Finalmente está disponível a tão sonhada primeira edição da nossa zine. Após uma década de experiências com a BLUEZinada!, o Projeto Memória Musical do Sudoeste da Bahia oferece conteúdo original sob este novo formato, com o objetivo de divulgar a pesquisa, a musicalidade da nossa região, fomentar novas pesquisas e interesses, além de manter viva a cultura das zines, tão importante no ambiente da música independente no século passado e cada vez mais rara atualmente, sobretudo em formato físico.
Seguindo os moldes de sua antecessora, a zine do #memóriasudoeste foi criada principalmente para o formato físico, sempre distribuído gratuitamente, em um formato A5 (A4 dobrado ao meio) e impressa em preto e branco, alcançando todos os tipos de público, com a possibilidade de qualquer um baixar a versão para impressão (links abaixo) e imprimir por conta própria. Enquanto isso, buscamos apoio para imprimir as dezenas de cópias que serão distribuídas por aí.
Mas, compreendendo as limitações nesse sentido, aqui também está a versão digital, em formato pdf, adaptada para leitura em computadores, tablets, celulares, etc. Neste formato, a zine é colorida, e esta é a principal diferença entre as duas versões.
Se você pertence a alguma empresa, associação, órgão público, biblioteca, arquivo público, universidade, escola, espaço cultural, etc, e gostaria de receber algumas cópias ou, até mesmo, contribuir com a impressão de outras tantas, entre em contato conosco. O importante é não permitir que nossa cultura caia no esquecimento. Nossa intenção é a periodicidade trimestral. Fique à vontade para compartilhar por aí. Esperamos que gostem do trabalho.
NESTA EDIÇÃO:
Imagem da vez | Café com Blues
Discografia | Grupo Barros
Entrevista | Mazinho Jardim
Wigwam: a memória musical do Cine Madrigal
Leia+ | A memória da música em Vitória da Conquista: uma herança religiosa e familiar
Capa | Música autoral: termômetro dos tempos e espaços
Memórias | Memórias de um roqueiro conquistense - #1
Release | Bruno Lima
Assista | Xangai em ‘‘Cantingueiros’’
Palavras cruzadas
Foto da capa: Papalo Monteiro e Alex Baducha (2017). Fonte: Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista. Edição por Plácido Oliveira Mendes.
BAIXE AGORA:
PALAVRAS CRUZADAS
BASTIDORES
Curioso(a) para saber como foi produzida a zine? Acesse, abaixo, os rascunhos originais. Em breve, relato de experiência, pelo autor.
Rascunho 01 (boneco inicial) | Rascunho 02 (boneco utilizado + transcrições de falas da série "Prefácio" para a matéria de capa)
Priscila Correia de Sousa Carneiro (UESB)
Ana Palmira Bittencourt Santos Casimiro (UESB)
Acesse o documento: CLIQUE AQUI.
Fonte: Colóquio do Museu Pedagógico da UESB.
Ana Palmira Bittencourt Santos Casimiro (UESB)
Acesse o documento: CLIQUE AQUI.
Fonte: Colóquio do Museu Pedagógico da UESB.
Ana Palmira Bittencourt Santos Casimiro
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Brasil
Priscila Correia de Sousa Carneiro
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Brasil
Acesso ao documento: CLIQUE AQUI.
Fonte: Museu Pedagógico da UESB.
Priscila Correia de Sousa Carneiro
Investigamos a história e a memória da música em Vitória da Conquista a partir dos materiais empíricos levantados que, somados à luz da teoria, nos permitiu recuperar, parcialmente, a história e a memória da Música em Vitória da Conquista de 1950 a 2000, focando as igrejas batistas conquistenses, especialmente as fundadoras, relacionando-as com a formação de musicistas e a instalação de academias e conservatórios de música.
Investigamos a história e a memória da música em Vitória da Conquista a partir dos materiais empíricos levantados que, somados à luz da teoria, nos permitiu recuperar, parcialmente, a história e a memória da Música em Vitória da Conquista de 1950 a 2000, focando as igrejas batistas conquistenses, especialmente as fundadoras, relacionando-as com a formação de musicistas e a instalação de academias e conservatórios de música.
Os depoimentos coletados e a documentação analisada confirmaram a hipótese de uma aprendizagem musical, sobretudo o ensino de piano, acordeom, órgão e canto coral, com finalidades ligadas à fé, à evangelização na concepção protestante na vertente batista. Grande parte dessas escolas ainda está atuante e vigorosa, formando músicos que cantam e regem os corais das igrejas, tocam piano e órgão nas atividades religiosas e, sobretudo, vêm na música um importante e imprescindível instrumento de evangelização. Estas instituições possibilitaram uma formação musical para muitas pessoas, dentro ou fora da comunidade religiosa, que se realizaram como músicos profissionais, diletantes e/ou professores de música.
Identificamos qual o papel que algumas instituições (igrejas, conservatórios, filarmônicas, etc.) exerceram na formação musical de determinados grupos em Vitória da Conquista e tomamos conhecimento de que as duas escolas de música que existiam na cidade, entre 1950 e 1970, foram as de Dona Nair Borges de Oliveira (católica, esposa de um dentista) e a de Dona Almerinda Figueira de Oliveira (batista e esposa de um pastor). A primeira, vinculada ao Instituto de Música da Bahia, criado em 1897 e, posteriormente, incorporada à Universidade Católica de Salvador- UCSAL. Almerinda Figueira de Oliveira, que foi aluna de Dona Nair, iniciou suas atividades em sua própria residência e, somente em 1964, sob a direção da primeira filha, Vanilda Figueira de Oliveira Freitas, se transformou no Conservatório de Música de Vitória da Conquista, vinculado ao Conservatório Brasileiro de Música do Rio de Janeiro.
Constatamos que, embora as duas professoras tenham sido responsáveis pela aprendizagem musical de muitas pessoas, a escola administrada por Dona Nair deixou poucos discípulos, ao contrário da escola administrada por Dona Almerinda, que permitiu uma imensa cadeia sucessória ─ razão do presente estudo. Para desenvolver esta pesquisa, utilizamos a história oral, visto que focamos as vivências de sujeitos cujas memórias remeteram ao contexto religioso e musical que tratamos neste trabalho. Tomamos como grupo de análise a Família Gusmão Figueira, tendo como figura central Dona Almerinda Figueira de Oliveira, seus filhos, netos e sobrinhos, assim como ex-alunos do conservatório. Também utilizamos outras fontes documentais, escritas e imagéticas, como jornais, fotografias e/ou revistas e, por fim, entrecruzamos os dados coletados à luz da teoria da memória, o que nos fez perceber que o cenário em torno da música na cidade neste período, fazia parte de um todo muito maior e construído de forma coletiva, guardado por sujeitos unidos pelo tríplice liame: música, igreja e família.
PALAVRAS-CHAVE:
Memória. Educação Musical. Família. Religião Protestante.