que seja mesmo algo terrível. Por exemplo, nem tinha percebido que ela mal falou com o público, cantou e saiu. Mas como foi com Los Hermanos, nem reparei nisso. Deveria, porque acho presença de palco essencial.
Jota Quest
Tenho a sensação que o show do Jota Quest só não perde no quesito animação geral para Biquíni Cavadão. Foi lindo todo mundo pulando, um show eletrizante, igual a todos que eu já vi, mas animadíssimo. Fechou bem o Festival.
Uma observação: não entendi porque a TV Sudoeste falou de todos os shows menos do Café com Blues e os da Tenda. Sabotando a própria tentativa de promoção dos artistas locais ou eles não interessam muito agora?
Entre nenhum morto e nem ferido, foi divertido. Melhor que o de 2007, não tão bom quanto o de 2006. 2005 não tem comparação.
; )
Obs: fotos e vídeos feitos por mim. nos dois vídeos eu estava sendo levada por uma galera pulando... e eu no bolo... por isso que estão assim...
POSTADO POR MI DO CARMO ÀS 11:49 AM
MARCADORES: FESTIVAL DE INVERNO BAHIA 2008 VITÓRIA DA CONQUISTA
COMENTÁRIOS:
Tamara disse...
não entendi mto bem o q tu escreveu sore Los Hermanos... dá pra explicar? é q sou mega fã dos caras...
1:45 PM
Tamara disse...
aaaaaaaaaaaaah tá... agora entendi!
vou te linkar, viu?!
beijo
3:47 PM
descolonizado disse...
achei digno seu texto... concordo com tudo ... aquela entrada era de querer morrer mesmo!
adoro vê-la a senhora quem é linda.
amiga, acredita que sai no zero a zero? tanto viado e eu fiquei só.
beijos.
9:58 AM
Pagu disse...
Mui coerente e esclarecedor! Beijos.
12:30 PM
Anônimo disse...
Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.
- Daniel
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