O ano era 2003: a única banda de blues de Vitória da Conquista-BA se chamava MPBlues. Tinha forte influência dos cariocas da Blues Etílicos e conquistava seu público a passos largos: em tempos onde a internet era muito limitada e a maioria das pessoas usava a conexão discada, o grupo sempre estava em bons eventos locais. Alguns dos melhores músicos da cidade estavam aqui: Diro Oliveira (gaita), Luciano PP (baixo), Lucinho Ferraz (guitarra), Júlio Caldas (guitarra), Thomaz Oliveira (bateria) e a cantora Marta Moreno à frente de todos. Posteriormente entraria um naipe de metais, próximo ao encerramento das atividades.
Um belo dia o Brasil conheceu o grupo através de um quadro do Jornal Hoje (Globo) que apresentava bandas independentes. Muita gente os procurou depois disso e a repercussão foi considerável. Estavam no caminho certo: já haviam gravado um clipe de "Tigresa" (Caetano Veloso) e já possuíam algumas canções autorais. Era, sem dúvida, a banda mais respeitada da cidade. Mas, como muitas, chegou ao fim: Em seu lugar, surgiu a Café com Blues, com uma proposta mais específica, voltada à musicalidade regional, com praticamente todos os integrantes, exceto Marta, que seguiu em carreira solo, mas detendo os direitos da marca MPBlues. Confira, abaixo, o vídeo com a reportagem no JH, bem como seu texto original, retirado do próprio site da Globo:
Blues com tempero baiano. Essa é a receita da banda que vem de Vitória da Conquista. O MPBlues também gosta de misturar o ritmo do Mississipi com clássicos da música popular brasileira. E faz tempo que este grupo deixou de ser adolescente. Mas, na hora de achar lugar para ensaiar, eles enfrentam as mesmas dificuldades de qualquer banda teen.
O som nostálgico do blues ainda hoje ecoa no vale do Mississipi, nos Estados Unidos. E, seguindo esse ritmo, tem muita gente na estrada. Gente como o pessoal da banda MPBlues.
A banda surgiu em 99. A proposta: difundir o blues numa mistura com a música popular brasileira.
A idéia de fazer um trabalho diferente com qualidade uniu músicos de várias bandas. Um desafio na terra do axé e do samba de roda. “Fazer com que o trabalho de música alternativa aconteça, onde a coisa é muito popular, é muito difícil. Mas a aceitação de nosso trabalho é ótima”, conta o guitarrista Júlio Caldas. “Nós fazemos o nosso som dando uma pegadinha no nosso blues da Bahia e botando um pouco de berimbau”, completa o gaitista Diro Oliveira.
Da garagem, eles passaram a ensaiar na casa de um dos integrantes da banda. Os ensaios não param. Os arranjos buscam uma sintonia perfeita entre vocal e instrumentos.
Fonte: Jornal Hoje
Publicado originalmente em 2017, na BLUEZinada!
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